Coleção pessoal de eriecsoulz
Sabemos que a Dona Fuga nunca foi capaz de resolver problema algum, mas há alguém que a persegue e lhe perturba incansavelmente, a Senhora Consciência, sempre tentando mostrar-lhe o quanto a vida poderia ser diferente se ela passasse a agir diferente, não certo nem errado, simplesmente diferente. Quando, depois de muito tempo, Dona Fuga parou de fugir, foi porque conheceu o Senhor Aceitação, apaixonou-se pela sua força, seus olhos sempre ao horizonte, seu sorriso discreto, porém amável, puro. Notava-se no rosto deste Sr., marcas deixadas pelos dias de sol escaldante em que vivera na amargura. Hoje ao contar suas histórias tem brilho nos olhos: “A dor era grande, mas poderia ser maior, ela deveria ser maior. EU SUPORTARIA. Era tão doloroso pra mim quanto para meus companheiros, nada mais e nada menos, mas em seu ápice, eu a surpreendi... Estendi as mãos e ofereci ajuda, reconhecendo que ela também precisava disso, mais que eu. Quando sua reação foi não reagir, com cara de espanto, eu sorri e ela desmoronou.”
O relacionamento deveria ser um elo de companheirismo mútuo, no qual cada um doa parte de si para complemento do outro.
A Terra tem aproximadamente 510.100.000km² de extensão territorial. Um coração humano mede, em média, 13cm.
- Caro Coração, coloque-se no seu lugar, controle seus sentimentos e pare de pensar que o mundo gira em torno de ti.
Gostamos tanto de quebrar regras que se houvesse uma regra dizendo "quebre as regras", quebraríamos esta regra não quebrando as regras.
Tudo o que é comum um dia foi incomum, a transição é natural, já o contrário, transformar algo comum em incomum, requer esforços.
Se você tem uma condição diferente daquilo que é considerado comum na sociedade e alguém lhe diz que você não se enquadra no padrão que ela adota, não se ofenda, apenas mentalize uma inversão de papéis:
- Quem não se enquadra em algo aqui, na minha vida, é você.
Vocês pareciam tão pilhados quanto eu
Ríamos de chorar
O carro parado, rodava a cidade
A mais de 140 km por hora
O vento da madrugada repuxava o rosto desconfigurado
No vidro da janela, o reflexo de mim mesmo
Me acompanhava feito sombra
Agarrado pelos pés de um solo infinito que ruia
Íamos, íamos, íamos e nunca chegavamos
Duas e dezenove, 2:19, três, duas e dezenove
Eita, que p**** é essa?
Diga-se de passagem, mas estavam todos lá
Um a um iam se apresentando
Música, olhares, toques e sorrisos
Complexos, incertos, oportunistas, poderosos eu diria
De fato aquilo tudo era ridículo
Mas foi tudo que ficou, desde o princípio
No primeiro golpe
Fugimos no estalo do recado
Leves, tão leves, que voavam, flutuavam
Não parecia certo, mas era bom
Muito bom pra ser verdade
E não era
Há uma grande incógnita que permeia o tempo. Onde ele está? Pra onde foi? Pra onde nos levará? Quando nos levará? Quanto tempo resta, para aqueles que não podem ou não querem? Quanto tempo o tempo faz e se expande para benefício dos superdispostos? Tempo cura ou apenas ameniza?
Aquela situação não me permitiu raciocinar claramente sobre os fatos.A razão no ápice do confronto com a emoção. Tudo que acreditei, construí, fiz e refiz, naufragou. Perda de tempo. Tempo que não há como recuperar. Pronto, tudo se foi. Fim.
Sobrevivi ao naufrágio, conquistei um barco novo e por isso hoje estou aqui. Ancorado. Aprendendo, mesmo meio ao tempo agitado, a navegar com tranquilidade. Não poderia ter julgado tudo aquilo, como perda de tempo, pelo menos não, até que aquela interna disputa se acabasse. Fui impulsivo. Toda experiência que trago atualmente na bagagem é de minha serventia.
Tempo, você logo virá. Traga-me apenas um final feliz.
Dorme-João
Deitado sobre o campo alagadiço
Escorrendo num cabelo vermelho acastanhado
Como um vielo desperdício
Tóxico, entoxicado, entoxicante.
Recuou-se e tranpôs-se em linhas ocultas
Os braços eram muitos à alisar-lhe
Mas se fecharam numa encruzilhada de ferro
Também desativada
Que hoje os sepulta
O curso nos levou e sempre levará
Foram todos os espinhos...
Tão pequeno, tão frágil e defensor.
Reativo, misterioso e sagaz.
Reputado, condenado e julgado.
Ainda assim
Tão bela florescência.
5 sentidos
Toque-lhe a face e sinta a textura da alma
Toque-lhe os ouvidos e escute o som do mundo
Toque-lhe as narinas e sinta o cheiro da vida
Toque-lhe a boca e deguste os mistérios deste mundo
Toque-lhe os olhos e veja o reflexo da criação Divina
Você
Pensamentos contrários
Se rebelam aos montes
Vagam e explodem
Vem direto desta fonte.
Oh coração amargurado
Que tão infeliz a vida levou
Preza pelas jaulas
Onde ali se enraizou
Prende os ares e os leões
Prende as arvores e os trovoes
Prende o amor e prende a vida
Prendeu o cabelo e foi
Mais uma patrulha possessiva
Mesmerizado por um corpo morto.
Um anjo injustiçado, cupido malcriado, cego e sábio, um jardim encantado num sótão arejado, vendo um barco azul com mil cartas a afundar, um xadrez empoeirado servido de alegria, um abraço apertado para um filho que vai nascer.
Este é meu jardim, perambula por ele das essências mais leves as mais excêntricas, você pode não gostar ou se apaixonar. Cada um é cada qual em seu lugar. Eu serei eu, apenas eu e nada mais.
Ajoelhada sob a lua cheia, reverenciou para a Rainha passar em visita aos presos da masmorra. O que pretendia? Certamente coisa boa não era. Ferozmente levantou-se, ergueu duas das mãos aos céus e levou duas delas ao coração, fechou os olhos e pediu proteção a si mesma, em voz baixa sussurrou: “Haja o que houver devo protege-la! Devo honrar aqueles que um dia me salvaram.”
O céu, ensolarado em seu magnifico azul claro ou mesmo nublado e acobertado de nuvens negras e raivosas, sempre me parecerá uma grande fonte de inspiração. Cada qual, com sua beleza, sua grandiosidade, seu brilhantismo. Não há motivos para lamentar os dias chuvosos, mesmo pelas complicações que eles possam trazer. Não tenho dúvidas que serão tais complicações os motivos da evolução e do aprendizado. Será a dúvida que nos desenvolverá coragem para escolher dentre as opções, será o imprevisto que nos ensinará o poder do improviso, serão as lágrimas que nos mostrarão a pureza de um sorriso. Somos tão pequenos. Nossos problemas são tão pequenos comparados à imensidão e a infinidade deste céu. Quantos mistérios ele esconde? Por que não contempla-los em sua beleza natural, sem julgá-los, apenas deixando-os ir.
O pensamento me faz delirar, acreditar naquilo que não posso ver nem tocar... Atravessar a barreira do impossível e ir além da realidade. Reviver o passado e mudar o futuro...