Coleção pessoal de edsonricardopaiva
"Diferente dos pássaros
que foram feitos pra voar
e voam
Gente feita pra pensar
destoa da multidão, quando pensa
e quando pensa ...
pensa que voa"
Edson Ricardo Paiva.
Foi vivendo bem rapidamente
O dedo em riste e as mãos em prece
Tem coisa que existe e que nunca acontece
E quando acontece, é prá lá de distante
É chuva que chove muito além desses quintais
Nos jardins as folhas crescem, caem, se vão
Se vão pelos desvãos das mãos em prece
Nos olhos vendados, nos rincões do tempo
Parece até que no final deu tudo certo
O dedo em riste, o medo escondido
O coração deserto, perdido e ainda em segredo
Tão secreto quanto um sonho
Que, quando acontece, é pra lá de distante
Tão longe quanto o minuto passado
Vivido tão rapidamente
Quase tão desconhecido
Quanto uma vontade que passou.
Edson Ricardo Paiva.
O Tempo.
O tempo é a nossa faculdade
De poder sentir o peso do abstrato
E faz saber que o inexistente existe
Não pelo amor, não pelo olfato
Talvez pelo eriçar, pelo arrepio
A milimétrica estrada
O serenar de toda rebeldia
O vento que a todos circunde
Um velho ribeirão
Que ainda circule ao nosso lado e ninguém veja
O dia a dia
O nada que a tudo esfria
Um bule no fogo apagado
Um deus impiedoso e exigente
Que leva da gente uma imagem de espelho
Nos põe de joelhos...nos tira
Todo sangue, todo riso e toda poesia
Todo mal necessário
A tudo que for fundamental
Mas que não for preciso
Uma alternância inevitável entre calor e frio
É alguém que vemos mais de perto
Quanto maior for a distância
É montanha e desmorona, e que se faz ravina
O vento a varrer as rochas
O rio que não se acumula
O findável que não tem fim
E que é, enfim, a toda graça da vida
Quando o olhar um dia aprende a ver sua medida
Pois não há régua que o meça
É água lenta, sem pressa
Assim é o tempo que se passa.
Edson Ricardo Paiva.
Me pergunto se imaginaria
Numa tarde qualquer
Limpando a fuligem da vida
Não saber-lhe a causa
Sem querer saber-lhe a origem
Nunca mais fixar-me no assunto
Eu, a vida e os calendários de papel
Papel que queimou quase sem razão
Pela simples razão de ser feita de papel a vida
Hoje, rabiscada e corroída
Já não dá pra entender quase nada
Coração se cala de papel passado
Que de tão passado se queimou, virou fuligem
Ao tentar deixar lá no passado da gente
É que então se percebe
Irremediavelmente junto a nós
Para um dia cavalgarmos juntos
Numa estrela sem céu
De outro céu sem estrelas
Mais um, de tantos que a vida deu
Quão distante a alguma madrugada
Rumo a uma tarde qualquer
Limpando a fuligem
Sem sequer saber se me perguntaria.
Edson Ricardo Paiva.
Está decidido
À partir de hoje
É proibido odiar
falar mal e reclamar
À partir de hoje
É proibido ser infeliz
proibido fazer fofoca
proibido o diz que me diz
é proibido ficar doente
é proibido não entender
é proibido ser carente
Fica também decretado
Que todos serão obrigados
a gostarem uns dos outros
e também se olharem
como irmãos
Se você não tem religião
Esta lei é fundamentada
Na Eva Mitocondrial
Mãe dos seus pais
e dos meus
Se você tem religião
esta Lei se baseia
Nos Mandamentos de Deus
Ciência ou Religião
tanto faz
À partir de agora
É obrigatório
Viver em paz.
"Há dias
Em que aquela chuva
Que se toma com alegria
Chega a ser bem mais concreta
Que a fortuna bem arquitetada
Pois essa, sem amor
Não vale nada."
Edson Ricardo Paiva.
"Agora eu me despeço
E deixo ao longe toda despedida
Me despeço dessas coisas que tem preço
Dou adeus a toda sede que não eu não possa saciar
Esqueço a todo poço que cavei sem conta
Fui buscar na fonte dos desejos
A saciedade, o ar e a simplicidade
Sem pensar em talvez
Queria saber ensinar ao mundo
A arte de agir feito um louco
Louco de alegria, de felicidade e fé
Ter pouco, mas o pouco suficiente
A que pudesse dividir
Compartilhar cada risada, eu sei onde elas crescem
E se desse tempo
Plantar em todos os quintais, não dois
Mas três ou cinco pés de manga
E brinquedos, historinhas de medo, brincos de ouro
Ouro de mentira
Num tempo que a mentira for de mentirinha
Flores verdadeiras, mapas de tesouro e capas de revista
Brindar tua conquista, qual minha ela fosse
Como um doce que criança dividia
Prosaica como um velho amanhecer
Que nasce novo e de novo
Não negá-lo a si mesmo
Isso o faria fantástico e mesmo assim, possível
Que de mais nada se precisa, nem se espera
Não se devia esperar
Há um universo inteiro que se oculta por detrás da falsa paz
O inverso, a alma descalça à luz da lua, o pão circense
Só vence quem gritar primeiro
Alegria de hora de saida...e de hora de entrada
Onde tudo era de todos, ninguém tinha e nem queria
A mais valia era molhar na tempestade, correr encharcado
Do rio pro mar ou pra nuvem
Todos molham, todos correm, todos riem rios e chovem
É sobre lírios do campo e pássaros no céu
Era tudo sobre a mesma coisa e ainda é o que era
O tempo passa, não correu
Não precisa mapa a ver que o tesouro ainda está lá
Espalhado pelo caminho
Que seu nome não era esperança, essa não foi perdida
Ninguém sabia o seu nome e ela estava lá
Fomos nós que nos perdemos
Creio que na pressa de viver a vida
Ela foi sendo acumulada e se esqueceram dessa parte
Da louca arte de ser um lúcido
De tanta lucidez soar como loucura
Pois, desse jeito que fizeram, todo mundo enlouqueceu
A vida escondida nas dobras do tempo
Pra poder ser sorvida outra hora, em segredo
E disseram que o louco era eu."
Edson Ricardo Paiva.
Sonhei com a simplicidade
Não sei quanto tempo levou
Mas o instante durou
O tempo que a vida leva
Qual fosse um novelo de lã
Num castelo de cordas que se transforma
Um menino amarelo que amanhecia
Pra depois anoitecer mil vezes
Era o cravo, era a treva
Vento leve, uma brisa
Que sopra a verdade em seus ouvidos
Tempestade chega de repente
Semente de tempo que a vida leva
Sonhei que a vida era coisa singela
Era um doce com calda de caramelo
Que se vê na infância e não se prova
Não se esquece, que renasce como nova, todo dia
Porque o viu numa fotografia amarelada
Sonhei com a simplicidade
Que de simples que era
Passa a vida inteira e não se alcança
Desiste de esperar e de querer
Como quem não quer nada
Mas a alma
De seu jeito teimosa ela era
E ainda a espera calmamente
Porque
Sonho e vida são coisas que não se junta
E tudo se torna muito
Muito diferente, quando a gente acorda
Pode ser que eu só tenha sonhado
Que essas coisas todas não tivessem
Esse lado esquisito
Essa forma torta como a coisa é dividida
Onde há o feio e o bonito
O lado de cima, o outro lado
O disforme e o quadrado
O errado e o quase certo
Porque sempre que uma vez desperto
Tudo fica complicado
A verdade e a realidade
Contrastando outra vez com a pureza
Da simplicidade que eu sonhava
Onde tudo era caro ou barato
Era claro ou escuro
Mas não tinha passado
E nem futuro.
Edson Ricardo Paiva.
"Passarinho, fim de tarde
Pensamento, Sol que ardia
Finda o dia, nunca é mais um dia
Há um só momento, uma hora boa
O gosto de voar contigo assim
Breve instante em que eu te olho
E vejo em meu pensar à toa
Qual se fosse um passarinho
Eu trouxe o meu sorriso pra mostrar
Você nem viu, não veio
Não existe olhar que alcance
Passarinho foi-se embora
O olhar ao longe chora, ecoa
Pensamento não se cansa, voa. "
Edson Ricardo Paiva.
Como o vento a entrar pela janela.
"A Beleza da vida
É o Sol lá no céu
Numa noite de chuva
É saber sentir
Quando não houver
Sentido e nem valor
O que vale na vida é o amor
Amar é enxergar a beleza
E sentir o seu sabor
Na água da chuva que cai
Na beleza da noite
É olhar-se no espelho
Poder ver a sorte
Pela imagem refletida
Ser somente uma ilusão
Por mais bela ela seja
Pois a imagem verdadeira
É o Sol no céu
Numa mente que o veja
E que sejam todos nossos sonhos
Bem assim
Como o Sol que brilha
A beleza na vida é o olhar que trilha
Confiante
Encarar de frente a todas as vicissitudes
Como quem sorri perante o espelho
E entender que o velho Sol é também uma ilusão
Como a chuva que se torna tempestade
O que vale na vida é o amor
Que se vai, que voa e que evapora
E que volta maior quando retorna e que te invade
Como o vento pela janela
No momento em que transforma a brasa em chama
E a chama da vela em nada
Nada além de uma vela apagada
E teu quarto em escuro
Era tudo o tempo todo uma questão de proporção
Pense, que o futuro continua a pertencer a Deus
Apesar de tua ilusão ao olhar pro espelho
Pois, em toda tempestade que cair
O Sol vai estar brilhando lá no céu
Talvez leve algum tempo pra entender
Que a beleza mora lá no olhar
Que sorri quando chora e está aqui
Mas que olha e não vê. "
Edson Ricardo Paiva.
"Quem ama tem paciência!
Está escrito na Bíblia que Deus ama a Humanidade; mas nem por isso Ele deixa de mandar raios sobre a Terra o tempo todo"
Edson Ricardo Paiva.
Quantas vezes a gente sorriu sem vontade
Enquanto os sorrisos de verdade
Se esvaiam pelas portas que a vida fechou
Nas manhãs mais frias que vivemos
Quantas vezes atentamos para o fato
De que a gente conversava com o infinito
Enquanto à caminho de casa
E que simplesmente nunca ouvia uma resposta
Mas a gente dizia baixinho, mesmo assim
Na esperança de que um dia, lá no fim
Alguém, talvez escrevesse
Num muro que futuramente ainda fosse contruído
Mas que esse muro não nos parecesse muito alto
Nesse dia não há mais de importar o escrito
Mas que pelo menos ainda desse tempo
De lançar-se um olhar por cima dele
Saber o que existia do outro lado
Perguntar à manhã seguinte
Por que foi que esteve brava e fria, se ela era tão linda
Talvez ela apenas respondesse
Que foi só uma impressão de momento
Porque nosso coração pareceu tão triste àquela hora
E foi por isso que aquele vento
Nos trouxe um doce beijo e um forte abraço
Daqueles que as manhãs mais frias oferecem
A todo coração que chora, em segredo e sinceramente
Mas, de olhar nos nossos olhos
A manhã sempre sabe onde dói
E sabe também onde cabe o momento
Do sorriso que se esconde
Pode ser que a manhã, por ter te enxergado tão linda
Apesar de brava e triste
Deixou teu sorriso onde estava
Pra você sorrir, quando tiver vontade
Noutra manhã de frio cortante
No mágico instante em que a vida te abrir uma porta.
Edson Ricardo Paiva.
edsonricardopaiva.
Eu tanto pensava em colher em vida
Um espaço entre quatro linhas
Linhas tortas, quiça tivesse
Uma horta de flores que Deus me desse
Regadas da dor doída, ao longo de uma jornada
Eu tanto quis, de querer
Um querer que me foi verdadeiro e existe ainda
Um simples canteiro de céu
Daqueles que nos ensinaram que existia
Desses, que eu tanto ensino a quem puder
Que eles existem
Um pedaço qualquer entre algumas linhas
Daqueles, com nome da gente escrito
Que ao longo do tempo é que se descobre
O quanto era pobre esse nosso pensar
Sobre dor doída ou de sofrimento
Não era, essas coisas não eram minhas
Era apenas sobre toda raiva
Que não fosse devolvida
Era sobre deixar aqui, quando voltar
A todo pedido de desculpas
Que devia ter pedido e que não foi pedida
Era sobre aprender a enxergar
Uma grande conquista
Um tanto assim de céu que já temos
Todo dia sobre as nossas cabeças vazias
Repletas de atmosferas
Era sobre saber ver apenas
Pequenas coisas que estão bem diante das nossas vistas
Pouco importa as flores que cresçam lá
Que nem cresçam, que nasçam mortas
Gira sobre a complexidade das coisas simples
Que tanto nos esforçamos em torná-las complicadas
E, no final, o mais nos interessa
Não passa de um monte de nada, de todo sinceras
É a surpresa de perceber
Que agora, quase nada mais nos surpreende
São as dores que não mais queremos
É o amor que nos ensina a não querer deixar elas aqui
Pra que outros também as sintam
E essa forma sucinta e profunda de viver a vida
É que haverá de regar ou não
Os jardins da outra vida
Porque tudo sempre recomeça
No lugar exato onde termina
Esquecer a pressa de sentir-se
Triste ou feliz
Essas coisas vem
E são sempre mais pesadas para quem não quis
Quando tudo volta e se mistura
E nada mais se encontra
É ali que se acha o segredo
As flores, canteiros, os medos da vida
Uma orquestra de letras e notas misturadas
Volta tudo pro universo enorme
Com o nome da gente escrito
Onde tudo é mais pleno e bonito
Quanto mais pequeno
E sereno é o pranto
Se eu pensar menos em mim
A vida é mais simples assim.
Edson Ricardo Paiva.
Eu paro numa esquina
Olhando pros dois lados
Se penso em atravessar a rua
Eu olho pras pessoas
Elas vem de todos os sentidos
Olhares ressentidos
Caras boas maldormidas
Procurando
Tempo dentro dos seus próprios tempos
Buscando sós, só um jeito de cuidar
Das próprias vidas
Buscando suas esquinas pra parar também
Todos se vão, se vem, se vão...se vão...se vem
Mas não fica ninguém
Tão sozinho, olho pro chão
E ainda me molho quando a chuva cai
Todos eles tem dentro de si, ainda
Um pouco dessa coisa linda
Cujo nome ninguém sabe
Talvez seja pureza, beleza, ingenuidade
Pode ser que seja oxigênio numa bolha de sabão
Gáz hélio dentro de um balão
Coisa gostosa de se ter, mas que não vem; só vai
A cada um lhes cabe alguns desses balões
Que vão se furar lá no espinho da rosa
Parado numa esquina...a rosa vem devagarinho...e fim
De espinho em espinho a vida vai modificando a gente
A vida, antes tão quente, hoje fria...vazia
Toda aquela gente, que vem de todos os sentidos
Perdendo às rosas
Um pouquinho dessa coisa boa
Que deixamos se ficar pelas esquinas
Sempre sem querer
Sempre que buscando apenas
Um jeito de cuidar das próprias vidas
Perco a pressa e penso
Que é essa a beleza da vida
E a natureza de todas as coisas.
Edson Ricardo Paiva.
"Tem dias que me acordo
Propenso a ter longas conversas
Tem dias que eu penso
Que podíamos
Apenas ler os nossos pensamentos
Saber das mais pequenas coisas
em que pensaria
No dia em que você se acordasse
e que eu não estivesse ali
Indiferente a tudo
Que se pensa e que se diz
O que conta é a presença
A companhia
Sobre o fato de a gente estar
E enquanto estiver
Sentir-se feliz
Mas não porque ninguém mandou
Feliz porque quis...e acabou!
Assim o nosso dia acaba
No instante em que a vida versa
Sobre sempre terminar igual
Indiferente às longas conversas
Apesar do sepulcral silêncio"
Edson Ricardo Paiva.
"Sejas tu
O andarilho do teu chão
e tenha em mente
Que o maior brilho existente
É sempre aquele
Que reluz na escuridão"
Edson Ricardo Paiva.
De tanto as folhas crescerem
Chega uma hora em que o galho desce
Já não existem mais escombros sob a sombra
Há paz e alegria de sobra
Só quem chora é a chuva
Mas ela nem chove agora
Houve um tempo em que sobravam dias
Agonias normais
De tanto ver cairem as folhas
Chega uma hora em que ninguém repara
E de tanto sobrarem dias
As horas, feito feras, só se maltratavam
Não havia ombro onde chorar
Tinha o ar, que se movia
Tinha a chuva que molhava, indiferente
E de tanto ver crescerem as sombras
Chega uma hora em que os olhos secam
Broncos, endurecem tanto quanto o pé de amora
Hoje, quando a chuva chora, as folhas verdejam
E o coração, na paz de um tronco, parece até que nem se molha
Agora, a tudo carrega dentro de si
De modo, que todo aquele que passa e que olha, não veja.
Edson Ricardo Paiva.
Me lembro quando em criança
Voar num barranco gramado, morro abaixo
Acho que nunca mais voei tão alto
Recordo de olhar pros lados:
Nada, nem ninguém
E eu era bem feliz assim
Se minha vida visse o brilho nos meus olhos
Quando eu lembro dela
Talvez ainda fosse aquela amiga
Quem sabe, ela pensasse em mim também
Me lembro de noites escuras
Eu acho que venci meus medos
Descendo lá, desde as estrelas, infinito abaixo
A partir de então, nada foi tão claro e tão bonito
Quanto subir novamente...e correndo
Nada nunca me fez ficar lá, desistir
Quando olhei pros lados
Nada, nem ninguém
Tudo bem, pois a vida é assim
Mas há dias em que eu quase rio também
Onde as tardes são lilazes
Se a vida me pudesse ver
Diria que eu pareço ser feliz ainda
Nos momentos que eu olho pra ela
Vida, aquela velha amiga que virou-me as costas
Me deixou lá embaixo
Nem viu que eu subi novamente
E contente
Tanto eu corri nesta vida
Acho que fui mais além
Quando a vida me procura e olha pros lados
Nada, nem ninguém.
Edson Ricardo Paiva.
Eu tava feliz
Como há tempos não era
Eu tava feliz
Como a gente não cansa de ser
Eu tava contente como a fera mansa
Que a criança acalma, amansa
Livre como um sonho
Quando você sonha que a sua alma dança
Dança lá no céu de frente pro infinito
Eu tava satisfeito
Como algum poeta que tivesse escrito
Um poema bem bonito
Quando o coração ponteia uma costura
Posto isso
Eu tava bem feliz
Como eu nunca tinha sido
Eu tinha escrito um poema
E ele era bonito
Tinha sido escrito pra Deus lêr
Lá no escuro dos teus pensamentos
E Ele o tinha lido e gostou
Dito isso
Eu volto pra minha vida, pros meus compromissos
Pro meu dia-a-dia, que espera
O sonho, a fantasia, o rir lá na praça
O ponteio, as agruras do porvir
As risadas
Que um dia eu pensei
Que Deus quis que a gente desse
Nuns versos desenhados
E eu fiz só pra gente rir
Quanto tempo vão durar, não sei
Mas fiquei bem feliz
Como não sei se um dia tenha sido
De feliz que eu tava.
Edson Ricardo Paiva.
"Ontem, de alma atenta
Perto do fogo se ouvia
O nó da madeira a chorar baixinho
Lancinante tristeza
De sorte que vida havia
Na seiva caramelada
A última lágrima de despedida
Tristemente escorria. "
Edson Ricardo Paiva.