Coleção pessoal de Ellenmocuishle

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Poesia identidade

A gente anda pela rua desviando
De carro, de placa, prédio,
Lixo, resto de alegria
A gente corre de tudo
Compromisso, família
Amigos, discussões
A gente então perde sempre algo
Dar presente no dia dos namorados
Escutar aquelas gracinhas de como você cresceu
Falar bobagem sem ser recriminado
Ver os pontos em que errou e tentar concertar junto
Daí sua respiração não te ajuda
As horas passam sem nenhum significado
Suas pernas estão cada vez mais agitadas
Você pára e pensa
Por que é que teu mundo se perdeu assim?
Antes era legal ler um livro
Mas, já não tens cabeça
A cafeína te deixa disposto
Trabalhar e ganhar dinheiro
E da janela percebe
A rua da vida é sempre mais estreita com o passar das casas
Quanto maior o número
Mais distante fica de alguém que possa te ajudar
Não deixe para o fim o que se pode fazer agora
É hora de organizar
Porque depois, você pode descobrir que se enganou por muito tempo
Sua rua era um beco
Sem classe
Sem nome
Apenas pedra pelo chão
Que não serve mais para nada
Senão, incomodar a passagem
De quem tem pernas para caminhar

Não queres ser parte de mim
a vida foi descendo a ladeira
meus ouvidos se atentaram aos sinais
percebi que o fato de te ver era apenas consequência
Você não ansiava estar ao meu lado
falava por educação
Fui tola
amei um reflexo
minhas lágrimas não nascerão jamais
E tudo o que me foi dito na noite mágica
sumiu de tua memória
Já não posso me apaixonar
paixões morrem no silêncio
já não posso mais amar
amor quebra asfalto e nasce uma flor
Dessa flor fiz um barco
quando pôr meu peso nele
juntos afundaremos
manterei meus olhos bem abertos
assim poderei ver onde por fim cheguei
Nada é eterno o tempo todo, mas, as chamas teimam em queimar!