Coleção pessoal de Eu1695
À custa do seu reflexo nas margens do espelho dos olhos alheios
Vivendo...
Metade do olho redondo aflito nas gotas da chuva refletido.
E sendo, estando... no rastejar da vida.
Quem dera pudesse ser mais que uma cápsula, querida.
Ser mais que um vulto no tempo.
Teus olhos, teus olhos lívidos e flácidos!
Templo dos meus tormentos,
Calabouço das feridas,
Ou, simplesmente, ferro em brasa.
Mais só em mim
Que a outros nada transfere tua infeliz melancolia.
Só a mim espanta seus espasmos, seu assombroso desejo de não ser.
Só meus olhos nos teus refletem e.
Desce do precipício da vã melancolia
Trás a alma ao corpo e fia o resto, sem pretéritos imperfeitos.
As caras perguntarão:
É tua essa frieza?!
São sabem que dorme nas correntezas. Pedra da feroz cachoeira.
No âmago treme de frio pelo vazio dos corpos. Pela cor opaca das nuvens.
Abraço-te a mim, abraço.
Os braços colados. Dispersos...
Cedo ao movimento das ondas da cachoeira.
Abraço o reflexo das ondas.
- Veja amor, estou toda encharcada.
- Nesse tempo de calor.
- Eu sorvi as nossas lágrimas.
Bebi tudo por amor.
- Deixa tudo destilar.
Deixa tudo diluir.
- Já vou me desarranjar.
Nosso amor... Me destruir.
- Por que fizeste isso?
Nosso lamento é um veneno.
- Tenho por nós compromisso.
Já estou me derretendo.
Nosso amor
Para você foi brisa de fim de tarde
Para mim, tempestade
Hoje você diz que é um fim de brisa
Eu digo - saudade...
Nosso amor foi meu amor
Quem sabe...?
Poeminho do Contra
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!