Coleção pessoal de EmOutrasPalavras
Se os homens, na escolha do cônjuge, buscam antes de tudo um ser profundo e sensível, enquanto as mulheres buscam alguém sagaz, brilhante e com presença de espírito, vê-se claramente que no fundo o homem busca um homem idealizado, e a mulher, uma mulher idealizada, ou seja, não um complemento, mas sim um aperfeiçoamento das próprias qualidades.
SEU INIMIGO É SEU MELHOR MESTRE, porque para enfrentá-lo você precisa utilizar toda a sua inteligência e sabedoria.
Idealmente, para ir de um ponto a outro, o caminho reto é o mais curto, mas na trajetória de vida das pessoas costuma ser muito difícil evoluir em linha reta. É comum surgirem imprevistos que alteram nossa trajetória e que, aparentemente, nos fazem perder tempo. Ainda assim, saber enfrentar essas circunstâncias imprevistas, essas complicações, nos permite crescer como seres humanos. Sofrer um acidente parece não trazer nada de bom, mas, se formos capazes de extrair algum aprendizado da situação, sairemos fortalecidos. Aprendemos mais tendo de avançar contra o vento do que com o vento a nosso favor. Nas curvas que nos desviam de nossa estrada podemos encontrar muito mais lições. Tudo o que nos acontece nos convém.
ÀS VEZES, O DESTINO É COMO uma tempestade de areia que o faz mudar de direção. Você pode tomar outro caminho, mas o fenômeno o atrapalha. Você volta a mudar de rumo, mas a intempérie o desvia novamente. Ela brinca por cima de você como uma agourenta dança com a morte pouco antes da aurora. Por quê? Porque a tempestade não é algo que sopra longe, algo que não tem nada a ver com você. Essa tempestade é você. É algo dentro de você. Assim, tudo o que se pode fazer é render-se a ela, andar a passos firmes em meio a ela, fechando os olhos e protegendo os ouvidos, e caminhar através dela, um passo de cada vez. Dentro da tempestade não brilha o sol nem a lua, não há direção nem sensação de tempo. Só há a fina e branca areia fazendo redemoinhos para o céu como ossos pulverizados. [...]
E, uma vez amainada a tempestade, você não se lembrará de como se livrou dela, de como conseguiu sobreviver. Na verdade, não terá certeza de que a tempestade realmente cessou. Mas uma coisa é certa: quando sair da tempestade, você já não será mais o mesmo que caminhou por dentro dela. Essa é a essência da tempestade.
Ainda que eu seja um forte defensor da liberdade de pensamento em todos os âmbitos, sou, porém, da opinião – equivocada ou não – de que os argumentos usados contra o cristianismo e a existência de Deus quase não causam impacto nas pessoas; é melhor promover a liberdade de pensamento mediante a gradual iluminação da mentalidade popular que resulta das inovações científicas. É por isso que sempre tive por objetivo evitar escrever sobre a religião, limitando-me à ciência".
(trecho de uma carta de Charles Darwin divulgada por Eduard Puncet)
Esvazie seu ego completamente;
Abrace a paz perfeita.
O mundo se move e gira;
Observe-o regressar à quietude.
Todas as coisas que florescem
Regressarão à sua origem.
Este regresso é pacífico;
É o caminho da natureza,
Eternamente decaindo e renovando-se. Compreender isso traz a iluminação,
Ignorar isso leva à miséria.
Aquele que compreende o caminho da natureza
Chega a apreciar o todo;
Apreciando tudo, torna-se imparcial;
Sendo imparcial, torna-se magnânimo; Sendo magnânimo, torna-se parte da natureza;
Sendo parte da natureza, torna-se uno com o Tao;
Sendo uno com o Tao, alcança a imortalidade:
Pensa que o corpo permanecerá, o Tao, não.
(Tao Te Ching)
Se você fica na ponta dos pés, não permanece de pé por muito tempo;
Se dá passos muito largos, não pode caminhar bem;
Se se mostra a si mesmo, não pode ser bem-visto;
Se se autojustifica, não pode ser respeitado; Se bajula a si mesmo, não pode ter credibilidade;
Se se orgulha muito, não pode atingir a excelência.
Todos estes comportamentos são excrescências e tumores,
Coisas desagradáveis evitadas pelos virtuosos". (Tao Te Ching)
Era uma vez um indivíduo, de nome Harry, chamado de o lobo da estepe. Andava sobre dois pés, levava roupas e era um homem, mas no fundo era, na verdade, um lobo da estepe. Havia aprendido muito do que as pessoas com bom entendimento podem aprender e era um homem muito inteligente. Mas não havia aprendido uma coisa: estar satisfeito consigo mesmo e com sua vida. Isso não pôde conseguir." O Lobo da estepe, H.Hesse
Vou lhes contar um segredo: não lemos e escrevemos poesia porque é algo bonito. Lemos e escrevemos poesia porque pertencemos à raça humana; e a raça humana está cheia de paixão. A medicina, o direito, o comércio, a engenharia são carreiras nobres e necessárias para dignificar a vida humana. Mas a poesia, a beleza, o romantismo, o amor são as coisas que nos mantêm vivos.
Negar nossa divindade é ferir o pássaro canoro que habita em nós, é silenciar sua voz para não ouvir o que nos diz nosso ser mais profundo: que cada ser humano é seu próprio mestre.
A maior parte dos homens não quer nadar antes de aprender. Naturalmente, pois as pessoas nasceram para a terra, não para a água. E, claro, não querem pensar, pois foram criadas para viver, não para pensar. É claro que aquele que pensa tem o pensar como prioridade e poderá chegar muito longe, mas ele confunde a água com a terra, e cedo ou tarde se afogará.” (O lobo da estepe)
Todos devemos ter um sonho. Pode-se saber se uma pessoa se sente realizada pela dignidade que ela demonstra ter frente às adversidades. A vida tem um significado que o homem tem que descobrir; não encontrar o significado para sua vida lhe provocaria um ‘vazio existencial’. Diante das circunstâncias mais adversas, sobrevivem aqueles que entendem que suas existências têm significado e que há uma missão a cumprir. Claro que toda visão futurista tem que estar enquadrada em alguns princípios de vida e em alguns valores nos quais acreditamos. O sonho é alcançado na medida em que depositamos todo nosso empenho em atingir nosso ideal.
Solidão é como independência; eu a havia desejado e conquistado no decorrer de longos anos. Ficava fria, ah, sim, mas também quieta, maravilhosamente quieta e grande como o espaço frio e silencioso no qual giram as estrelas.” (O Lobo da Estepe)
Buda dizia que o ensino é um barco com o qual se passa de uma margem à outra, mas não tem sentido carregá-lo quando pisamos em terra firme. Para avançar na busca, devemos fazer nossas próprias perguntas, porque, depois de conhecer o que os outros descobriram, cabe a cada um levantar a cabeça e interrogar o céu estrelado com os próprios olhos.
Nunca vivi sem religião e não poderia viver sem ela nem por um dia apenas, mas pude passar toda a minha vida sem uma igreja. Não sou representante de nenhuma doutrina fixa e estabelecida. Sou um homem de mudanças e transformações. Nunca pude ser protestante e católico, partidário de Bach ou de Wagner; para mim, a vida e a história só têm sentido e valor na diversidade com que Deus se apresenta em inesgotáveis configurações.” (declaração de H.Hesse)
O homem não é de forma alguma um ser firme e duradouro, é mais um ensaio e uma transição, outra coisa que não uma ponte estreita e perigosa entre a natureza e o espírito. Ao espírito, a Deus, a determinação mais íntima o impele; à natureza, em retorno à mãe, o atrai o mais íntimo desejo: entre ambos os poderes vacila sua vida tremendo de medo.” (O Lobo da Estepe)
A memória coletiva é muito mais algo que nos une aos outros do que algo que nos separa. Saber que um suposto inimigo hospeda o mesmo inconsciente de sonhos e arquétipos que nós é um convite a rompermos a crosta dos mal-entendidos e darmos um passo rumo ao entendimento.
As plantas têm o seu ritmo, e a pessoa que cuida delas aprende a respeitá-lo e a integrá-lo em sua vida. Há muito o que aprender com um jardim em crescimento, pois seu estado e os cuidados que lhe dispensamos são um reflexo de nosso jardim interior. Quem é capaz de cuidar de seu jardim também pode cuidar de si mesmo.
A Justiça continuou e continua a morrer todos os dias. Agora mesmo, neste instante em que vos falo, longe ou aqui ao lado, à porta da nossa casa, alguém a está matando. De cada vez que morre, é como se afinal nunca tivesse existido para aqueles que nela tinham confiado, para aqueles que dela esperavam o que da Justiça todos temos o direito de esperar: justiça, simplesmente justiça. Não a que se envolve em túnicas de teatro e nos confunde com flores de vã retórica judicialista, não a que permitiu que lhe vendassem os olhos e viciassem os pesos da balança, não a da espada que sempre corta mais para um lado que para o outro, mas uma justiça pedestre, uma justiça companheira quotidiana dos homens, uma justiça para quem o justo seria o mais exato e rigoroso sinônimo do ético, uma justiça que chegasse a ser tão indispensável à felicidade do espírito como indispensável à vida é o alimento do corpo.