Coleção pessoal de ElizeuSilva
"RODEADA DE CANAVIAIS"
A pátria é o lugar onde a cultura cresce e floresce, independentemente de sua extensão territorial. Desde um vilarejo no sopé da serra mais longínqua a 'Nova Iorque' de qualquer país, a pátria é onde os sentimentos mais intensos são compartilhados pela comunidade. Que importa se nos tornamos estrangeiros ou nômades em outros lugares, se a alma pertence àquilo que nos formou?
RASCUNHO PUBLICÁVEL
Uma análise linguística, de cunho gramatical, não pode prescindir da leitura do texto e da sua interpretação. Sem, primeiramente, estudar o texto, sua composição de gênero, seu formato, o tema, o discurso que se organiza, de modo ideológico e filosófico, é quase impossível compreender a análise dos conceitos gramaticais aplicados no texto em estudo.
Todo texto é uma melodia que deve ser acompanhada por quem o lê. E isso está relacionado à força do hábito da leitura. Não "à força do ódio", expressão crescente daqueles que pulam a leitura do texto para a leitura dos exercícios.
É quase impossível, sim, entender a funcionalidade das classes gramaticais por si mesmas, uma vez que o seu efeito de sentido só acontece nos textos e que estes foram concebidos não pelo leitor, mas pelo autor, cabendo ao primeiro, encontrar esses sentidos, ainda que espontaneamente, dentro da leitura.
Um substantivo é nome que carrega consigo a natureza, a essência do ser. Sua escolha é, portanto, o núcleo do sujeito, o tema, o referente em análise. A escolha de um advérbio modifica a dimensão de algo; e o adjetivo atribui valores positivos ou negativos aos seres. Não é por acaso que quase sempre os adjetivos estão presentes nas opiniões. Desnecessário é provar a força do verbo, a classe desencadeadora das ideias.
Mais que um pensar linguístico, o estudo da gramática, aplicada ao texto, é um pensar filosófico. Porque a neutralidade da linguagem é um mito, segundo Ingedore.
Para além de instituições que dividem crianças e adolescentes em "cidadãos e bandidos", "santos e pecadores"; e que , por isso, devem ser condenados à morte ou ao inferno, a escola precisa enxergá-los como eles são: seres humanos em formação. Às vezes, é o mínimo e, em último recurso, o máximo, que a educação pode fazer
A ideia maniqueísta, que algumas pessoas têm, de dividir o mundo em duas categorias, faz os divisores se considerarem em que lado do muro?
A "PSICOPATIA ACEITÁVEL "
Pra mim, uma pessoa que mente, com a mesma naturalidade de quem dá um bom-dia, e sem motivo razoável para mentir, é capaz de qualquer coisa.
O mundo pode até acabar em guerra, mas um país atacar o outro, em pleno século XXI, parece ser um ato imbecil e primitivo. As imagens falam por si mesmas.
Se há um elemento comum que perpassa as dimensões espaciais, agora denominadas de Multiverso, é a busca de explicação para o enredo da vida. Na ficção ou nas hipóteses científicas, é isso que a humanidade procura.
A percepção desempenha o papel de ponte entre o mundo da linguagem – a consciência, o cérebro, a mente – e o mundo lá fora.
Facebook 2018
Você pode nem saber onde fica Itamaracá, mas conheceLia, a garota mais famosa da Ilha. Tão antiga quanto a cultura da ciranda. Quando menino, pensava eu que ela nem fosse de verdade. Para mim era um ser mitológico. Uma lenda pernambucana.
Quanto ao sujeito, que ele encontre em suas próprias falas mais do que pensava nelas colocar.
Merleau Ponty
O desengano é sempre a corte de apelo último a que todo homem pelo menos uma vez na vida já recorreu. É a pedra que recebeu a visada de Adélia Prado quando diz que às vezes Deus lhe tira a poesia e, ao olhar para a pedra, vê pedra mesmo.
É a linguagem a única e magna forma de síntese de que dispomos para a ligação entre o exterior e o interior, entre o mundo lá fora e o que se passa dentro deste mundo interior que, segundo Peirce, nós egoisticamente chamamos de nosso.
"Tudo o que se vê não é igual o que a gente viu há um segundo."
Esse trecho da canção de Lulu Santos dialoga com a citação de Gibson, quando este contrapõe o conceito de ambiente tradicional, herdado da física clássica, com o ambiente sob a perspectiva das relações ecológicas. A citação a seguir está mais especificamente centrada no ponto de observação:
"....Em vez de pontos e linhas geométricos, temos pontos de observação e linhas de locomoção. Na medida em que o observador se move de um ponto a outro, as informações ópticas, acústicas e químicas modificam-se correspondentemente. Cada ponto de observação no meio é único sob esse aspecto." (Gibson, 1986, p. 17)
Um estudo baseado no livro 'Percepção: fenomenologia, ecologia, semiótica' de Lucia Santaella
GERMINAL
A consciência escraviza o corpo, mas é ele quem dá a cartada final. Com a natureza o processo é semelhante: o homem a explora, porém é dela que vem o veredicto. As leis da natureza, que são as mesmas do corpo e que, muitas vezes são ignoradas pelo bicho homem, seguem ciclos mutáveis de destruição e de renovação. Um organismo morre, um nicho se altera ou some para dar lugar a outros organismos ou modos de vida. Tudo está interligado. Cabe ao homem, bicho da terra, escutar a voz que vem do coração. Cabe a cada um de nós conhecer os sistemas perceptivos do nosso corpo, que do individual se comunica com o coletivo e partilha dos mesmos medos, visões e percepções identitárias. Daí que explode a violência ou se desenvolve a empatia. Só o amor preserva a espécie humana de desaparecer.
Licenças poéticas (e filosóficas)
Escrevo porque o instante existe
E o escrever insiste.
Não há nisso vaidade consciente
Apenas o descanso reclamado
pela sensorialidade
de um corpo-mente.
Nessa subjetividade encarnada,
Escrevo para os que escrevem
E mais ainda para os que sentem.
Existe uma loucura desatada
Nos fios das relações
Não a loucura dos que perderam a razão
Mas a dos que a procuram.
Não há super heróis fora do cinema
Porque todos somos humanos
de pele, nervos e sangue.
Nossa força vem dos acordos
E não das palavras.
Quebrou-se o pacto,
Ninguém diz mais nada
Embora se usem as mesmas palavras.