Coleção pessoal de EdilsonAlves
SAUDADE
Um homem desconsolado
Uma casa abandonada
Uma porteira fechada
Um carro desmantelado.
Um candeeiro apagado
Uma vida amargurada
Uma casinha caiada
Um jumento abandonado.
Uma estrada esquecida
Uma panela no chão
Um pouco de falsidade.
Tudo isso tira a vida
Maltratando o coração
Mostrando o que é saudade.
Recife 04/08/1992
APRENDI FAZER CIRANDA...
Aprendi fazer ciranda
Sou formado em capoeira
Jogo de barra bandeira
Adedonha na varanda.
O cordel a rima abranda
Poeta de brincadeira
Formado na bagaceira
Bem melhor do que lavanda.
Sou criança sem brinquedo
Menino falho sem medo
Rimador sem profissão
Se amo faço segredo
Nunca firmei meu enredo
Andando na contra mão.
MEU AMOR
Quisera ser o amor de tua vida
compartilhar contigo o meu caminho
Acalmar meu coração ter teu carinho
A cada minuto te chamar querida
Quisera que o destino, te trouxesse ainda
E para sempre, construir meu ninho
Bem próximos, igual a um passarinho
E desfrutar, a primavera vinda.
Quisera que o futuro te encontrasse
E em meus braços te agasalhasse
Como do sândalo, o mais puro odor
E assim todos os dias que passasse
Fôssemos apenas um, e a vida suportasse
Os lindos momentos desse nosso amor!
Sou agora
Menos que ontem.
Quem sabe
Serei amanha
Menos que hoje?
Ou pior ainda
Nem lembrarei
O que fui!
Sabe!
Essa idéia me alegra.
Por isso:
Esmurro meu poema
Espremo meus neurônios!
morto!
Abro a terra: encontro um ventre.
vivo!
Abro a terra: descubro um seio.
O QUE SINTO?
(Meus 20 anos)
Sinto que tudo que sinto
É a falta de ilusão
É um mito
O que sente meu coração
Sinto que tenho saudade
De tudo que já senti
Na verdade
Da vida que não vivi
Sentimentos que afligem
Esta rosa que nasceu
Que atingem
A rosa que me esqueceu
Nada tenho tudo sinto
Esperança de viver
O que sinto?
Sinto pena de morrer