Coleção pessoal de ElizeuSilva
Escuto quase todo tipo de música que me der na telha, embora tenha a consciência de que muito do apelo musical de hoje, não vale o assobio do Klaus Meine em "Wind Of Change".
Amor? Também o sinto. Porque, em alguns, isso leva tempo para acontecer. E cada ser busca uma expressão, ainda que silenciosa, para falar dessa fineza de sentimento.
Aos meus pequeninos, Artur e Elisa,
Vocês são, para mim, um ponto de encontro neste mundo.
Uma pitada literária
Sempre me impressionaram os personagens solitários. Talvez, pelas construções linguísticas das narrativas, ora em primeira pessoa, ora em terceira. Principalmente, pela técnica do discurso indireto livre. O protagonista epiléptico, por exemplo, do conto "Piquenique", de Moacyr Scliar, é absurdamente grande na minha mente.
Mesmo quando o entorno se mostrar adverso, e não apresentar mais ilusões, existe uma força que toda manhã nos põe de pé. O nome disso se chama esperança e se comunica com o nosso corpo, que é o espaço onde nos movimentamos no mundo.
Brás Cubas e os eventuais sons da natureza
"Agora, quero morrer tranquilamente, metodicamente, ouvindo os soluços das damas, as falas baixas dos homens, a chuva que tamborila nas folhas de tinhorão da chácara, e o som estridulo de uma navalha que um amolador está afiando lá fora, à porta de um correeiro. Juro-lhes que essa orquestra da morte foi muito menos triste do que podia parecer."
"Andorinha no fio
escutou um segredo.
Foi à torre da igreja,
cochichou com o sino.
E o sino bem alto:
delém-dem
delém-dem
delém-dem
dem-dem!
Toda a cidade
ficou sabendo."
-
Henriqueta Lisboa
"Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que você vê no seu caminho, você não sabe."
Otto Lara Resende
"Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo."
Otto Lara Resende
"Existem pessoas que sabotam as outras, não importa o cargo que elas ocupem. É o famoso "puxar o tapete do outro". A sabotagem ocorre em contextos favoráveis a esse tipo de atitude."
Talvez a arte seja aquilo que consiga reunir os pontos de fuga que escapam das classificações humanas. Porque não há explicação para tudo neste mundo.
Acabou vendo, Joan Brossa,
que os verbos do catalão
tinham coisas por detrás
eram só palavras, não.
SOBRE A DANÇA
Sempre achei a dança uma coisa ridícula. Essa coisa de dançar agarrado me parece algo meio que simiesco. Talvez na selva primitiva, um dos meus ancestrais era recalcado porque não sabia dançar. Sempre tive vontade de aprender essa coisa ridícula.