Coleção pessoal de donn_william_krause
Corrupção do instinto
A gaita
Envia o som
E o coração chora
Ao ver a poeira ali
Depositada
É a ironia
Do deserto em mim
Olhar pra cima
E ver o céu
Entre o concreto
E as grades
Em frente das telas
Que agridem
Os meus instintos
Mais selvagens
Aglomerado
De 7753 bilhões
Alucinado
Por algumas 7 ou 6 ações
De um lado
Diminuto em minuto
Por outro
Multiplicado
De orações
De horas que são fruto
De imaginações
Calado e
Deitado
Quero sentir a textura do teu corpo na minha boca, a tua pele em branco e minha mão escorrer por ela, cheia de cor e vida
Essa distância
Que insiste em limitar
Como pode
Não prender
Mas tão solto Incomodar
Essa chuva que vem daí
Caminhando pela estrada
Passeando pelo ar
De uma noite tão calada
Fazendo além do não ver
Escondendo o luar
Que eu já quero enxergar
Sua água escorrer
Chuva de corpos anuviados
Cada roupa é uma nuvem
Caem as gotas
Nas bocas
Nos gestos
Em fios que ligam
Duas certezas
O sofá
E a cama
Alagam
E o restante queima
Em curtos circuitos
Sem sono
Com longos calores
Do frio do outono
Ao chegar no açougue,
Floriano pediu 25kg de coração, o açougueiro olhou espantado e perguntou:
Pra quê tanto?
Floriano, que é desses que brota em qualquer discussão, respondeu:
-Por que eu quero.
-Mas é muito pesado. - O açougueiro retrucou.
-O coração nunca será pesado enquanto existir um sonho...
Imensamente
Essa bola
Bola do gênio
Do hidrogênio
Dos 300 milhões
Metros por segundo
De velocidade
E a 8 minutos
E 19 segundos
De viagem
Dos Agás viajando
Ando
E tenho
Aqui o status de dia
De engenho
Colho seus frutos
Suas folhas
Seu resultado
Abraço com os olhos
Brilhantes
E recebo um beijo
Sobre a face
De seus feixes
De luz constante
Constante mente...
Quem me dera
Ao menos outra vez
Ter denovo aquele abraço
Que entreguei a quem
Conseguiu me convencer
Que a nossa amizade
Valia mais que tudo que eu tinha...
(Inspirado em uma música indígena)
Meus cacos estão farelos, contrários ao meu questionamento...
Minha saudade dói, meu sossego range os dentes...
O fã da estrela está sem vê-la...
Por ser feito poesia, não me comovo, persisto...
Etcetera pulsa em metade
Armando os céus
Pra tempestade...
Pequena princesa Clara,
Força da minha plenitude
Razão da minha existência
Propósito da minha vida
Que me tem por referência
Estranho seria não te ver
E ainda assim te amar
Faço isso acontecer
O destino encarregar
Do passado te trazer
Um poema a contemplar
E Deus te fazendo ler
E eu te fazer chorar
Quero que tenha um castelo seguro
Pois na fragilidade
Nós colocamos todo nosso valor à prova.
É um desafio
Entregue ao teu destino
Um resultado de cada vez
Não atropele as coisas
Não se vitimize
Não tenha tantos medos
Esses são três segredos
Que podem estar andando
Em direção a tua vontade
Anseio da minha eterna saudade...
Estou servido deste
Dia, dia, dia
Todo dia mais
E estamos recém no dia dez
De mais um mês talvez
Estou comendo desta vez horas temperadas com pimenta
Se no entanto continuo
É por sonhar que existe mais daquilo que acredito
Em que tudo fez sentido
E que eu via mais que vejo
E que sentia mais que sinto
E que a tristeza não trocava aquele abraço por absinto.
Foi pro mundo que viemos
Falhas e folhas
Algumas caídas e secas
Outras brotando
Foi pro mundo que viemos
Falas e filas
Algumas nos tiram a paciência
Outras nos ensinam a esperar
E enquanto encanto a vida tem, tem no entanto tanto som
Que até no silêncio a mente não pára
Sabiá/cantando sem saber parar e por fim nos fazendo ser/será
Senhor Raposo estava em seu melhor poema, desde que Floriano havia sumido da cidadezinha, porém o que não se esperava naquela manhã nublada e opaca, era aquele ipê roxo invadindo a vista da janela de Seu Raposo.
Naqueles dias de aula no verão, passava por uma velha senhora sentada todos os dias na varanda, tão sola. Me perguntava se ali estava seus parentes pra conversar ou fazê-la rir. Aquilo não saia da minha cabeça, pois os dias passavam e sempre via ela no mesmo lugar. Até que um dia eu gritei ao seu portão: Oi vó, posso entrar, vim te trazer uma coisa. Ela respondeu com a cabeça e um gesto de positivo, eu então lhe entreguei uma flor. E antes de ver sua reação eu abracei ela. Depois daquele dia, nunca mais vi aquela velha senhora. Acho que eu libertei sua alma.
Evolua!
Das fontes da postura
Saí de mim
Encontrei culpa e
O que a história não conta
Não podendo calar
Tentei rir do tédio
Entre palavras de incentivo
Caiu moedas pelo caminho
Travei a batalha
Resiliência x Paranóia
Se alguém achar perdida
A batalha desta ida
E juntar as moedas
Do caminho
Ache o que está dito
Desde o início...