Coleção pessoal de Emylyaf

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⁠Eu me li e reli várias vezes, questionei, refleti e me mastiguei, engoli palavras, engoli dores, engoli pensamentos, solucei lembranças e chorei mágoas, respirei desilusões e contrai angústias, adoeci cronicamente, me refiz por fora, me reservei por dentro, dificultei, lutei, resisti, intensidade minha, legítimo verso, sou eu minha obra, meu universo, corpo, mente em espírito, absorvo-me como visto, descendo da arte, é o que soma a minha natureza.

⁠Cogitei hoje cedo ao acordar, a cerca dos meus lares mais privativos; complexos e profundos, reprofundei ainda mais, então tive a sensação de percorrer vários vestibulos cromados que refletiam-me como poeira, lembranças e clarões, então reuni em mim minha grandeza, pra não ruir e findar-me ao acaso, e cair no mesmo despenhadeiro do autodesprezo.

⁠Mísera Alma combalida que reconhece os danos da vida, desapossa do que lhe é essência, e perdes a cor da vida pra te afogares no negro completamente opaco, o pouco que experimentastes por tanto tempo e perpassou, te ausentou a bondade pra te sobrares o pior. Desprezam-te a virtude, desaprenciam tua particularidade. Torna tua complexidade nula, dar-te ei a espada e que teu coração seja teu escudo, teu brasão tuas cicatrizes e tua força o pesar.

⁠Migalhas de prantos, que molham-me o rosto e imerge meu coração, dizima minha ternura e sobrecarrega minha mente, rompem-me sentimentos e criam-se milhares de ansiedades. - me deprime o avinagrado desadormecer pra vida - mergulhei e boiei, nadei no infinito mar de desilusões e angústia do meu ser, pra aliviar meu anseio de me perder e sumir de mim mesma.

⁠Soube apreciar o enverdecer da floresta, sua calmaria em constante mudez, e seus galhos alvoroçados que por nada mal emitiam som - para meu eu lírico, deixo o que mais emite sentido - o Sol da meia noite que nunca á de se pôr, pra mim tem valia de grandes sons melódicos, minha alma sintoniza com o mar e céu, que juntos formam a mais clara pintura natural que reassoa em meus ouvidos, e me trás um sabor doce e quase eterno em um momento.

⁠É quase ressonante sua alma debilitada, que revés sua vida, pormenor sua ossaria pútrida sob a terra traiçoeira do cemitério, diante de sua existência epíloga; acabada, e dizia sua lápide esquecida, aqui jaz sua expectação.

⁠Apetece o olhar sereno do céu mais escarlate, em sua festa trovejante sob mosaicos na colina - vens ver tua majestosa abrigada, que também está a festejar sem tua companhia - sereno é o olhar sim, deste olimpo fantasma, que te cobre de sentimentos e de deslisura, pois bonito mesmo é a verdade que se esconde atrás das respectivas chuvas e neblina lugubre.

⁠Uma vida Solitária e Angustiada, Cujo o mundo tirou seu brilho, escrevendo pra amenizar essa dor e vazio e assim suportar seu universo caótico e deglutir a seco essa humanidade completamente desalinhada.

⁠Nebulosa onda mental, intrafegável ao caminhar, sem horizontes, sem ar. Volúvel e instável, meu ser, cai em seu próprio precipício desmedido e incompreendido. Insípido e doloroso, resiste e persiste, sem volta, sem ida, perambular em seu universo, tremenda perda, nesse ensejo, retrocede, vai longe, e então, funde-se ao acaso, ao todo, em sua própria consciência.

⁠Subjugue teu próprio espírito para assim dominar tua mente, para assim reprimir a matéria ínfima, nesta parcela conseguir alcançar a si mesma através de sua própria dimensão existencial, visando sua força e importância.

⁠Quanto mais você se distanciar do mundo, mais o mundo se distancia de você.

⁠Desse perfume parado no ar ressoa condensado minha própria essência, cujo a alma fortemente se compõe dessa grandeza, por me vê como sou, admirado ou enojado pode ficar, se não souber sentir dessa intensa e constância energia, pois assim, não me apreciaria.

Minha cabeça parece uma nuvem negra presa num vórtice de pessimismo e negação.

⁠A filosofia desta vida é a arte do pesar e a solidão de sua magnitude companhia, a podridão do mundo me curou a cegueira, e tomei como princípio de vida, a solidão e o silencio é liberdade para minha alma ferida.

⁠Tristeza incontida no peito, longa tempestade incontida num choro, quis me abrir e me revelou sombria, lamento pelos meus sentimentos, a noite me pertence, onde a luz do sol não entra, e o resto do mundo esquecia, me vendo presente em gélida agonia, maré de angústias, e fiz-me escuridão e luz.

⁠Penso ser essa matéria escura presa num vazio cósmico, cujo desolada permaneço em inércia, como um borrão de existência, sufocada, e ir-me-ei por vias tão lúgubre, e espeça, precito espírito amargurado, tão poético seus dias e seu amanhecer caótico, nessa imensidão de nada, desdita tua própria vida, e por ela não vale a pena lamentar.

⁠A vida é uma constante luta pra benefício alheio

⁠Vão-se os cérebros, e ficam-se as bundas. Aparência, vaidade e futilidades, o mundo involuindo a cada dia, impossível não se indignar, os que se sentem bem num mundo doente, é que está mal, a cegueira é o que alastrou o mundo, não querem abrir os olhos, os mesmos que vivem uma hipocrisia de viver.

⁠As vezes imagino se estou cá realmente, ou lá, ou ali, ou simplesmente de cama, dormindo, ou até em coma, fantasiando todo meu itinerário.

⁠Se eu pudesse decodificar a vida e a razão de pouco tempo e a ausência de tanta felicidade, onde o sofrimento ganha mais alcance num mundo pouco favorecido, tanta desvalorização e autovalorização, tanta gula e pouca caridade, às pessoas gostam de se mostrar solidárias, mas no fundo vivem uma vida mesquinha e autocentrada, gostam de se autoafirmarem humildes, mas são soberbas e egocêntricas, não buscam ajudar o próximo, buscam ganhar notoriedade com tais intenções, pra suprir um ego frágil e elevar a própria imagem como bom humanista.