Coleção pessoal de lidandocomavida

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Vivo no luto da ausência, procurando por fim bloquear toda emoção. E isso começou com raiva...Estou aqui por que não sei lidar, minhas estruturas estão ficando mais firmes, e até com 50% de confiança, vou me acostumando assim, um pouco aqui e ali. Tentando disfarçar para mim mesma que a minha dor é maior que o cinismo, procurando meu amor próprio e minha vontade de desistir de um erro escroto.

Esse sentimento guardo aqui há 7 chaves na gaveta da minha alma. Eu sinto falta, e me arrepio ao lembrar do poder do teu toque, mas após essa nostalgia do teu poder, me vem o embrulho no estômago ao lembrar que você conseguiu um alguém para suprir o meu vazio. Você foi um flerte fatal, bagunçou, tumultuou e ainda estou em fase de recuperação, as cicatrizes estão abertas, a dor está inevitável, e é impossível não sentir. É como se estivesse tudo intacto aqui, deixei meu coração decidir o que seria acrescentado, e assim veio a raiva. Agindo pela razão, vi minha emoções virarem cinza, meus sonhos estão presos no passado e isso está me causando um mau extremo. É como se esse eterno luto não fosse passar, e o meu destino é esse, insone. Um alguém sensato teve meu coração em mãos, e vi esse filme se repetir sentindo a mesma dor, a mesma insônia, o mesmo aperto. Mas nada que eu vá escrever irá fazer uma reconstrução, um concerto próprio para o meu caso. Queria ter a intensidade da lua, quem sabe do sol, mas a minha intensidade tinha de ser impactante, brilhante e forte.

Acontece que eu vivo a base de recuperação, dias cinzas e as vezes um colo acolhedor. A vida me surpreende da pior maneira possível,pelo menos por dias eu queria viver intacta dessa bagunça na minha sanidade mental; acordar e ver como o dia está bonito, poder sorrir sem ao menos pensar nos prós e contras, olhar para o lado e respirar o ar da calma, me sentir livre por perceber que essa é apenas a realidade, no qual eu não aceito, mas toda essa rejeição passa despercebida por ter um enorme sorriso no rosto.

O meu mundo é preto e branco e está fechado para visitação.

É como um filme que vai passando em minha mente. Um filme em preto e branco. O cenário muda a aparência já não engana mais. Os discursos vazios e cheios de clichês são os mesmos, acrescentados de alguns porquês a mais ou então a menos. O gosto amargo da derrota insiste em emergir das sombras, o gosto da decepção, do sentimento de perda, o sabor violento de uma despedida. Tudo isso nos persegue como noutra vida, noutra estação. As folhas que caem são as mesmas, todas carregadas de mentiras, de falsas promessas, de desejos não saciados, de beijos não dados, de corpos que não se tocam mais. Tudo isso se mistura num cenário escuro, exaustivo, de ar pesado. Tudo isso traz novamente aqueles dias frios, dias sozinhos, aqueles dias de que tanto eu um dia quis fugir, mas que insistem em me perseguir. São os dias em que me vejo mais uma vez sozinha.

O Contrário do Amor

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bungee-jumping, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

A solidão se tornou uma tempestade dentro da minha alma, minha desorganização está me acabando, mas continuo buscando inspirações e por fim acabo no mesmo lugar, meus passos sempre me levarão à mesma direção, e a cada dia, será esse o final, um eterno suspiro para cada missão não cumprida.

Eu construí um muro ao redor da minha solidão, do meu incrível e poderoso humor e do meu foco de sempre querer dias cinzas. É como se as fases da minha alma dessem uma recaída, e estou perdendo as forças. Busco motivos inexplicáveis e explicáveis por um suspiro inquieto e um suspiro quieto. Não faço rimas, poemas, versinhos e muito menos procuro combinar sentimentos em cada rascunho do tipo. Apenas frases aleatórias que a minha mente decide produzir para um momento comum como esse, sim baby, esse é comum. Viver se acostumando com situações diferentes me tornou isso aqui. Sinto pena da minha alma quando me refiro a momentos cinzas. É como se a cada pétala da minha rosa fosse caindo ao redor da minha solidão.

Foram só recaídas, baby, não se acostume, talvez eu pare de voltar.

A saudade está naqueles pequenos ares que eu respirava há tempos atrás, ler um livro, requentar comidas, fumar dentro de um quadrado fechado sem janelas, acender incensos, lembrar que a poeira ainda existia, olhar para os lados e ver a vida em apenas uma forma geométrica, respirar ao som de Damien Rice e por fim virar amiga da minha querida solidão.

Bem, eu não sei onde e eu não sei quando, mas eu sei que nós vamos ser amantes novamente, eu vou te ver algum dia antes do fim, e vamos dançar na chuva sem olhar no relógio, vamos exalar felicidade no olhar, Oh querida, meu coração está em chamas por você,e eu ando bem machucado, mas estou me curando.

E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.

Ultimamente o álcool me deixa mais a vontade que você.

Chegou a hora de me ocupar com algo, e escolhi me ocupar escrevendo.Mesmo que eu algum dia vá ler isso, e rir de mim mesma.Mas acontece que eu não existo mais, não sou mais eu, não existo mais da mesma forma. E assim deixo meu humor cinza dominar, a força que existia aqui, está desaparecida. E no momento não há ninguém do meu lado, estou só por sinal. Na verdade já me acostumei com a solidão. Pensando bem, eu gosto assim, apesar de nem sempre ser uma boa escolha, apesar de nunca estar satisfeita comigo mesma. Vou continuar com o clichê, e sinceramente, existe uma parte em mim, que não existe mais. Está intacta há dores, pensamentos negativos, e insultos há mim mesma. Na verdade essa parte domina apenas 30% de mim. Quero mais. 100% de preferência. Procuro inspirações avulsas, sorrisos alheios, e uma boa música para me sentir bem. Não sou mais a mesma.

A sua busca pelo sentido da vida é tão óbvia quanto trágica.

Seu silêncio é ensurdecedor.

Não me entenda errado, Stefan. Eu não ligo de ser o cara mau. Eu vou tomar todas as decisões da vida e da morte, enquanto você está ocupado se preocupando com danos colaterais. Eu até mesmo vou deixar que ela me odeie. Mas no final do dia, eu vou ser aquele que vai mantê-la viva.

Eu já estive apaixonado. É doloroso, sem sentido e superestimado.

Me lembro bem do meu querido amor platônico, ele foi bonito, e real por alguns instantes.

Eu não suporto essa minha solidão. Dá uma vontade de gritar, sair fugindo de todos problemas sem nem olhar para trás. Eu não quero mais esse humor pra mim, esta me fazendo mal, eu sei bem disso. E continuo assim, insone e com a fisionomia de sempre. Não sei o por que, mas qualquer ausência boba me faz mal, por que não acostumar? Por que não saber se adaptar da melhor maneira possível? Me sinto um lixo, incapaz, e sem defesa.