Coleção pessoal de EdilsonAlves
MARIA
(Á uma amiga morta de afogamento)
Foi num dia frio
Que morreu Maria
Sobre as aguas frias
De um malvado rio.
Vida que sumiu
Rosa irradia
Como a noite fria
Ou manhã de estio.
Teu tristonho fim
Deixa sobre mim
O padecimento.
Vida que sumiu
Olhos que não viram
O teu sofrimento.
SAUDADE!
l
Sorrindo você partiu
Nem um adeus tu me deste.
Se chorei, você não sabe.
Porém esta dor me cabe.
Sei que tu esqueceria
Daquele bonito dia
Que juras tu mim fizeste.
ll
Sofro minha dor calado
Soluço, mais não reclamo...
...Se esta dor não demora
Pois é mais feliz quem chora.
Me deixarias vencido
Se me disestes no ouvido
É a você que eu amo.
lll
Se teu amor não mereço
Para que ter teu sorriso?
Se longe de ti padeço!
Sem amor, sem paraiso,
Se teu amor não me cabe
De nada mais eu preciso.
PECADO CAPITAL
És meu pecado capital, e a cama
É a nossa sentença predileta
Quando a rosa arrebenta, nossa chama.
Não te preocupas em fazer dieta.
E se no cio, dilaceras a flama.
Sentem que braços, o teu corpo fleta.
Desmaias lentamente, não reclama.
Destrói as curvas, se mantendo reta.
Nesses delírios dormes, lentamente;
E o teu seio, a palpitar fremente
Roça leve, a espuma do colchão,
E o lençol, no tapete rente
Vai ser puxado, e novamente.
Sente receio de responder: Não!
VULTO
Em um sonho
Acordado
Dourado
Caminho risonho
Um pouco tristonho
Deixado
Trancado
Escuro medonho
Na sombra te vejo
Sem medo desejo
Teu corpo tocar
No escuro traquejo
Um novo lampejo
Não posso alcançar