Coleção pessoal de DelvaBrito
Venho, há muitos anos, querendo apenas o que cabe no meu bolso e no meu coração e, hoje, já consigo viver com pouca coisa, com o que necessito no dia a dia. Vem dando certo! Estou me sentindo mais leve pois as minhas energias estão sendo canalizadas para o "ser"
Deparou com "trilhas" não identificadas?
Siga a intuição e o seu coração.
Caso chegue a um destino não previsto, pare e procure ver o que há nele. Possivelmente, você chegou no lugar certo.
Está em dúvida quanto à trilha a seguir? Ouça a sua intuição e o seu coração e chegará aonde necessita.
___Lembro-me que, certa vez, caminhando, deparei-me com uma "bifurcação" sem placa. Parei um pouco e já estava indo pela trilha da direita (o destino previsto seria pela da esquerda). Mas foi o melhor que me aconteceu pois foi através dela que pude exercitar a minha fé. Como? Estava perdida há 10 horas! Não encontrava o caminho certo! Foi aí que me lembrei de Frei Ignacio de Larranaga que disse certa vez: - "Quando precisar orar e não souber, uma simples palavra ou frase vai lhe ajudar". Então, comecei a falar em voz alta: - "Jesus está comigo e nada me acontecerá". Orei tanto que esta curta oração ficou cravada na minha mente, como um mantra. Não precisei mais repetí-la verbalmente. Ela já estava em mim. De repente, vi uma "trilha" improvisada, como se alguém tivesse acabado de fazê-la com corte de facão. Não tive dúvidas e a segui até o topo da montanha. Ao olhar para baixo, vi duas pessoas (pequeninas pois estavam distantes). Comecei a descer ao encontro delas porque elas, também, estavam surpresas de me verem naquele lugar. Umas duas horas depois, já muito cansada, lá estava eu com elas (um casal da Austrália) que me acolheram e me levaram até um Albergue na Vila mais próxima.
A partir deste (des)caminhar, senti que a minha fé aumentou, que a minha crença no Criador estava mais firme, que o meu amor pelo mundo se ampliou. (Mais detalhes, veja o texto "Aprofundando a fé no Caminho de Santiago de Compostela" em Delva Brito Pensador.
Isto ocorreu no Caminho de Santiago de Compostela, quando o fiz, oficialmente, como peregrina.
Sempre muito agradecida!
A partir da minha experiência de eterna "caminhante" posso afirmar que qualquer caminho pode até ser difícil mas o aprendizado é certo, especialmente quando fazemos o nosso (des)caminho com esperança e muita fé; quando acreditamos em nós, respeitando o outro; quando aprendemos a entender os "sinais" que nos são revelados de diferentes formas; quando reconhecemos os nossos limites e sabemos onde e quando devemos parar para o (re)começo, sem nos preocuparmos se o "outro" acha certo ou errado quando paramos antes ou depois do previsto. O importante mesmo é respeitarmos o nosso coração, a nossa intuição, os nossos sentimentos.
Não é de agora que tenho me preocupado com a falta de paciência que assola o mundo. Tenho me exercitado bastante mas, ainda, não o suficiente, confesso.
Não há fórmulas mas, quando estava na Estação Rodoviária de [...], tive um "insiggt" e, o curioso, é que ele emergiu da falta de paciência. Não dá pra descrever com exatidão mas, quando me vi: tendo que me sentar no chão pra esperar o ônibus (que não entrou na estação e ficou do lado de fora (como adivinhar que era o tal?); sendo obrigada a entrar num sanitário com condições precárias; vendo lixo espalhado pelo chão; um rapaz varrendo as mesas do "fast food" da Rodoviária com a mesma vassoura que estava varrendo o chão; pessoas comendo com as mãos sujas etc, fiquei a pensar que situações como estas, que não dependem de quem está vendo (não é a sua cultura), fazem com que você respire fundo, se recolha e peça iluminação para ser paciente e tolerante. Nesta viagem, observei tantas outras situações difíceis, como mulheres fazendo o trabalho pesado de construção civil junto aos seus filhos em processo de amamentação...
ENTÃO ME PERGUNTEI: "Como não agradecer pelo que somos e pelo que temos? Concluí que, infelizmente, assim como aprendemos com o processo de dor, este é um excelente exercício (embora doloroso) para aprendermos a ser pacientes e tolerantes, ou seja, a ver e, ao não poder interferir, recolher-se no silêncio, aquietar o coração E AGRADECER pelo que conseguimos!
Enfim, quando viajamos, aprendemos muito, talvez porque ficamos mais em silêncio do que quando estamos em "casa".
Que os anjos nos ajudem a manter a lucidez necessária para que possamos entender que este é um momento breve; que o perdão é essencial a uma vida plena; que não devemos nos exaltar diante de circunstâncias efêmeras nem diante do outro; que façamos felizes aqueles que nos rodeiam; enfim, que cultivemos a paz e amemos uns aos outros.
A verdadeira espiritualidade só é sentida, na sua plenitude, por quem a vive. No dia a dia, principalmente em lugares reconhecidos como espiritualizados, ela aparece "encoberta" pelo místico e/ou como mercadoria de compra e venda nas mais diferentes formas. Esta ambiguidade gera um certo cansaço em quem está a sua procura, desejando senti-la para se fortalecer. Eu, por exemplo, ainda continuo com perguntas como: qual o verdadeiro significado da espiritualidade? Como a espiritualidade se expressa, de fato, interiormente e exteriormente? Como lidar com a espiritualidade em situações em que ela é transformada em mercadoria?
Quando estiver se sentindo sozinho(a), envolto(a) em nuvens, às vezes não muito claras, olhe para a lua e verá que ela, embora só e, às vezes, sombreada, não deixa de iluminar as nossas noites.
Para quem não tem “certezas” como eu, e que sente uma necessidade imensa de encontrar a fé que tudo suplanta, só resta continuar caminhando, vivendo a existência, experimentando a sua essência, a minha essência, a essência humana.
Ser amigo não é fácil pois amizade envolve compreensão, solidariedade, doação, confiança, fidelidade, aceitação, perdão e tantos outros sentimentos e atitudes que nem sempre conseguimos materializá-los porque somos humanos, demasiadamente humanos.
Algumas vezes nos aborrecemos com situações que ainda não aconteceram e não paramos pra pensar que a preocupação com o amanhã tira a alegria do hoje.
As melhores e as mais lindas coisas do mundo não se podem ver nem tocar. Elas devem ser sentidas com o coração.
A dor da perda de quem amamos
Alguém que amo (uma amiga) perdeu uma pessoa muito querida. Ficou triste, deprimida e mais solitária, guardando, inicialmente, esses sentimentos só para ela, o que a deixou pior.
Foi aí que conversamos e eu sugeri para ela compartilhá-los com mais alguém de sua confiança e/ou solicitar ajuda profissional.
Sabemos que, às vezes, quando as pessoas estão muito tristes, elas ficam com dor de estômago ou de cabeça etc. Essa minha amiga ficou muito deprimida.
Quando sentimos esse tipo de dor, além de procurarmos fazer o que está posto antes, podemos refletir sobre o que mais nos perturba e tomar algumas pequenas decisões que farão diferença no nosso “estado de dor”. Por exemplo: ler um livro preferido, conversar com alguém da nossa confiança, dar e receber um abraço que nos diga: “você não está sozinha, nós a amamos”, ou, quem sabe, encontrar alguém que dê colo ao nosso coração.
Isto pode não ser a solução mas é um dos caminhos para a superação da perda, enfim, é terapêutico.