Coleção pessoal de Epifaniasurbanas

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A margem espero o descanso do rio.
Ao ouvir o som de suas águas aquieto-me.
Sinto um misto de esperanças vindouras e medos pontuais.
Transbordo. Rompo diques, mas nunca é o suficiente.
Estou cansado! Contenho-me. Sustento todo um ecossistema.
Será que um dia chegarei a minha margem?
E lá chegando... será que poderei finalmente descansar?
E nesse merecido descanso... encontrarei ouvidos interessados em meus ruídos a fim de encontrar neles sua própria calmaria?
A margem espero o descanso do rio...

Neste instante estou de pé.
O que acontecerá amanhã?
Você sabe?
Eu não.
O agora é tudo que tenho.
Por favor, não me desperdice!

Antes de julgar ame primeiro, pois ninguém pode dar o que nunca recebeu. As vezes falta ao outro o amor com que amar.

A folha, no outono,
que outrora surgiu.
Com a chegada do frio
caiu.
Pois a àrvore
desistiu,
de gastar sua energia
com quem só lhe consumiu.
Preferiu canalizar tudo que tinha
com quem mais lhe valia,
sua própria raiz.

Todos a quem amo deveriam saber ...
Costumo observa-los a distancia.
Para que sempre tenham a liberdade
de poder voar e ao cantar escolher o
tom e canção.

“Não é fácil ser autêntico, num mundo onde viver de aparência é fundamental.”

Percorrer pela subjetividade me permite arranhar a objetividade necessária para manter a minha mente sadia. A poesia é meu passaporte do já para o ainda não. Com ela caminho, descubro, estaciono e parto. Não me engano entre os mundos. A objetividade sempre prevalecerá.

“Saudade é equinócio.
Equinócio é aquele evento atípico quando o dia e a noite tem a mesma duração.
A saudade é aquele raro momento quando a alegria e tristeza tem a mesma intensidade.”

“Mãe tem o ventre que não cicatriza e o coração que não despeja, para que o filho sempre seja seu inquilino.“

“Somente no recuo da maré é possível ver os presentes do mar deixados na areia.

Será o sol e as lembranças do verão que irão aquecer nossas manhãs de outono.

Serão os risos provocados e as demonstrações de afeto, que adoçarão a alma e nos ajudarão a suportar o dia do luto.

Por que a vida como tudo passa, mas algo de bonito sempre permanece”

Amar é crer na metamorfose do ser.

O conhecimento se dá no engajamento.

Tragédias e mais tragédias no meu Brasil. Nada muda. Tristes tempos pretéritos presentes.

A brevidade física do amor distante agiganta as ações. A saudade perene é quem aufere o amor.

A poesia promove o encontro entre homens e almas. Catequiza os corações religiosos, mas ainda não espiritualizados.

“Fui pego
em flagrante
ato de amor.
Defendi-me,
declarando-me
culpado por todas
platonices
ocorridas
em meu cotidiano.
Amo de propósito.”

O “pão nosso de cada dia” não é uma oração que visa o pão como um bem próprio, mas, sim um pedido de socialização deste pão.
Um pão que não deveria ser só meu ou estar apenas em meu poder já que o pão e o pai, como diz na própria oração, deveria ser nosso.
Pedir apenas o pão de cada dia é uma denúncia clara que o Cristo é contra o acúmulo de bens.

Os poetas escrevem sobre verbos que perdem sua função, ficando inanimados, diante de certos substantivos próprios.
A pontuação é quem o ajuda no discorrer de suas histórias . A exclamação é quem diz;
- tem uma emoção sendo contada.

"Queria ser um herói.
Não para ter poderes
equivalentes a mil sois.
Não.
Não para me tornar um juiz
e as vezes algoz.
Não.
Não pelo reconhecimento em ser belo, forte
ou super veloz.
Não.
Queria ser um super herói apenas por um motivo...
Nos heróis
as feridas não doem"

“Entre as aspas
um novo
Eu”.