Coleção pessoal de demetrioMDS
E foda-se o que os outros vão pensar.
Não devemos nos importar com o que vão falar.
Vivamos nossas verdades a tempo de serem reais,
mesmo sabendo que elas são mutáveis
e em algum momento podem se tornar falsas.
Dessa vez eu não falei de amor,
nunca fiz planos de eternidade,
nem falamos sobre casamento,
ter filhos ou algo do tipo.
Também não quis só te usar,
te magoar e nem te fazer chorar.
Muito pelo contrário, meu bem.
Eu só quis te fazer bem.
Amenizei o quanto eu pude o vazio.
Não nos deixamos ficar a sós.
Aprendemos gastar nosso tempo.
Compartilhamos bons momentos.
Nessa mistura de possibilidades,
O teu sorriso é o que me vale.
Eu só quero te ver bem,
E nem me dói se é comigo ou com outro alguém.
E quando a razão resolve fazer contas,
não encontra os resultados desejados
e os nossos valores não valem nada no final?
É possível não se deixar levar pela emoção?
Como fazer para calar a voz do coração
que grita alto demais pela sua atenção?
Eu preciso urgentemente de uma medicação.
Traga seu kit, e não se esqueça de anestesiar o meu consciente.
Talvez você tenha a cura para por fim a toda essa aflição.
Eu posso até não ser perfeito, travessa,
mas quem foi que disse que isso é ruim?
Talvez você se apaixone pelo meu mais singelo defeito.
Gosto do seu sorriso
e de como fica vermelha
quando fala comigo
Gosto do seu olhar
e de quando sem graça
me pede pra ficar
Tá tudo bem,
Assim não vou agora
e nem depois também
Gosto de te ouvir
e o quanto fala bobagens
só pra me fazer rir
Gosto de te abraçar
e do perfume amadeirado que exala
logo acima do delicado colar
Tá tudo bem,
Assim não vou agora
e nem amanhã também
Gosto de estar aqui
De estar apaixonado
pelo seu doce gosto
Tá tudo bem,
Assim não vou agora
e nem depois também
Gosto de estar aqui
De estar apaixonado
pelo seu doce gosto
Tá tudo bem,
Assim não vou agora
e nem amanhã também
Tá tudo bem,
Gosto de gostar
de você também
Gosto quando te pego me olhando
e como desvia rapidamente o olhar
e disfarça quando percebe que te vi
Às vezes me lembro de você assim, do nada.
Paro e fico pensando algum tempo em tudo,
sem futuro, perdido no clico do nada.
Mas assim como lembro me esqueço, do nada.
Então eu sigo...
Sigo esquecendo que lembrei.
E eu sigo...
Sigo até lembrar que esqueci.
Então eu paro...
Paro e percebo que não te esqueci.
E eu paro...
Paro e percebo que às vezes demoro mais para me lembrar de ti.
Então eu sigo...
Sigo lembrando que esqueci.
E eu sigo...
Sigo até esquecer que lembrei.
Depois eu sigo...
Eu sigo...
E sigo...
perdido nesse ciclo.
Mesmo que às vezes escondo
e em outras não consigo mais falar,
só queria que soubesse que me importo.
Realmente me importo.
Queria que me entendesse,
mas eu sei que é pedir demais.
Queria voltar no nosso tempo bom.
Sinto saudade, mas...
Prefiro a morte à ausência.
Prefiro a overdose à abstinência.
Estou cansado de esperar por dias melhores.
Vou aproveitar o que há de bom dos piores.
Peço desculpa se eu não soube te entender.
De todos os meus erros,
não ter te escutado é o que eu mais odeio.
As horas vão passando e o tempo me consumindo.
Cada ciclo do ponteiro me atinge a consciência,
e eu me desespero por saber o final de tudo isso.
Eu estou morrendo e não conheço nada
e nem alguém que possa me salvar.
Eu sou um lunático e esse tempo me é tão cruel.
Devia ter nascido em outros tempos.
Na época que aceitar era simples e normal,
E o tun-tun valia mais que o tic-tim.
Na sala da minha casa tem uma TV que não liga.
Eu poderia mandá-la para arrumar ou jogar fora
e comprar outra nova, mas eu gosto dela assim.
Aprecio sua companhia e seu afável silêncio.
Às vezes sento-me no sofá e fico olhando para ela.
Ela é preta, e quando está dia me reflete.
É nesse momento em que eu paro para pensar em mim.
Gosto de ser espectador dos capítulos da minha vida.
Agora penso: se a TV estivesse ligada eu não me veria.
É tão fútil ouvir falarem sobre sua programação.
Eu não preciso desse falso entretenimento e viva alienação.
Preciso demais de mais vida e me ver na tela preta.
Eu estou sentado no sofá em silêncio.
Ela está em pé ao lado do batente da porta
que divide a sala e o corredor
tentando fingir não sentir.
O momento silencioso da TV
mostra o quanto estamos fora de sintonia.
Não sabemos o que falar.
Só sabemos velar no meio da sala
pelo momento que está para acabar.
-Não se preocupe comigo - eu digo.
Estarei bem, apesar de distante.
Já aprendi a ignorar o sofrimento
e morrer assim aos poucos sem gritar.
Levanto do sofá e arrumo as minhas coisas.
Nos despedimos com um abraço solto e rápido.
Não somos capazes de nos encarar. (seria mais difícil)
Não suportaria olhar nos olhos dela. (guardamos as lágrimas)
No final você não passa da mistura
de todas as frustrações acumuladas
e finge assim tão mal ser um velho conformado
Eles vão te falar tanto as mesmas mentiras
que você um dia vai acreditar que são verdades.
E vai enxergá-las como se fossem realmente suas.
Sempre que eu sinto a morte chegando meu humor é sufocado.
O irônico é que eu posso escolher viver,
mas o medo é maior que a coragem ao incerto.
Meu silêncio são meus berros de desespero.
Então eu morro. Eu morro e fico sem paz.
Queria que me salvassem, mas estão todos tão mortos
que nas ruas vejo mais defuntos do que em cemitérios.
E eu odeio tanto cemitério.
Ver pessoas velando por corpo inanimado
como se estivessem mais vivas que o próprio.
Escolheria o inanimado ao vivo vazio.
Preferiria o sono eterno à tortura de dormir e acordar cadáver.