Coleção pessoal de lidandocomavida
Venho procurando toda calmaria possível, mas não, agora não. Em pedacinhos tenho me reconstruir, me recomponho com o vento, a luz do sol e da lua. A força que tento obter é maior que qualquer sensação aleatória. Não sou a mesma.
Tenho a capacidade inútil de achar o problema só em mim. Me pergunto o que faço ou fiz, se algum momento deixei a desejar pensamentos ou até mesmo ações. Esse negócio de amor dói mesmo e se você não se render totalmente, a dor só vai aumentar.
Estou cansada de estar sempre no mesmo lugar, ouvindo as mesmas músicas, escrevendo as mesmas palavras e pensando na tal luz que anda não apareceu, e sim, eu aguardo essa luz como um tudo nos meus dias. Minhas emoções sempre vão me entregar, e baby, até minha fisionomia entrega.
E, no meio de tantas mudanças, muitas rupturas. Algumas coisas foram encaminhadas pro novo destino, outras se perderam irremediavelmente. O que sobrou posso contar nos dedos, antes eu mal conseguia fechar as gavetas_ tão abarrotadas de coisas, pessoas, lembranças. Mas o que houve afinal, além de um processo íntimo, pessoal, intransferível? Uma mudança externa também, porque há sempre um desconforto em quem se acostuma com o nosso comportamento mais antigo. E além de lidar com o luto da morte do que éramos, ainda o estranhamento dos que não aceitam o que nos tornamos. Porque mudam os gostos, a disposição e os planos. E alguns reagem como se você os tivesse abandonado no meio de uma viagem a dois por outro continente, quando só você sabia falar a língua local mesmo que os impedisse de aprender o idioma .
E, no meio de tantas mudanças, algumas desavenças. Só porque aqueles mesmos não entendem, não entendem, não entendem, porque não querem aceitar, que tudo é tão dinâmico e que nem deve ter sido tão brusca essa mudança, mas que a coisa maturou durante um tempo em que só queriam que você se envolvesse numa história DELES, que se misturasse nas emoções DELES, que traduzisse o mais íntimo DELES. E, ao mesmo tempo, você estava amadurecendo uma mudança sua e a coisa toda doía, doía. Mas eles não perceberam. Porque a demanda sobre a vaidade deles era grande demais, importante demais, imprescindível demais pra sua poesia.
E, de repente, a minha poesia não queria falar mais sobre nada disso. Minha poesia queria ser uma carta anônima, um silêncio, uma brincadeira. Minha poesia não queria ser nada além de uma frase jogada do mais íntimo de uma iluminação sobre um determinado assunto.
Porque, no final das contas, o que escrevo nem é poesia... é prosa, é carta, é desabafo, é qualquer coisa. É um bilhete manuscrito pregado no espelho só pra desejar “Bom Dia!
Estar focado em resultados antigos e em cicatrizes, vingar-se e ficar por cima, sempre fazem de você menos do que você é.
Os defeitos da alma são como os ferimentos do corpo; por mais que se cuide de os curar, as cicatrizes aparecem sempre, e estão sob a constante ameaça de se reabrirem.
Vou pegar um ônibus rumo ao teu coração, te encontrarei dizendo que foi pouco o nosso tempo, mas que eu sinto falta como se tivessem passado anos e anos.
Ninguém nunca verá o meu jeito de refletir sobre a raiva que eu sinto de muita coisa aleatória, ao me deitar eu procuro lembrar de toda essa coisa que habita aqui, ao me levantar eu reforço o pensamento de que eu serei mais forte todos os dias, ou talvez demonstrar, aparências enganam sim esses tolos, e o que eu mais quero é continuar sendo isso aqui que o Universo me tornou, incompreensível.
Tenho mil palavras no meu coração e mesmo assim não consigo explicar meus sentimentos. Eu não tenho facilidade de conversar com pessoas que nunca vi antes, e as que vejo nem é lá essas coisas. As coisas que faço para sobreviver não me define, e o meu jeito de olhar muda totalmente quando a confusão toma conta de mim. Vejo as pessoas obtendo o perdão, e definitivamente não sei o que é isso. Eu sou um poço de mágoas passadas e atuais, e se tem algo para sentir nesse momento é dor, por manter esse rancor, abrigar a solidão, eu prefiro sentir a sensação da mágoa do que sentir a dor do perdão e o erro se repetir novamente.
A cada cigarro, diminui um dia de vida. A cada amor reprimido, diminui o tamanho do coração. Mas a questão é, como viver sem coração? ou como viver sem vida? Existe vida sem coração? Existe vida sem sentir a intensidade do amor? O cigarro escurece os nossos pulmões, o amor machuca nossos corações e assim precisamos de remendos, curativos e até anticépticos para desinflamar, o cigarro nos causa câncer e também alivia aquele suposto estresse, o amor serve para viver intensamente, o cigarro serve para morrer intensamente, o amor te mata com descasos, o cigarro te alivia a raiva, o amor quando acaba você precisa de um tempo para se recuperar e querer de novo, o cigarro quando acaba você junta todas as moedas do cofre para ir comprar o mais rápido possível. E aqui você decide, é se matar ou deixar o amor morrer.
D.C
Eu tenho um elo com a minha solidão, meus tormentos e de fato as minhas carências. Não peço que compreenda, não peço que chegue tentando entender. Mas peço que fique e se enrosque comigo nessa grande paranoia.
Eu já não aguento mais essa droga de rotina, dias cansativos, amigos para aconselhar, pessoas para aturar, amor para aflorar e ainda a saudade pra suportar.
E volto até aqui, carregando o que os dias cinzas que favoreceram. Um olhar caído, melancolias, fotos, músicas aleatórias, olheiras, e um velho cigarro a acompanhar. O meu desespero de não saber ao menos explicar de onde isso vem, essa sensação de estar andando como um caranguejo perdido, tentando encontrar apenas um lugarzinho para descansar os pés surrados. A caminhada que sigo é longa e isso não é nem o começo; O cansaço existencial começa agora, nesse momento, em pleno rascunho inútil que eu prefiro nem publicar á ninguém. É como se eu me acostumasse com a solidão, fones de ouvidos e alguns cigarros. (Me sinto só), e seria egoísmo se eu falasse que isso é por não ter ninguém ao meu lado, mas seria pior ainda se eu falasse que não gosto de estar só. Pois a calmaria da solidão é minha melhor companhia, é com ela que eu divido tudo, inclusive minhas lágrimas e meus cigarros. E por mais que isso seja orgulho e talvez um começo de um precipício, eu me defino assim, só , e com uma bagagem assustadora nas costas.
Eu só quero enxergar além da minha falta vontade de continuar seguindo enfrente, encontrar beleza nos mínimos detalhes,saber esperar, e acreditar naquele clichê de ''um dia tudo vai se resolver''.
Vou deixar de ser eu por um tempo porque o meu eu de hoje está me matando aos poucos, é como se eu vivesse na espera de um sinal teu e isso está acabando com a minha existência, minhas teorias, minhas forças... Eu perco minha estrutura só ao sentir o gosto da tua frieza, e depois de tudo, era para você tentar algo. Mas um ser sem confiança sou eu, que sempre vou esperar demais e por fim não acontecer nada. Mas espero que o tempo passe e que eu consiga ouvir todas as músicas que eu quero sem sofrer se quer um segundo por um alguém que nunca esteve nem aí. Todos os meus problemas me seguiram até aqui.