Coleção pessoal de EvandoCarmo

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⁠Não importa quantas vezes caiamos
Sempre há a chance de recomeçar
O medo pode nos paralisar
Mas é a coragem que nos faz avançar

E quando pensamos que tudo está perdido
Uma mão se estende para nos levantar
Os amigos nos ajudam a encontrar sentido
E nos mostram como é possível sonhar

Assim, mesmo que a vida seja dura
E o caminho se mostre tortuoso
Ainda há motivos para sorrir
E acreditar no nosso próprio valor

Pois cada um de nós tem uma luz
Um brilho que é só nosso e de mais ninguém
E quando nos permitimos ser quem somos
Descobrimos a alegria de ser alguém

⁠Na poesia, há presunção
Que nasce ao criar um verso
É a busca pela expressão
De um talento que é perverso

A alma do poeta voa
Em palavras que vão e vêm
Sem destino ou direção
Em um devaneio além

Mas onde há loucura há brilho
E a genialidade nasce
Do caos e do emaranhado

E é assim que a poesia se espelha
Nas palavras que se encaixam
Para mostrar o mundo ao nosso redor.

⁠Oh, vida tão doce e tão amarga vida,
Sou um poeta, maldito, incompreendido,
Através das rimas, a dor é desmedida,
E o mundo em volta, é um fardo caído.

Charles Baudelaire me ensinou a sonhar,
Com o ópio deixa a mente a delirar,
Rimbaud mostrou o caminho da loucura,
E o café, ah, como ele desperta a ternura!

Mas o vinho é a minha droga preferida,
Ele me faz esquecer da solidão sofrida,
E acalenta a minha alma tão ferida.

Ser um poeta é uma sina, é um destino,
Com as palavras, eu navego sem tino
A minha alma transborda em verso divino.


Soneto amor além da vida

Meu coração, por certo, palpita
Ao te ver tão graciosa e gentil.
Que nenhuma outra mulher, acredita,
Pode rivalizar com o teu perfil.

Tu és o sol que ilumina o meu caminho
E a brisa suave que refresca a minha alma,
Meu amor, minha musa, meu carinho,
Me faz sentir completo e em paz, em calma.

E quando a noite chega, meu amor,
E o céu se enche de estrelas e luar,
Nós dois juntos, sob a luz do amor,

Nos entregamos numa paixão sem par.
Te amarei além da vida, além da morte
Pois és meu sol, minha estrela, minha sorte

⁠Amor vale a pena


Fernando Pessoa sabiamente disse
Que o amor é uma falsa filosofia
Pois nos engana, nos corrói e entristece
Nos fazendo viver em constante agonia

Mas será mesmo que o amor é tão ruim?
O poeta não conheceu um amor de verdade
Aquele que nos faz sentir tão leve e assim
Que tira o medo e nos dá felicidade

O amor pode ser sim um labirinto
Mas sem ele a vida seria vazia
Abra seu coração, sinta o seu instinto
Deixe a paixão ser sua guia

O amor pode ser complicado sim
Mas é um risco que vale a pena correr
Afinal, sem ele, qual seria o fim?
Amar é viver, é se permitir a ser.

⁠Teu silêncio me confunde
Teu sorriso me distrai
As vezes penso que estou certo
Sobre ti, sobre o que queres me dizer
Mas de súbito me desperta
Quando dizes estar certa
Que nada queres de mim
Ah, como isso me dói
E me faz perder o chão
Fico sem saber o que fazer
Pois meu coração insiste em te amar
Mesmo que tu não queiras me amar

Se pudesse mudar o rumo
Faria tudo diferente
Buscando atender teus desejos
E tornar tudo mais coerente
Mas a vida é assim, cheia de surpresas
E quem sabe um dia, quem sabe
Possamos juntos fazer um novo começo

Até lá, guardo em meu peito
A chama do amor que sinto por ti
E continuo a te olhar
Com a esperança de que um dia
Venhas a perceber
Que estou aqui, sempre a te esperar

⁠A dor que nos consome é forte,
E parece não ter fim,
O peito aperta, sufoca,
E a tristeza toma conta de mim.

Perder algo ou alguém querido,
É uma dor insuportável de sentir,
É como se o mundo tivesse acabado,
E tudo ao redor parasse de existir.

Às vezes penso que nada mais faz sentido,
E me perco em meio às lágrimas de dor,
Mas sei que é preciso seguir em frente,
Para encontrar a felicidade outra vez, com amor.

Por isso, guardo as lembranças boas,
E tento esquecer as ruins,
Para renascer das cinzas,
E seguir em frente, com novos rumos e caminhos.

A dor pode até nos ferir,
Mas não pode nos fazer desistir,
Pois mesmo que a vida nos golpeie,
Sempre há uma chance de recomeçar e sorrir

⁠Seu Júlio, como o chamava. Fazia o melhor café do mundo, sua marca registrada foi a hospitalidade. Companheiro de minha mãe por 49 anos.

É melhor ser bom do que ser justo
Quando morre um bom eu me pergunto:
Por que os bons morrem?

A vida é um instante fugaz
E as nossas ações nos definem
Mas o imprevisto sempre nos
Surpreende, ninguém consegue
Fugir da sorte comum a todo homem.

Em um dia de chuva, símbolo perfeito
Para definir o homem e sua natureza criadora,
Despeço-me do segundo homem bom que conheci.

Para um homem bom


⁠Às vezes ser justo machuca
E a bondade faz a diferença
Basta olhar nos olhos e ver
O amor que na alma cresce

Os bons são como anjos na Terra
Com sua luz e compaixão
Tocam a vida de outras pessoas
Fazendo brilhar onde era escuridão

Os bons não vão, apenas partem
Levam consigo um pouco da paz
Mas a sua memória e o seu legado
Ficam vivos em cada coração
Que os amou demais.

Então, quando um bom se vai
A tristeza nos transborda
Mas a saudade não nos aprisiona
Pois a sua vida fica marcada
Na nossa história.

É melhor ser bom do que ser justo
Pois a bondade é um de divino
E ao seguir esse caminho
Os bons mudam o mundo em sua volta
Mudam nossa rota, surge outro destino.

Para seu Júlio Romão de Melo.

⁠Mas a cada lágrima derramada,
um verso novo vem à tona,
a poesia é a voz da alma,
o porto seguro na tempestade.

O poeta é o mensageiro dos sonhos,
pois através das palavras,
ele transforma o mundo,
e faz sorrir até quem estava chorando.

Seu coração é um oceano de emoções,
e suas rimas são como ondas,
que vão e vêm sem cessar,
tocando a alma dos que as ouvem.

Assim, o poeta segue seu caminho,
escrevendo e chorando,
mas sempre com a certeza,
de que sua poesia toca o mundo.

⁠Diante do absurdo da vida, nos resta
aceitar nossa fragilidade intrínseca,
como bem disse Montaigne em sua obra.

Nessa inconstância, a verdade se atrapalha.
Nossa existência é feita de incertezas,
num constante vai-e-vem que não se acalma.

Mas não se esqueça, amigo, de Epicuro,
que a morte não é nada para nós,
já que, enquanto vivos, ela não tem futuro.

Assim, devemos viver intensamente,
sem medo de que algo nos cause dano,
pois a vida é breve, mas é suficiente.


A poesia

A realidade nos assola,
Reflete a verdade impiedosa.
Mas a poesia nos consola,
E suaviza a dor afetosa.

A fobia que nos invade,
Tão intensa, tão tenebrosa.
Com a arte se dissipa,
E a alma se torna mais rosa.

Com Sartre aprendemos,
Que o absurdo nos envolve.
Com Camus nos comovemos,
E a solidão se dissolve.

Com Rimbaud viajamos,
Por estradas de ilusão.
Com Verlaine flutuamos,
Em ondas de emoção.

A poesia é um bálsamo,
Que nos transporta a outros mundos.
E nos afasta do caos,
De um universo profundo.

Que a fobia seja abrandada,
E a realidade aceita.
Mas que a poesia seja sempre amada,
E a alma por ela, afetada.

⁠O absurdo do amor

O maior absurdo a que o amor nos expõe,
é o fato de que para se ter uma relação verdadeira, seja de amizade ou conjugal temos que compartilhar nossa alma com outra pessoa, nos misturamos para nos adaptar ao outro.

Contudo, ninguém se recupera ou superar o desligamento, se de fato nos misturamos em uma mesma essência.

Porém, estes dois que formamos nem sempre são pessoas melhores ou mais agradáveis do que éramos quando pessoa singular.

O absurdo do amor


O amor, esse absurdo que nos move,
Que nos faz misturar as almas em um só,
É um sentimento que nos prova e comove,
É doce, amargo, forte e frágil, como um só.

Compartilhar de si, de suas dores e alegrias,
É abrir caminho para a verdadeira conexão,
Onde há espaço para as nossas mais terríveis fobias,
E o amor, com paciência, nos leva a redenção.

Mas, quando a separação se faz presente,
Há sempre uma grande dor que incomoda,
E mesmo que outra alma pareça mais existente,
Será impossível apagar as marcas que a outra deixou.

O amor é a maior audácia do ser humano,
Nos faz encontrar no outro, o que nos faltava, o que é sagrado.

⁠⁠É inútil, é um absurdo ter preconceito.
As pessoas são iguais em qualquer lugar do mundo. Pessoas são pessoas, o que difere são os defeitos.

Não há raça, gênero, orientação ou religião,
Que justifique uma discriminação.

Diante das diferenças, devemos aprender a conviver, a respeitar e a amar, sem nunca deixar de perceber, que a diversidade é um presente da vida, e que só assim, de fato, podemos ser livres.

Que o amor seja a força que nos une, que o respeito seja o que nos guie,
e que juntos possamos construir um mundo melhor, onde o preconceito não tenha vez nem lugar, nem sabor.

Porque no final das contas, somos todos iguais, seres humanos em busca da felicidade, e se há algo que nos faz melhores e mais especiais, é a capacidade de enxergar a beleza na diferença e na diversidade.

⁠Mas mesmo em meio a tanta fatalidade
há uma pequena luz, uma felicidade
que nos guia nesse caminho obscuro.

É a esperança que ainda nos move
a crença de que mesmo na dor e no sofrimento podemos encontrar
um mundo mais puro.

E assim, seguimos nessa jornada
com a certeza de que a vida é uma estrada
cheia de altos e baixos, de delícias e tormentos.

Mas com a coragem que nasce da poesia
e o amor que nos faz seguir em harmonia
encontramos nossa paz no meio do vento

⁠Eu pensei em te falar, mas fui contido
Por medo da resposta que teria
E então sozinho, fiquei submetido
A dor que a tua ausência me causaria

Escolhi o sofrimento momentâneo
Pra não ter que sentir eternamente
A dor da tua falta, o descompasso

E assim, seguindo em frente, muito embora
Com o meu coração ainda ardendo
Sigo fiel ao amor que ainda chora

Pois mesmo sem te ver, sem te encontrar
Sigo te amando, sem me arrepender
Fiel ao que sinto, a te esperar.

O pianista no Rio de janeiro


Em uma noite de verão, o casal decidiu fazer um passeio pela cidade do Rio de Janeiro. Eles caminharam pela orla de Copacabana, observando a imensidão do mar e se maravilhando com a vista deslumbrante da praia.

"Como essa cidade é linda!", comentou o pianista. "Não é à toa que atrai tantos turistas do mundo inteiro".

"Realmente", concordou sua esposa, admirando a beleza da paisagem.

Eles seguiram caminhando até chegar ao Pão de Açúcar, onde pegaram o bondinho para apreciar a vista ainda mais de perto. Do topo, podiam ver a cidade do Rio de Janeiro em toda sua grandiosidade: a Baía de Guanabara, a enseada de Botafogo e a vista deslumbrante da praia de Ipanema.

"Olha só como a cidade brilha durante a noite!", disse a esposa, fascinada com a beleza da cidade iluminada.

"Eu amo essa cidade. Ela é vibrante, pulsante e tem uma vida própria que nos envolve", complementou o pianista, que sorria feliz.

E assim, eles continuaram curtindo sua noite no Rio de Janeiro, apreciando a beleza da cidade e a conexão que compartilhavam. A cidade ganhava ainda mais beleza aos olhos do casal, que sabiam que havia encontrado um lugar especial para viver e amar.

⁠Sacrifício de Jesus

⁠Neste dia tão sublime
Da morte do meu senhor
Eu relembro com carinho
Seu ensino, legado e amor

Por ele ter me amado
Antes de eu o conhecer
Por ter se desfigurado
Da ecelsa perfeição

Por deixar seu habitat
Sua vida junto ao pai
Por compaixão e piedade
Veio ao mundo por vontade
Pra salvar os seus irmãos.

Ao longo de sua vida
Cristo sempre ensinou
O amor, a paz, a justiça
Para todos ao redor

Mas foi no fim da jornada
Que mostrou sua bravura
Ao sacrificar sua vida
Pela redenção da criatura

Com a coroa de espinhos
E as chagas em seu corpo
Levou sua estaca de tortura
Sofrendo em cada passo

Mas mesmo assim, não desistiu
Não deixou o medo vencer
Ofereceu-se em sacrifício
Para nos fazer renascer

Seu sangue derramado
Lavou as nossas culpas
Sua dor nos trouxe alegria
Sua morte trouxe a salvação

E agora, em seus passos
Seguimos com amor e fé
Levando o seu ensinamento
Com coragem e permanente
Do ocidente ao oriente

⁠Um milagre é viver em meio ao caos,
Chegar aos sessenta anos, como Sísifo,
Nós, humanos, sobrevivemos sem viso,
Num mundo de vírus e absurdo feroz.

Mas, como Sísifo, seguimos buscando,
Enfrentando a pedra que nos condena,
Afirmamos nossa liberdade, teimando
Para viver e enfrentar essa pena.

A cada dia, olhamos a montanha,
E assim como a pedra, nossa vida,
Sempre tentamos subir e alcançar,

E Sísifo nunca perde a façanha,
Pois sua busca é momento de partida,
Pra renovar cada nascer, sem parar

Evan do Carmo