Coleção pessoal de elisasallesflor
Tu, tão amigo...
Eu, querendo-te " Tão amante"
Te sonhava à cada instante, em qualquer vento,
num canto qualquer!
...Eu, pobre menina apaixonada
... Tu amigo da velha mocidade
Em mim, serás sempre saudade
do meu primeiro amor,
que era amizade.
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
REENCONTRO...
Esta tarde, quando te vi
O tempo voou ao contrário
Tantos anos voltaram atrás
num único segundo de um olhar entre nós...
Olhei tua boca
E senti o gosto dos teus beijos...
Ah, que multidão de desejos!
...E naquele aperto de mão
um turbilhão de sentimentos,
intensos, retornaram, lembranças
de carícias tuas...
Que vontade de me atirar no teu pescoço!
De te namorar a noite inteira
Sorver uma taça de vinho
Beber mais um pouco de ti...
Ah, meu velho namorado de ontem
Eterno amor de sempre
Amigo, hoje...
Tão de repente.
E quando o sol descia no horizonte,
ela cerrava os olhos
Viajava longe
Aquietava a alma
e no íntimo dizia:
"Um dia a menos".
Paz no íntimo, enquanto o luar
subia as escadas do firmamento.
Eu brisa fria
na tua pele macia
ao entardecer...
Eu, pôr de sol,
morno no arrebol;
acalanto à te enternecer.
Eu, amor eterno
marcando tua alma à ferro,
sem poder jamais esquecer.
Eu, a rima dos teus versos,
desbravando os mundos
e universos de todo o teu bem querer.
Eu, motivação dos teus sorrisos,
embalo doce, gentil, terno e preciso
no teu acalanto... Tua vida, minha razão de viver!
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
ENTREGA
Toma, amor
São teus
Todos os meus
... Pensamentos do dia
Toda a minha ternura
Toda a minha loucura
Toda a minha timidez
e a minha
ousadia.
Toma, amor
São teus
Todos os meus instantes
Todos os meus flagrantes
Todos os meus rompantes
De euforia
De agonia
De fantasias
transbordantes
de apegos,
de desejos meus,
pelo desejo teu.
Toma
Meus versos
Meus complexos
Meus reversos
Desconexos...
São teus.
Toma
Minha lassidão
Minha adoração
Toda minha inspiração
em entrega
no que me doma
e me enverga
até o chão
Toma
Meus estorvos
Meus renovos
Minha apatia
e
Minha alegria
Tudo
Todo
eu
em
poesia.
Elisa Salles
( Direitos autorais reservados)
DESVELO...
Venha querido
Vem amar-me em meio às estrelas
Não peça permissão às horas,
nem à Deus
...nem à mim.
Ama-me mesmo quando eu não disser sim.
Tu entendes os meus silêncios
Ouves o meu olhar como ninguém mais
Entendes o dialecto do meu corpo
Decifras todos os meus enigmas
Tu, meu doce bem,
é todo o bem que há em mim!
E quando eu estiver quieta
faça festa nas minhas entrelinhas.
Estando eu séria, borda sorrisos na minha boca
com a boca tua...
Cheira meus cabelos
Beija a ponta do meu nariz.
Ternura que eu sempre
quis.
...E quando eu estiver pronta, me leva às nuvens,
tão alto, tão alta,
embriagada na tua saliva,
inocentemente lasciva,
eternamente cativa
do amor teu
nos versos e mundos meus.
Sim meu bem...
Ama-me até a lua se despedir do céu de breu
e o sol nascer nas curvas do meu corpo saciado,
devaneado,
pelo apego teu.
Elisa Salles
( Direitos autorais reservados)
UNICIDADE
Quero me misturar à ti...
Mesclar nossas essências
Confundir nossos átomos
Unificar nossas células
Amaranhar nossas
moléculas.
Na doçura,
na candura,
na descompostura
do ato,
do fato
de fazer
amor contigo.
Fundir nossos corpos,
tesar nossos músculos
nervos...
Nossos
fluídos,
incorporados,
intrínsecos
Um gosto exposto
pelo mesmo
gosto
do gosto teu.
Reunir cada pensamento
Cada sensação
Cada centímetro
dos nossos torsos,
ventres...
...Tão sós
Tão à sós
Únicos
Unidos no mundo
que contém
o
mundo teu...
O nosso mundo,
na unicidade
de
nós...
Compartilhar
nossos lamentos,
dores,
medos,
conflitos,
tormentos...
Afogado-os
Extirpando-os
Extinguindo-os
em cada centímetro
da pele que não repele
nunca
a tua pele
... E não há erro
Não há incertezas
culpas ou
dúvidas
Dívidas ou
cobranças.
Só beleza e poesia
em arte
e harmonia...
Teu corpo
no
meu.
Unicidade.
Enlevo....
Silêncio querido
Deixa-me beber todo esse instante,
de entrega tua à mim ...
Tão raro te ter assim
Cativo, submisso aos desejos meus,
fazendo festa nas curvas do meu corpo...
Ah meu doce, quietinho...
Murmura apenas meu nome
Faz-me saber que sou eu o motivo dos teus enlevos
E eu.
Ah, eu me deleito em ser o teu prazer!
Primavera de ilusões
Desce o sol sobre o solstício da mãe primavera
Um anjo palhaço voa, à anunciar novos sonhos
Ilusões para empurrar, no mar o barco à vela.
Utopias e devaneios de poetas tristonhos...
Terras do sem fim, ai de mim que as conheço!
Ai do meu poema que viu, e ouviu as verdades...
A dor que ignoraram, as senti e sinto__ Padeço!
Quando a ventania usurpou-me, má, as vontades
E de todas as incertezas desta vida. Sã loucura...
Das solidões que invadem as almas nas madrugadas
A minha é aquela que para a qual não houve cura.
Mas danço ainda o bolero dos que fingem alegria
E fingindo permito que a noite abra suas asas...
E a noite não tem luar. Eu, nem amor ou poesia.
UM POEMA CHEIO DE RAIVA
Só de raiva vou escrever
Vou escrever a raiva de não alcançar o poema
De não ter visto poesia alguma no meu dia
Por não me deslumbrar ante a vida, hoje
Por não enxergar o sol atrás das nuvens escuras
Por me deixar intimidar pela ausência do toque
Do beijo
Do abraço
Do carinho
Da afeto
Pela ausência da tua transparência
Pela ausência do teu desejo
Pela ausênsia do teu amor
Que imenso terror ser poeta de dor!
De melancolia
De nostalgia
De noite fria
De cama vazia
Até mesmo de boemia
Que Azia!
Dói-me o estômago até o âmago
... Ser poeta de saudade
Ser poeta que escreve o que sente sem fingir
o verso que sente em verdade.
Somente por raiva escrevi este poema horrível
E não vou termina-lo com leveza alguma
Hoje não houve levezas
Nem ventos nas roupas nos varais
Nem o cantar de pardais
Nem a panapaná à revoar sobre a margarida
Hoje não houve vida
... Juro,
não houve
Ou não vi ( se houve)
Ou não senti ( se houve)
Só esta raiva de não ter tido tua presença
E esta ausência é a ausência de tudo
Porque tu és tudo
Alheio à ti,
esta raiva,
este dia cinzento.
Nada mais.
Pronto,
só de raiva escrevi.
SUA FALTA
Hoje o poema não veio
Veio a tristeza
Veio a solidão
Veio a saudade
e a vontade de escrever...
... Mas não veio você,
e como você não veio
o verso se enclausurou
num cúbiculo escuro e úmido.
Se falta você no meu dia
voa a poesia,
e meu poema fica triste de morrer!
Geralmente estamos mais ocupados em reclamar pelo que nos falta
do que agradecendo por tudo que possuímos.
"Estamos enjoados de comer frango ou carne vermelha"
"Estamos enjoados de nossas roupas, sempre as mesmas"
"Estamos enjoados deste ou daquele perfume"
Será que já pensamos, hoje, naqueles que nem podem se cansar
de nada, porque não possuem nada para se enfadar?
Não podem enjoar de comer arroz com feijão. Porque nem isso tem!
Enjoar da mesma grif?
Não possuem um pano para cubrir seu frio!
Perfumes? Não possuem água para tomar banho, muito menos
uma barra de sabão!
Como somos ingratos na maioria das vezes!
Se não podemos ser gratos, que sejamos ao menos conscientes!
A vida não é um mar de rosas.
Aliás, geralmente está mais para uma mar tumultusoso
e bravio do que para um campo de papoulas.
Isso porque precisamos evoluir, e somente alcançamos
um patamar espiritual mais elevado em meio à dor e as dificuldades.
Não que estar feliz seja mal ou errado. Mas em meio às festas
raramente paramos para pensar naquilo que verdadeiramente
é essencial à espiritualidade.
Mas na hora do sofrimento não... Quanto a tormenta bate às portas
nada nos resta senão enxergar que somos incapazes para, sozinhos
resolvermos nossos problemas. É quando buscamos num poder superior
à nós mesmos, a manivela para sairmos do fundo do poço. Então evoluímos.
Que Deus nos abençoe.
Gratidão.
As vezes o céu se torna escuro
e as tempestades se anunciam com todos
os seus trovões e relâmpagos.
Nesta hora precisamos parar, pensar e buscar no nosso
interior a fé, que é a condição de crer no impossível e ainda
improvável.
Desta forrma, em meio ao furacão podemos visualizar
dias de sol e campos cheios de flores.
Gratidão
DIALÉTICA
Qual minha linha poética?
Linha poética?
Não a tenho...
tenho a alma poética.
Serve?
Em mim a poesia nunca se conclui
Estou sempre me transfigurando
Hoje crisálida
amanhã
perversão...
...Amor
revolta
ilusão
Sonho
Melancolia
Raiva
Utopia
Borboleta?
Quem poderá saber?
Sou tantas no poema, meu bem...
E o poema é tudo em mim!
Ele me liberta de todo
Pré( conceito)
Não o escrevo para agradar à ninguém
Não o escrevo nem mesmo para me agradar
É uma necessidade. Entende...?
Varro as madrugadas em busca constante do poema
Sou dependente do poema
Das suas leituras de mim
Perdoem-me por eu ser assim...
Intensa demais
Loucura demais
Dor demais
Afeto demais
Amor,
ah, se soubesses...
Quanto amor
Demais!
Mas não sabes
E nem poderás, jamais
saber...
Mas não importa
Não muda nada
A poesia em mim é tudo o que sou
O que fui um dia
e o que talvez nunca venha a ser!
Razão de ser...
No mais
nada mais a dizer...
Elisa Salles
"Deixo um ramo de flores do campo por onde passo, quando voltar quero ver riso nos lábios de quem as encontrou.Talvez eu jamais venha sorrir com eles, mas saber que sorriram
transborda meu coração de alegria."
"Tenho visto os homens fazerem guerras contra seus semelhantes
Tenho visto crianças que não podem brincar ou correr pelos campos
Tenho visto muita dor pelo mundo.
Mas também tenho visto irmãos pregarem o amor, a bondade, a igualdade e a tolerância; por causa deles ainda tenho esperança de um mundo melhor."
Vem comigo no meu caminho...
Vigio teus passos contra os espinhos
Ao meu lado pode até não ser perfeito, mas quando estiver triste pode repousar no meu peito, sentir perfume de margaridas ouvindo o cantarolar de passarinhos...
Somos amigos!
"Tomar nosso café da manhã num copo de vidro ou usando um aparelho de porcelana chinês não faz a mínima diferença. O que importa mesmo é se o fizemos com gratidão ao universo por mais um dia de vida."