Coleção pessoal de edney_valentim_araujo
Terra seca
Chorei...
Cada lágrima corrida
Deste rio de saudade,
Eu chorei...
Águas banham a terra seca
E não saciam a minha sede.
A semente do amor
Dorme tenra sem dar flores...
Mas cada gota destas lágrimas
Não se perde sem destino...
É gotas feitas o orvalho
Que alimenta o nosso amor.
Edney Valentim Araújo
1994...
Moça sapeca
Esse teu jeito
De menina bonita...
Moça sapeca.
Deixa comigo teu coração,
Porque o meu
Já não te deixa mais...
Como eu quero
O brilho dos teus olhos
Iluminando os caminhos meus...
Se te afastas por um pouco,
A saudade me castiga
Ansiando teus abraços
Ah... esse teu jeito,
De menina bonita...
Moça sapeca do meu coração.
Edney Valentim Araújo
1994...
“Aprendemos conviver
com nossas cicatrizes
pra fecharmos as feridas
que o tempo
é incapaz de estancar a dor...”
Edney
1994...
Prólogo
Que faço eu da minha vida
Onde tudo agora
É nada sem você...
Quem dera eu fosse o autor
E o personagem do roteiro
De sua história de amor...
Mas minha história é a metade
Do meu conto esperando um final
Que só você pode escrever.
Pra ti narrei o meu prólogo
Em cartas perfumadas de amor...
Quem sabe seja agora o seu escrito
Completar a nossa história de “amor”.
Edney Valentim Araújo
1994...
Trem
Que trem bom...
Eu também tô nesse trem
Que me pegou na prima vera,
A estação do amor.
Agora a “Maria” é só fumaça
Que me leva nesta estrada
Indo ela aonde for...
Ô trem bom
É estar com ela
Sobre os trilhos do amor...
Fica para traz
Só a montanha da saudade.
Que trem bom é esse trem
Que me pegou na estação do amor...
Onde todos os caminhos
Me tem por destino
O coração do meu amor.
Edney Valentim Araújo
1994...
Pouco
Tanto esforço me foi nada
Procurar uma palavra
Pra falar a minha amada...
Dela é o meu coração
Que se encanta no suspiro
De minh’alma apaixonada...
Nada tinha pra esconder
Que não lhe fosse revelado
Por meus olhos confidentes...
Tanto esforço me foi nada
Encontrar uma palavra
Pra falar a minha amada...
Mas de tudo que pensei
E o “pouco” que falei,
O meu amor a ela confessei.
Edney Valentim Araújo
1994...
Que seja assim
Que bom,
Que só se entrega o coração
A um único amor...
Outro amor é “saudade” de passagem
Sem lugar par se abrigar...
Que bom,
Que não há quem possa
Lutar eternamente contra o amor...
Só se vence essa batalha
Ao se render e se entregar.
Que bom,
Que o amor é a afeição
De quem se apega com o apreço
A quem se doa sem cobrar...
É um tesouro inestimável a se cuidar.
Que bom,
Que o amor é abstrato e informe
Na mais concreta expressão
De dar-se a si mesmo a alguém
Sem se conter de se entregar...
Que bom,
Que o amor é a arte bruta
Posta as mãos do artesão
Pra entalhar os sentimentos
Do amor que idealiza.
Que bom,
Que bom que seja assim
As muitas formas de se amar...
Porque assim, Inexiste quem não ama,
Como não há quem não possa ser amado por alguém...
Edney Valentim Araújo
1994...
Mãe
Com dores e lágrimas
Me recebeste pra ti,
Esperaste tanto por mim
Sem saber quem eu era.
Por um tempo eu fui o teu sonho,
Por outro tempo
A angustia e aflição da espera,
Mas não me tiraste do teu coração.
De onde eu vim não me lembro,
Mas não me esqueço
Dos teus braços abertos para mim...
Um pouco te ti sempre vive em mim.
Reservaste para mim o melhor de ti,
Nunca será de mais ninguém
O lugar que me deste em teu coração...
Uma eterna criança
Da mãe que não deixa de amar...
Edney Valentim Araújo
Passeia e vagueia
Os ventos que te tocam
Me trazem o teu perfume,
Feito a brisa tão suave
Que eu desejo respirar...
Perde o brilho a estrela já poente
Pra cortejar-te entre todas a passar...
Vem lua minha!!!
Apressa-te a chegar...
Majestosa lua que reina...
Minha linda e meiga menina!!!
Que de noite passeia e vagueia
No coração que só sabe te amar.
Edney Valentim Araújo
1994...
17, 20 ou 43
Estou vivendo este encanto
Que me fizestes despertar por ti...
São dias que não tem mais fim
De um querer-te sempre em mim.
A vida passa alheira a nós dois
Sem que todo o meu amor
Lhe toque intacto coração...
Só me resta amargar a solidão.
Mas de tudo que o tempo
Ousou negar nos entregar,
Meu coração
Nunca deixou de te amar...
17, 20 ou 43...
O tempo passa,
E mais e mais
Me faz amar você....
Edney Valentim Araújo
1994...
Só a flagrância
O que eu faço desta “Rosa”?
Que se prende entre espinhos,
Mas não perde o meu carinho...
Toda flor tem seu perfume,
Mesmo a “Rosa” com espinhos
Tem o cheiro do amor...
Se me fosse o coração
O jardim de minha amada
Seria minha vida mais feliz e perfumada...
Mas hoje em mim só resta o cheiro
Da flagrância desse amor
Que faz dela a minha amada...
Edney Valentim Araújo
1994...
Metade de mim
Encontrei-te em mim
Como um dia eu a quis,
Dona do mundo
Que eu sonhava em mim...
Tu te achavas oculta
Em meu mundo imperfeito sem ti,
Até que moldou de amor
A terra vazia em mim.
Montanhas e vales,
Verde campinas,
Colinas de amores perdidos...
Mas, por teu calor, meu coração se inclina.
Quem fez de você metade de mim
Sabia de um mundo que nunca tem fim...
Edney Valentim Araújo
1994...
Palmas
Palmas que se dobram
Das lindas Palmeiras beira mar,
A ela aprendi a amar...
A Rosa dos ventos vem me tocar
Com brisa suave de um pensamento
Que hoje não lhe ouso revelar...
São ventos do leste que chegam ao oeste,
Se unem aos ventos do norte e partem
Levando o meu coração para o sul.
Palmas e palmeiras,
Ventos que sopram em todas as direções,
Agitam as ondas do mar e me põe a pensar.
O vento desta Rosa já vem me tocar
Dobra-me de novo pra nela pensar...
Edney Valentim Araújo
1994...
Perdido
O que fez de mim esse amor?
Eu que me vejo perdido...
Já me quis encontrar assim,
Onde outrora só éramos nós.
Lembres um dia de nós,
De tudo que eu era contigo...
Vívidos olhares cativos,
Prendíamo-nos sonhos infindos
De andarmos em um só caminho.
Entre cartas e flores,
Pouca coisa te disse
Desse amor
Que me tem afligido...
Mas nada ficou em oculto
Que meus olhos
Não tenha te dito...
Edney Valentim Araújo
1994...
Trem da vida
Encontrei-te amada minha
Na estação do meu amor,
Onde o trem da vida passa
E só nos leva o coração...
Sigo vendo a vida finda
Que me passa tão ligeira e solitária
Da janela deste trem
Em que não atenho o teu amor.
E tão distante vão os trilhos
Se perdendo no infinito
Do horizonte dos meus dias
Em que te afastas assim de mim...
Pra embarcar-me em teu amor
De súbito tomaria esse trem
Em qualquer que fosse o tempo ou estação...
Mas se o trem da vida
Não me traz teu coração
Vai contigo o meu amor
Pra que me tenhas como queres.
Edney Valentim Araújo
1994...
Não se foi
Queria eu poder dizer
Que no passado eu te amei...
O passado me é hoje tão presente
Nesse amor que não se foi,
Agora, pois, que faço eu?
Se de amar-te não deixei,
E o passado tão distante
Deu lugar há esse tempo
Que te amo mais que ontem.
Se de saudade alguém morresse
Eu aqui não estaria,
Mas não te trago do passado
É você que não se foi...
Edney Valentim Araújo
1994...
Se é ela
Estive por um tempo
Eu comigo mesmo
Num só pensamento a refletir...
Será ela a amada minha,
Ou só eu que muito amo a ela.
Não encontrei uma resposta
Que me fosse por contento
Saber que só eu amo a ela...
Estou comigo a perguntar,
Será ela a amada minha?
E de tanto procurar
Uma resposta
Que jamais vou encontrar,
Se é ela a amada minha
Ou só eu que ela vou amar
O tempo segue a passar...
Agora eu comigo
Me pergunto sem resposta
Se me vale tanto apena te amar...
É ela a amada minha
Se nunca veio a me amar?
Eu me vaguei na resposta
Que procura o coração,
Ela é a minha amada
E pra sempre vou amá-la...
Se vier, eu já estou.
Se me amar, muito mais será amada.
Edney Valentim Araújo
1994...
Se lembrares
Nunca pare de andar,
Não importa as circunstâncias.
Um dia opõe-se ao outro
Trazendo renovo e alegria.
O muito pensar é enfado...
Se olhares para traz
Não traga de volta o passado,
A vida é pra ser vivida...
Se lembrares de algum dia,
Lembre apenas da história
Que eternizou os seus dias...
Edney Valentim Araújo
1994
Eu escolheria
Se me fosse uma escolha
Escolher quem não me escolhe,
Eu escolheria você...
Pra te entregar o que eu não tive
Que de mim
Sempre foi teu.
Mas que faço eu?
Se não é meu meu coração
Que já se foi com o teu.
Edney Valentim Araújo
1994...
Jasmim
Olha para ela,
E veja a beleza de uma flor...
Olha para ela,
E sinta o perfume do amor.
Eu daria uma flor à minha amada,
Se já não fosse ela uma flor...
Rosa púrpura vermelha,
Cor que me inflama de amor.
Em todas as estações
Se aflora em minh’alma.
Parece tomar-me de encanto
Como se fosse jasmim.
Olha para ela,
É uma flor que não sabe de mim...
Edney Valentim Araújo
1994...