Coleção pessoal de demolit

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Transformei o meu amor em um círculo. Do lado de dentro eu, do lado de fora você.

Tempo

Ao fácil entendimento, vislumbra a farsa do tempo. Que em momentos descreve seus segundos, horas, dias, anos, séculos, milênios e afins.
Demonstra que anos não são mais do que meses se passando bem em baixo dos seus olhos. E que os dias às vezes são tão longos, que devem ser aproveitados, aprofundadamente.
E porque não falar dos minutos, esses são tão corridos, que já nem sei quantos minutos se passaram até escrever essas simples linhas.
Momentos que são belos por serem apenas momentos.
A cada badalada que o relógio ressoa ao dizer-lhe que horas deverás dormir, até mesmo no simples acorde das mais belas melodias que compõe cada alvorecer, ao dizer que horas deverás acordar.
Entre a alvorada e a penumbra, encontro tempo para entender que tempo não se conta, apenas se nota. Se observa. E após tanto tempo reflexivo, pensando sobre tal conotação do tempo e sua relatividade, entendo que nem se passou tanto tempo assim e já deu saudade de entender que é facilmente apaixonante o tempo.

Minha própria condição.

Falar o que pensa não te dá razão.
O silêncio não é perdão.
O perdão não anula a punição.
A punição não cura a ação.
Nem sempre moralismo é solução.
Nem sempre falo de religião.
Nem todo mundo gosta de falar de pão.
E dele nunca vi multiplicação.
O que falta é um pouco de noção.
Não caminhe demais sem direção.
Andando não se chega à imaginação.
E às vezes tudo o que temos é apenas um pequeno grande coração.

Arquibancada

A arquibancada caiu,
o jovem Inácio morreu.
No jogo que eu fui assistir,
todo mundo já se esqueceu.

Ninguém se importou com sua cor,
nem com sua religião,
pelo time que tinha amor,
o time de seu coração.

Se foi 3 a 1 ou um par,
melhor é deixar pra lá,
agora que já se perdeu,
pois o jovem Inácio morreu.

Mais um solteiro.

É difícil ser um homem solteiro nesse século.
É difícil ficar sem carinho, sem alguém pra dormir comigo.
Pra chorar comigo quando sinto tristeza.
Pra se abrir comigo, e para eu dizer que vai ficar tudo bem.
É difícil viver depois que ela me largou, sim, ela decidiu que não dava mais, e minha filha está tão longe de mim.
Não tenho tantos motivos para sair de casa. Meus amigos pensam sempre em fazer as mesmas coisas, querem festejar a vida antes que ela acabe.
Porque por mais que eu queira que todos eles morram após a minha morte, vejo que eles se vão enquanto ainda estou aqui.
Mas não é sobre amizade que venho contar.
Sim sobre amor, amor é algo difícil de conseguir nos dias de hoje.
Não aquele amor que você sente por algo momentâneo.
Falo de amor, daqueles que tira o seu fôlego, que explode a sua cabeça. Que faz com que os pelos do seu corpo todo fiquem arrepiados com um simples toque.
Atração que você não pode explicar com palavras, e se você desenhar é capaz de se tornar um conjunto de peças abstratas que ninguém entenderia.
Desse é o amor que o homem solteiro precisa.
Homem quando sai de um relacionamento que durou anos, ou meses, que seja, e começa a conversar com outras pessoas é visto como "descarado", "dissimulado", "falta caráter", porque o homem tem que se isolar, tem que se manter casto, e a sociedade machista é punitiva.
Normalmente a mulher que está conversando com esse cara pensa "safado, já tá querendo se entregar nos braços de outra", "pode fazer a mesma coisa comigo".
Quando a mulher faz o mesmo e começa a conversar com outros homens é mais ou menos assim "esse cara não te merece", "ele é igual a todos os outros", e normalmente sem pensar dizem "isso mesmo amiga, bola pra frente, homem é igual a biscoito".
Esquecem a educação proposta pelos pais, pelos amigos, pela vida, de que homens e mulheres necessitam de "atenção".
As mulheres ensinam a outras mulheres que elas são fortes mas dizem que ser homem é mais fácil.
Homem não sente da mesma forma que a mulher. E eu concordo com isso.
A mulher ela é intensa em todos os momentos. Mas quando o homem é intenso, é chacoteado pelos amigos, é humilhado publicamente, hoje em dia um homem que demonstra sentimentos é quase raro. São poucos.
Todos estressados com seus problemas, suas vidas. Sei que nada é fácil, afinal sou homem. Mas limitamos a nossa liberdade de sermos ao fato de termos, e criamos a ilusão de que temos que ter pra ser.
Eu tenho medo de me adaptar ao novo mundo, onde as pessoas desprezam caráter e abrigam materialismo barato.
Onde eu tenho que ter um carro pra poder namorar alguém de determinada classe.
Eu não consigo me aproximar de alguém com a facilidade dos jovens de hoje.
Eles têm o físico, o argumento materialista e possuem o dinheiro que eu não almejo ter.

Eu tenho amor e sonhos.
Não quero ser possuidor de algo que não me apetece. E se for pra se aproximar, seja pelo que sou, não pelo que eu posso me tornar.

Enquanto for cada um por si pensando que já foi um por todos jamais serão todos por um.

Mais sensato para os outros, é você abdicar do que acredita para acreditar no que eles acreditam, independente do que seja.

Quando não existe resposta, não existe do que duvidar. Mas relutamos em acreditar, porque acreditar nos torna capazes de aceitar que talvez possa ser. E realmente pode até ser que haja. Ninguém nunca saberá, porque não existe resposta.

Findou-se ideia

Só queria ler um pouco, ler algo novo, algo que muda a gente, sabe? Aquela vontade de folhear o mundo.
Decidi abrir a janela, ver o tudo.
Dentro de casa é tudo tão cheio, tanto sentimento que parece até que a gente gosta de verdade dessa prisão pessoal.
Resolvi ver as fotos ao vivo, os videos antes mesmo de serem filmados.
Abri um livro pra cada conversa sentado no banco da praça, enquanto pássaros alimentavam seus filhotes.
E eu, com os personagens que passam por mim todos os dias, sinceramente, nem os percebia até então.
E ao ouvir, alguns tão sobrecarregados com suas convicções, outros tão abertos para tentar entender os outros sem tanta interpretação de detalhes, mas todos com tanto a acrescentar, e nada de incomum ou surreal.
Resolvi falar, então liguei o rádio da minha cabeça pra sintonizar as ideias.
Agradeci a todos e a tudo. Fui em tantos lugares, sem sair do lugar, e aprendi tanto sobre mim mesmo que nem eu mesmo sabia.
Engraçado como deixei a imaginação de lado, e vi que na realidade existe tanta coisa que nem eu mesmo imaginava, tanta coisa que nem sabia que entenderia um dia.
Cheguei em casa, desliguei a Tv, deixei o celular no mudo e entendi o que faltava pra começar a escrever.
Espero estar inspirado hoje, pensei.

Lamentável carecer de segurança e não ter, é como pedir todo dia pro governo pro povo morrer.
Lamentável, lembrar que nada muda, e que a guerra continua, seja contra negro, pobre, criolo, matuto, mulato, branco, índio, enfim todo mundo.
Lamentável que a insegurança que existe na $ociedade atual afeta até o povo engravatado.
Lamentável, todo dia temos que ouvir noticiar gente jovem que morre e gente velha que rouba o povo.
E quanta gente mesmo que ainda tem que morrer até pararem de noticiar mortes, e começarem a noticiar o carnaval e a copa?
Onde está o povo que levantou a cabeça e disse que o país acordou ?
Eu defendo os policiais, os políticos, os lideres religiosos, mas quando estão certos, me desculpem se não os vejo em certeza, sei que também não se pode acreditar na mídia que os criticam, enquanto sentenciam a morte aqueles que nem mesmo entendem o que estão fazendo ou porque o fizeram.
Lamentável o poder da mídia em vossos corações, cadê a criança que jogava bola na rua? Cadê a criança que soltava pipa? Bolinhas de gude? Pião? As garotinhas pulando amarelinha, hoje disputando com os filhos seus brinquedos e a atenção que ganhavam dos seus pais.
"Tomaremo$ ela$ de $ua$ ca$a$, roubaremo$ $ua$ alma$, corromperemo$ os valore$ com PREÇO$ e demon$traremo$ que o no$$o lado merece mai$" disse o traficante ao vender o seu filho pra morte.
Não importa o lado da história, se o que vale realmente é a audiência.
Lamentável, ser jovem, ser pobre, ser pai de família, em um país que a única liberdade que se tem é a de estar preso.
Preso a qualquer coisa, menos à própria liberdade.

Quem sou no meio de todas essas pessoas? Eles se superaram.
São esses os poderes dos palcos da vida. São famosos por pouco, e muitos por quase nada. E eu, indescritível aos críticos.

Ao entendimento dos outros não cabe o que você diz, e sim o que você disse.

Morre no carnaval

Não quero mais do que escapar.
Saco, é domingo já ?
A que ponto se pode chegar?
Ah, olha na Tv, o carnaval ta lindo!
Todo mundo sorrindo, alguém morre, mas não ligue, é cedo pra ligar os pontos.
É cedo demais até pra pensar.
É carnaval, não se importe!
O verão ta forte, esquece um segundo tudo o que perdeu e vem com a gente ser feliz.
Para de cantar sozinho, vem rimar comigo.
Não quero!
Fico fechado, sei lá, talvez eu goste.
E daí que é carnaval?
Eu tenho que ir, mesmo quando alguém morre?
E daí que alguma coisa rima?
E daí que eu... só gosto.
Talvez eu só queira mesmo é escapar.
Do mundo de fora e de dentro, escapar.
Olha só a Tv. O carnaval ta lindo.

Meu desejo é simples, não é barato, nem caro.
Afinal, não custa, nem por menos não valha nada.
O valor do meu desejo não pode ser atribuído, não é um título, não é somado e quem dirá diminuído.
Não é uma promessa de que será assim.
E nem uma certeza que não será.
Encontro ele tão bem escondido debaixo de algumas ideias de tantas pessoas, e às vezes, apenas às vezes, determinadamente escancarados em seus rostos, em seus olhares, em suas rugas.
O meu desejo é único e é do tamanho de um infinito, dado a proporção de que 1 à 2 um infinito de números existe, um infinito de universos existe.
E ele se localiza bem ali, entre um ou outro.
Mas, sem delongas, eu desejo "amor".
Mas não aquele amor que se encontra no supermercado, com um rótulo e com preço destacado logo em baixo.
Aquele amor que importa, que passa debaixo da porta, que entra na gaveta e escorre pela lágrima que fez fazer falta, como as cartas de amor que não são mais lembradas.
Aquele amor, que deixa as pessoas paralisadas, sem ação ou movimento, mas que num simples gesto muda o sentimento de tudo, e tudo sobre cada coisa.
Que cria desejos sobre como tem que ser, e que muda o que são.
E que não se atribua apenas a uma única pessoa, mas a todos que existem, e a tudo, pois tudo faz parte de uma única coisa. E nada existiria se tudo isso não fosse uma parte.
E que todas as vontades e verdades se unam numa forma em que crie não somente uma ideia, mas se torne um pensamento uniforme.
Onde falar, pensar, cantar, amar, viver, sonhar e demonstrar, seja claro.
Onde não tenhamos duvidas do que somos, do que devemos fazer e de pra onde vamos ou onde devemos parar.
Que corra, que grite, que cante, mas que acima de tudo ame. E ame mesmo, ame muito, ame tudo, mas ame alguém, e nunca deixe de amar, porque amar é estar vivo.
E viver sem amor é se condenar a um caminho sem volta.
Desejo que todo esse sentimento permaneça intacto.
E que mesmo com a falta da presença dessas palavras, os outros sintam que nós ainda estamos ali.
Alguém já te perguntou se você o ama hoje?
Não perca tempo, mesmo que um amor possa esperar uma vida.

Mesmo se fosse aquilo que me faz mal,
ou qualquer tipo de veneno letal,
que ao proferir já até sinto o sabor,
sendo assim o último esse doce amor.
E poder concentrar em mim essas doses exageradas do teu beijo,
saberia que de ti é real esse meu imenso desejo.

Não espere que o mundo dê voltas, faça o universo girar em torno de você.

Só queria acordar quando o mundo estivesse limpo e cheio de pessoas honestas e livres.
Livres da arrogância, da prepotência das crenças e descrenças.
Com liberdade de escolha no que quiser acreditar, ou ser, sem ser julgado ou condenado por suas escolhas.
Que cada um pudesse usar sua imaginação para o que bem entendesse, e principalmente para o bem entender.
Que os sorrisos não tivessem motivos e nem tantas explicações.
Não que a infelicidade fosse banida, mas compreendida.
E que a morte fosse comemorada, assim como o nascimento e a vida.
Onde as pessoas se importariam menos com o status e mais com o bem estar.
Que a influência do poder esvaísse.
E a humanidade decrepita fosse pra um outro universo, sem o uso da maldade ou da apelação, apenas por vontade própria.
Onde não fossemos forçados a escolher pelo caminho do mal.
Mas, que aprendêssemos a olhar pra esse caminho de uma certa forma.
E que o conhecimento fosse um benefício de todos, não apenas de alguns.
Seríamos seres melhores, e talvez quem sabe poderíamos dizer todos os dias que amanhã seria um dia melhor.
E nos orgulhar de dizer que somos apenas "seres humanos".

Como consegues de tal forma apetecer aquilo que mais desdenha ?

Não se importe com as pequenas coisas que te deixam pra baixo.
A vida é feita de pequenas coisas que juntas formam grandes coisas.
Afinal como dizem, faz mais barulho uma árvore que cai do que uma floresta que cresce.

Quando se ofende o que outras pessoas acreditam, é que se vê a verdadeira natureza das pessoas.