Coleção pessoal de EmilianoAraujo
Hoje você acordou febril
Hoje você acordou febril
E meu dia amanheceu estéril
Te ver triste não é pra mim
Não me culpe por insistir
Não posso não te ver sorrir
Sou tosco, sou palhaço
Mas tudo é pra não viver nesse espaço
Onde o seu abraço é fraco
Seu rosto pálido.
Mas admito
Tenho exagerado ao cuidar
Mas é preciso prevenir
Nem tudo da pra remendar
E se você chorar?
É desespero que não posso suportar.
Preciso te fazer sorrir,
Pra enfeitar meus horizontes
Colorir a minha vida
Cobrir e nutrir o nosso sentimento
Por que se você não está
Não resta com o que sonhar
Então me permita rezar
Viver sem você é dor
Que não dá rimar
Nascentes de água do mar
Meus olhos são nascentes
de águas do mar
Que gotejam persistentes
as mágoas a transbordar
O tilintar desse dia
onde a luz mal chegada
iluminava outra despedida
Faltou o "Eu te amo" na partida
Oceanos eu crio em um momento
Tempestades crio em copos d'água
"A minha alma partiu-se como um vaso vazio" - Apontamento
A minh'alma se diluiu, e salgou o mar
Tempo, aproveite-se de meu olhar vazio
Passe sem me fazer perceber
Jogue-me a beira da morte
Pra que possa finalmente me esquecer.
E Se o Coração Dispara
E se o coração dispara,
Quando você fala?
Na verdade ele quase para
O corpo todo amolece
Fico que nem bobo
Precisa ver minha cara
Mas eu tenho medo,
O coração é ingênuo
Se engana por sorriso
Perde o compasso
Se aquece por felicidade
Mas se parte,
E aí tudo vaza
Vaza como lágrima,
Pra regar tantas palavras
Eu quero uma história
Eu quero uma história
Que comece com
“Era uma vez”
Quero na memória
Todas as lutas que enfrentei
Todos meus motivos pra sorrir
A minha vitória,
É correr por todos os caminhos
Sempre sorrindo
Não importando com os espinhos
De rosas que não cativei
Quero capturar algumas estrelas
Quero um céu sempre azul
Quero alguém pra me ajudar
A terminar tudo o que comecei
Quero poder escrever
“Feliz pra sempre”
E fazer de todos os momentos
Eternidade.
Meu momento de te ver sonhar
E se o mundo acabasse hoje,
Ou apenas o nosso amor.
Sei que o resultado seria o mesmo
Não haveria mais fulgor.
Mas se seus olhos molharem,
e essas lágrimas no chão tocarem.
Prometo te recompensar com sorrisos,
e apenas estes permitir florescer.
Na beira da Pampulha caminhamos,
Niemeyer brinca de ser gênio,
a felicidade é quase concreta
Só falta o meu balão ver voar.
Na noite aviões imitam estrelas,
O céu ignora o mar
E o mais importante de tudo,
É meu momento de te ver sonhar.
SONHEI
Hoje quando acordar,
Não quero me levantar
Vou pegar o meu caderno
E desenhar a gente junto
Porque ontem sonhei.
Revivi nossos melhores momentos,
Sorri ao te ver sorrir
Te amei por você existir
Mas chorei ao tentar te tocar
Você não estava mesmo ali
Acordei sem querer me levantar
Te desenhei onde você devia estar
Sorriso aberto, sincero
Mas sempre serei ínfero
Pois te venero, e venerar é veneno
Que te faz morrer por amar
Eles pensam que chegaram ao ápice da evolução
Mal sabem eles que outros também pensaram, antes da extinção.
Esse Capitalismo sedento, que contabiliza o mundo
Por uma liberdade comprada
Meu valor medido por lucro/hora.
Sou uma cor em um gráfico de rendimentos.
Será que valho o investimento?
Vendemos vida por salário minimo,
No Mercado quanto valem os sorrisos?
Vivemos em sociedade, seres da razão.
Enquanto os animais vivem em grupo,
Para própria proteção.
Vivemos cada um por si nessa selva de distinção.
Troco esse poema por um pedaço de pão,
Um arroz com feijão, porque pra quem não tem nada,
De nada adianta alimentar o coração.
Essa liberdade sai cara,
tantas vidas acabadas.
Será que ainda cabe perguntar,
Se a minha felicidade cabe no orçamento?