Coleção pessoal de Emanuel_Sedano
Máscaras
Como não querer quando o outro não quer, ou diz não querer?
Como acreditar nas palavras letais que saem da mesma boca que um dia disse palavras tão doce?
Como se desapegar quando se acredita que tudo o que tem é aquilo?
Como olhar para frente se estou paralisado no passado?
Como dormir se todas as vezes sonho com você?
Lutas constantes, se não bastassem minha autodestruição, tenho que lidar com sua máscara, eu sei que vc usa uma, pelo na minha frente e na frente de muitas pessoas.
Será que vc já se permitiu chorar?
Uma hora as máscaras pesam, a força acaba, e nem mesmo o seu orgulho que tanto te acompanha, terá coragem de olhar na cara, ele irá se envergonhar pelo o que vc se tornou.
Espero está errado com minhas palavras, como estive quando acreditei nas suas.
Só Saudade
O ar começa a ficar mais leve, você quase não aparece em meus pensamentos, estou sempre ocupado, fazendo uma coisa ou outra. Mas quando a noite chega, é quando eu posso sentir a sua falta, no banho eu lembro de ti, no quarto, na sala, tem horas que posso dizer que até ouço tua voz. Porém, é só saudade, machuca, as vezes até choro, mas como eu falei, é só saudade, até machuca, mas logo passa.
Quando o amor vira ódio
Tem dias que acordo e a primeira coisa que me vem a cabeça é a falta que você faz. O único problema disso tudo, é que quando isso acontece, vc passa o dia inteiro na minha cabeça, ansiedade toma conta de uma forma fora do comum. E é quando eu te procuro. Tem dias que depois de te procurar me sinto idiota, outras vezes imaturo, por vezes até possessivo. Porém, comecei a sentir algo que antes nunca tinha sentido, raiva. Por algumas vezes lutei contra cada pedacinho de mim para isso não crescer, mas hoje, eu já não sinto vontade de lutar contra, até começo a enxergar vantagem em te odiar.
O melhor de um casamento é saber que por mais que às vezes ocorram brigas e desavenças, você trocaria uma eternidade de paz por esta adorável dor de cabeça...
Os escritores raramente escrevem o que pensam. Limitam-se a escrever o que pensam que os outros pensam que eles pensam.
Escolhas de uma vida
A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões".
Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.
Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida".
Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.
As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...
Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.
Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: ninguém é o mesmo para sempre.
Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua...
Assunto
Já se sentiu fora da caixinha? Um pedaço de um amontoado de células totalmente incomum? Hoje parei pra refletir sobre as coisas que não entendo, sobre coisas que eu gostaria de entender, mas ainda não tenho capacidade. Eu reparo ela e depois me reparo. Será ela tão incomum quanto eu? Será que somos tão diferentes assim que não dê pra chegarmos num meio termo? Eu não sei, não tem como saber. O que será do nosso amor se essa distância atrapalha? Por que falta tanto assunto entre nós? Todo dia sinto um pouquinho dela indo embora. Todo sinto um pouquinho do enquanto indo porta a fora. Será que sou esse amontoado de células diferentes que entender tudo errado? Ou ela que é o amontoado de células diferentes que precisa ser livre? Por mais que esse seja o assunto que eu e ela precisamos ter, esse será exatamente o assunto que nunca teremos.
Eu, sobre eu mesmo
Como falar de si próprio?
Sério, como falar de si próprio?
Eu sempre fui muito sonhador
Criativo e inspirador
Já quebrei a cara várias vezes
E me decepcionei com coisas de mais
Quando paro pra pensar sobre tudo isso
Sei que não posso voltar a atrás
Levantar é necessário, e ir atrás do que faz bem é a única escolha
Quando eu era pequeno, eu queria voar,
Mas por escolha dos roteiristas
Eu tropecei no infinito e comecei a me encontrar
Me encontrei em música
Me encontrei em na arte
Me encontrei em escutar
E me encontrei em atuar
A magia do cinema me encantou
Eu já chorei e sorri
Me encantei e me espandi
Fui convidado pelo destino a subir aos palcos
Com guitarra nas mãos
Ou com um personagem na alma
O teatro me adotou
E fora do tablado eu não sei quem sou
Quando as cortinas se abrem
E não exergam mais eu ali
É o único momento em que eu existo de verdade
Sei que ainda tenho muito a dizer
Mesmo não sabendo como
Na arte é onde me expresso
É onde me entrego
E onde eu morro
Quando tudo isso acabar, sei que terá sido um grande espetáculo.
Amo
Eu amo. Amo mesmo, não sei como, mas sei que amo. Quando te vejo, quando sorri, quando olha pra mim e quando pede o abraço que é seu por direito. Eu sei que eu amo. Amo seu drama, amo seu jeito, amo sua doce voz e amo você do jeito que me ama. Amo você, Maria
Definitivo
Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...
A Garota que eu amo
A garota que eu amo
é como um sonho em dia de verão,
capaz de fazer resplandecer o Sol em céu de tempestade com um simples olhar seu.
A garota que eu amo
fala tudo ao contrário, vive rindo à toa
e gosta de ouvir mil vezes a mesma coisa
A garota que eu amo
é sincera, humilde e companheira
e às vezes se chateia se eu não fico com ela até não mais poder
A garota que eu amo
tem um jeito todo especial de encantar,
maravilhar e de ser
A garota que eu amo não me ama
mas eu à amarei sempre
Eternamente...
UM SONHO
Ontem
Eu sonhei o teu sonho.
Sonhei que os soldados,
Cantando e dançando,
Libertando-se de todo mal
Surgiam de todos os lugares
Para velar o funeral
De todo arsenal
Das ogivas nucleares.
No sonho
Os homens não eram escravos
Nem de si
Nem dos outros
Tampouco das cores.
Pois o dinheiro
Havia sido morto
No combate com o amor.
As crianças,
Cravo e canela,
Dançavam com as flores,
Como não tinham fome
Caçavam estrelas
Quando cansadas
Tornavam-se nelas!
Sonhei
Que as mulheres e os homens
Não tinham coisas, mas sentimentos.
E em sinal de alegria
Plantavam suas orações
Não de mãos espalmadas,
Mas de braços dados
Com o milagre do dia.
E Deus – todo pequeno gesto de amor-,
Não freqüentava igrejas,
Livros ou estátuas
Apenas corações...
Ontem
Sonhei o teu sonho
Sem saber que também era o meu
ORGULHO MATA
Um amigo acaba de morrer em mim
Foi morrendo assim, devagarzinho
feito vento meliante que espreita madrugada,
quando percebi, já não respirava mais.
Não tinha percebido que a amizade estava doente,
e quando a amizade fica doente,
se você não tomar semancol, humildol ou desculpol,
o vírus da mágoa se alastra pelo corpo todo.
A mágoa é como lepra, primeiro apodrece a palavra,
o brilho nos olhos e depois o respeito,
é quando você dia olá querendo dizer adeus.
O amigo quando fina não vai para o céu,
fica vagando feito alma penada
no inferno da lembrança.
O finado amigo
é um espírito que fala através de outras pessoas,
e ainda que ele grite, você já não escuta mais.
Um amigo falece por vários motivos,
desde falta de açúcar nos olhos e
a fraqueza no abraço.
Mas o pior de tudo é o enfarte na admiração.
A admiração pelo amigo é o sangue que bombeia a amizade.
Sem esses glóbulos brancos, negros e amarelos
o amor acaba. E se você não ama teu amigo... jaz.
Amigo a gente não divide, se ele é menos a gente multiplica,
mas quando ele morre a gente já nem conta mais.
O amigo quando cessa
é o como se o passado cometesse suicídio
com um tiro na saudade, ou uma corda pendurada na lembrança.
Isso quando você mesmo não o mata,
atirando na testa um desprezo de pedregulho.
Quando a amizade começa a tossir... É bom medir a pressão.
Meu amigo está morto,
na autópsia consta que foi envenenamento: cianureto de orgulho.
O Funeral foi agora pouco, sem flores, sem lágrimas, no meu coração.
O enterro segue sem alarde em respeito aos familiares.
SERGIO VAZ
O Riso do Palhaço Sem Alegria.
Outro dia alguém, não sei bem porque e quando , me disse que a vida era um presente divino, e que devíamos saber aproveitá-la, e jamais esquecer de agradecê-la, quem quer que fosse o padrinho. E que por pior que se apresentasse a vida, estar vivo era um milagre dos céus.
-“Deus sempre sabe o que faz”, enfatizou o amigo, filósofo de botequim, cheio de paz no coração e repleto de alegria artificial na cabeça.
Fiquei meio assim com essa idéia de que a vida é um presente, porque outro dia também ouvi de um mendigo agradecido pela sobras de um almoço: “cavalo dado não se olha os dentes”, nesse mesmo dia o vira-lata ficou sem o seu almoço na lata de lixo. As migalhas não escolhem os miseráveis, elas são presentes do acaso.
É preciso estar no lugar certo, na hora certa, nos diz as pessoas que embrulham os presentes. Mas como os pobres e os vira-latas não têm relógio, sempre chegam atrasados. Assim como os ônibus.
Não sei quem me disse que para entender a vida era preciso conhecer a palavra de deus, mas como ele nunca apareceu pessoalmente, durante muito tempo acreditei nos mandamentos dos publicitários.
Lembram daquela profecia?”O mundo trata melhor quem se veste bem”. Pois é, o mundo dá crédito para quem tem crédito.
E aí, se a vida é agora, Vida loka ou Vida besta? Descobrir tem seu preço. Na verdade acho que a vida é uma das coisas mais engraçadas que o mundo nos dá, e que por isso mesmo, muitas vezes não tem graça nenhuma. Não é que eu seja mal-agradecido, e ria menos que devia para o destino, mas é que tem umas coisas que acontecem…
Vai vendo a ironia do destino, tenho um amigo que estava já algum tempo desempregado, estava vivendo de bicos -sei que tem muita gente que não sabe, mas viver de bico não tem graça nenhuma. Ele agora faz bico em uma loja de sapatos, e a coisa mais engraçada é que ele não é vendedor, nem gerente ou faxineiro, meu amigo é o palhaço da loja. É.
Ele fica na frente da loja vestido de palhaço, fazendo graça para as pessoas que passam. Parece legal né? Mas não é.
Quando eu o vi e reconheci-o até que foi meio divertido, não sei se porque o patrão estava olhando, mas seus olhos e a maquiagem mal-feita, o traíram. Estava triste.
Puxa, pensei um homem desempregado não deveria ser palhaço, ser palhaço não é uma profissão, é um estado de espírito, um dom. Taí, um presente.
Que tristes tempos nós vivemos, em que os circos se foram para o nunca mais, e os palhaços-trapezistas habitam as lojas de sapatos.
Também tentei fingir, e ri um riso falso de poeta que tem a boca desbotada, para que ele, talvez, se mantivesse digno em seu novo emprego, para que ele talvez se mantivesse firme na corda-bamba dessa vida, que mais parece sapato sem cadarço, para os que têm pés-de-chinelo e as pegadas miúdas que rastreiam o chão duro da felicidade que nunca vem.
Despediu-se de mim com os olhos e partiu arrastando sua tristeza oculta em outra direção. Ele se aproxima de uma menininha que se afasta meio com medo.
A Mãe, sem-graça, diz: “não tenha medo minha filha, é só um palhaço.” “Quem dera”, pensou ele.
“A Vida não é engraçada, um homem triste a fazer sorrir os outros?”, disse a voz do destino, segurando um cartão de crédito sem-limites na mão, e um peito vazio na outra.
Sem saber como chorar, ele respondeu com os olhos: “Não mãe, não é só um palhaço, é um homem sem emprego, desfrutando o presente da vida”.
Mas há os desempregados, que cegos, viram atiradores de facas.
Dói só de lembrar.
EU TE AMO
Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás só fazendo de conta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir
Por outras palavras, estamos condenados a improvisar.
Somos como atores que são mandados para cena sem ter um papel, um guia ou um ponto que nos possa sussurrar aquilo que devemos fazer. Nós próprios temos de escolher
como queremos viver. O homem está condenado a
ser livre porque quando é posto no mundo é responsável por tudo o que faz.
Gostar de alguém é função do coração, mas esquecer, não. É tarefa da nossa cabecinha, que aliás é nossa em termos: tem alguma coisa lá dentro que age por conta própria, sem dar satisfação. Quem dera um esforço de conscientização resolvesse o assunto.
Você é importante!
Leva
um
minuto
para
conhecer
uma
pessoa
especial,
uma
hora
para
apreciá-la,
um
dia
para
amá-la,
e
mais
do
que
uma
vida
inteira
para
esquecê-la.
Como é ruim ser esquecido pelas pessoas que gostamos.