Coleção pessoal de edinaiane
Aquilo que um dia foi amor, se tornou vastidão de ânsia e decepções. Se perdeu no vácuo do descuidado de uma das partes, o reluto ficou exausto e deu espaço ao sódico desamor.
O vazio que sentimentos com a impotência de não sermos quem queremos, juntamente com o som e o peso das palavras daqueles que te humilham. É ensurdecedor.
Hoje em dia a maioria das relações acabam por não haver mais diálogo, não haver companheirismo, não haver humildade em reconhecer os erros e tentar melhorar para não machucar o outro. O desprezo sempre vem no final de cada relacionamento, devido a exaustão de só um tentar melhorar a relação.
Não é que a gente deixa de amar, mas quando o amor só machuca e decepciona demonstrando que sempre o que se dar é insuficiente, a gente cansa de lutar por não haver reciprocidade.
A melhor parte de ter uma companhia, é chegar ao fim do dia e ter alguém com quem conversar. Procure ser esse alguém ou procure um outro alguém.
Para alguns, você pode ser apenas um ponto. Para outros, você pode significar um universo. A vida é proporcionalmente justa, é so saber fazer as escolhas certas.
Nunca vou me arrepender de ter sido quem fui para alguém que não merecia, mas com certeza ninguém mais vai ter esse meu tratamento na vida.
CARTA DE UM IMIGRANTE
Hoje decidi partir. Deixo para trás a minha mãe, o meu pai, avós, irmãos, amigos e quem eu sou. Não posso mais continuar vendo tanta injustiça com as pessoas que eu amo, tanto bombardeio que caem sobre nossas cabeças, que matam nossas crianças também . Preciso sair daqui, sem dinheiro, não me deixarão entrar em outro país, pois não tenho "meios", mas eu preciso ir. Não tenho nada a perder, pois já que irei morrer aqui mesmo, antes disso talvez veja toda a minha família morrer primeiro, sem ajuda. Será a última vez que os verei. Dou um beijo em minha mãe que se desespera em lágrimas , mas mesmo assim me abençoa, abraço meus irmãos mais novos que terão a responsabilidade de cuidar da casa, meu pai não veio. Poupei meus avós por serem muito idosos e talvez não suportariam a despedida. Parto. Sem rumo. Encontro outras pessoas na fronteira com o mesmo destino que o meu : SAIR. Encontramos " coyottes" que nos prometem atravessar o oceano em segurança. Entregamos nossa economia dada por nossos familiares. Chega o bote. Eram para ser só dez, mas tem quase duzentas pessoas à bordo. Sem salva vidas. Com fome, frio, chegamos a um país, mas não podemos ficar na fronteira. Partimos para outro, outro, e outro país. Conseguimos passar a fronteira. Agora vamos enfrentar o preconceito , o medo de adoecer e não poder ir a um hospital ( sou clandestino). Se encontrar bons amigos e conseguir trabalhar talvez eu consiga mandar dinheiro para a minha família em nome do meu amigo. Mas nunca mais poderei abraçar a minha família novamente . Vou orar todos os dias da minha vida para que Allah me perdoe por isso, mas eu precisava sair.
Texto : Edinaiane Carneiro Ferreira
É tanto empoderamento e amor próprio nos dias atuais que estamos esquecendo do "AME AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO".