Coleção pessoal de bonecadepano

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É desnecessário respirar
no fundo do lago.
Lá apenas as almas e os peixes
desvanecem em escuras
e mansas correntes...

Mesmo eu que nunca
olhei tão longe...
Sei dos medos,
dos arrepios que
o passado trás.


Parece que perdemos
coisas.


Ou deixamos de
carregar conosco
aquilo que parecia
tão precioso, antes,


tão necessário, agora.

Havia um tempo
onde o espelho
nada significava.


Remorsos que não
cabem num reflexo...

E isso é ...
e temos que levar
tudo olhando
pra frente.


Porque nada
volta e
o que se repete
nunca é exatamente
como foi antes...


Saudades
que sinto...


Mesmo sabendo que
o que se amontoa
nas minhas gavetas
são apenas
lembranças...

É assim mesmo.
O mundo abarca a gente.
Ficamos prisioneiros.
Cativos das mesmices,
dos vórtices concêntricos
de nossa inexpugnável redoma.

Um café e um amor… Quentes, por favor!
Sem excessos de doçura ou amargura.
Forte
Doce…
Que ambos façam meu coração acelerar.
Que me mantenham vivo.

Um café e um amor… Quentes, por favor!
E que de nenhum deles eu sofra de vício,
Mas que de ambos,
Eu possa me dar ao luxo do hábito


Um café e um amor… Quentes por favor!
Pra ter calma nos dias frios.
Pra dar colo
Quando as coisas estiverem por um fio.

E que eles nunca tenham gosto de ontem
Nem anseiem pelo amanhã
Que me façam feliz nesse agora,
Que me abracem pela manhã.

Um pouco de raiva não me fará mal. Há frutos que apodrecem por excesso de doçura.

A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranquilidade, querer com mais doçura.

Plante.
Prepare a terra com carinho, semeie com doçura,
regue com devoção,
proteja com amor, e sinta-se feliz em fazer tudo isto,
porque nesta vida a colheita nem sempre será tua,
mas a ação de plantar, em si,
é que consiste no verdadeiro bem.

Eu quero um punhado de estrelas maduras. Eu quero a doçura do verbo viver.

E a doçura é tanta que faz insuportável cócega na alma. Viver é mágico e inteiramente inexplicável.

Vieste de olhos fechados num dia marcado
Sagrado pra mim
Vieste com a cara e a coragem
com malas, viagens
pra dentro de mim

Daquilo que eu sei, nem tudo me deu clareza, nem tudo me foi permitido, nem tudo me deu certeza. Não fechei os olhos, não tapei os ouvidos, cheirei, toquei, provei. Ah! Eu usei todos os sentidos. Só não lavei as mãos, e é por isso que eu me sinto, cada vez mais limpo.

Saudade é um sentimento que, quando não cabe no coração, escorre pelos olhos.

Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.

Sou mais a palavra ao ponto de entulho.
Amo arrastar algumas no caco de vidro,
envergá-las pro chão, corrompê-las, -
até que padeçam de mim e me sujem de branco.

⁠Nós estamos em guerra. Eu não sei por que você está me olhando com essa cara tão simpática. Nós estamos em guerra. O seu mundo e o meu mundo estão em guerra. Os nossos mundos estão todos em guerra. A falsificação ideológica que sugere que nós temos paz é pra gente continuar mantendo a coisa funcionando. Não tem paz em lugar nenhum. É guerra em todos os lugares, o tempo todo.

⁠É importante viver a experiência da nossa própria circulação pelo mundo, não como uma metáfora, mas como fricção, poder contar uns com os outros.

A grande diferença que existe do pensamento dos índios e do pensamento dos brancos, é que os brancos acham que o ambiente é "recurso natural", como se fosse um almoxarifado onde você vai e tira as coisas, tira as coisas, tira as coisas.
Pro pensamento do índio, se é que existe algum lugar onde você pode transitar por ele, é um lugar que você tem que pisar nele suavemente, andar com cuidado nele, porque ele está cheio de outras presenças.

Presença

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, trevo machucado,
folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo.
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu te sentir
como sinto – em mim – a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!

A minha casa é guardiã do meu corpo e protetora de todas minhas ardências.

Costuro o infinito sobre o peito.