Coleção pessoal de LeticiaDelRio1987
Tia Ci,
Sinto sua falta,
Sinto saudades,
O que mais odeio no pai, foi o que mais herdei,
A covardia...
Sinto saudades das tardes de domingo,
Do carinho no pé,
Na sua barriga,
Onde nem a Kelly já tinha nascido,
E já amava como melhor amiga,
Te amo,
Em todo raiar do dia,
Lembro de você,
Dos jogos com o Lê,
De vídeo game ou até o jogo roubado no par ou ímpar da foto...
Estou chorando hoje ,
Como chorei naquele dia de reação errada no elevador em São Paulo,
Sou omissa,
Mas,
Te amo muito.
Você é mãe pra mim também, tenho medo de te perder e tô perdendo, por omissão...
Você, o Lê, a Kelynha desde sua barriga, saudades de ser chamada de Gui...
Por vocês...
Amo demais,
Me perdoa,
Mas, tô morrendo de saudades.
Inexplicavelmente,
Nunca soube que seria existente,
Esse amor que começou em semente,
Improvável,
Nada viável,
Vindo da gente,
Tão igual,
Tão diferente,
Sei que de perto a gente se estapeia,
Não se freia,
A emoção corre ligeira na veia,
Mas, não faria sentido,
O coração ter mentido tanto,
Mesmo em pranto,
A necessidade do seu encanto,
Encontro contigo,
Nada contido,
Entre brigas e acertos,
Nosso conceito de corpos entrelaçados,
Sorrisos e dias de cama,
Entre dramas e dramas,
Do amor entre duas cancerianas.
Eu tenho que me corrigir,
Não posso mudar ninguém,
Mas, posso mudar a mim,
Eu tenho o direito de escolha,
Tenho que escolher o que é melhor pra mim,
Eu sou o amor,
Ainda que erre em ser,
Mas, escolho ser melhor,
Não aceito repetir os erros do passado,
Se eu não concordo,
Me afasto,
Tenho flexibilidade a melhoras,
Excluo as derrotas,
Eu vivo o presente,
Visando o futuro como degraus,
Eu escolho e presto atenção em cada passo,
Eu excluo a auto sabotagem,
Eu não cuido da vida de ninguém,
Eu não tenho espaço no que não me cabe...
Eu tenho o poder de escolha,
Embora haja intromissões,
Eu me perdôo do mal que fiz,
Eu busco o bem,
Embora saiba que o meu bem não é o de outrem,
Eu não interdito mais a vida de ninguém,
Porque respeito as escolhas,
Minha verdade não é absoluta,
Assim como a de ninguém,
Apenas questão de opinião...
Eu escolho ser melhor e entendo que ser melhor é não interferir,
Não conto mais nada da minha vida,
Também não procuro saber da vida de ninguém,
O amor é respeitar o espaço,
Inclusive o meu de escolher o que me faz melhor,
Egoísmo não...
Olhar pra si é amor próprio,
Pois, afinal, quem não pode amar a si mesmo, como pode amar alguém?
A resposta está em mim,
Nas minhas escolhas,
E minha consciência limpa, diz o que é melhor pra mim.
Falta-me a inspiração,
Porque a ação do tempo me consome,
A sensação do cheio,
Se mistura com a sensação de vazio,
O tempo vira grana,
E a grana consome,
Desfigura....
Transforma o Amor em paródia,
Transfigura,
Enquanto a fumaça evapora,
A luxúria fica,
O tempo se esvai,
O meu corpo se contraí,
Na loucura do ócio,
De ser,
Sem ser ninguém,
Que é alguém,
Pra alguém que não reconhece seu valor....
Um imenso bloqueio me consome,
Assola,
Devasta,
Voraz!
Coisa nenhuma me traz o pensamento,
Não em falta,
Mas, em excesso...
Quase mata,
Corrói,
Maltrata...
Há ameaça,
destrói,
O cansaço do corpo,
Destrói a mente,
Em um desastre inconsequente,
Sou,
Existo,
Imperceptível,
Porém, sagaz,
Consome,
Tipo enxame de abelha,
Pica,
Arde,
Destrói depressa.
O amor é como a dor,
Tatuagem,
Marca o peito,
Pinta a alma,
Branco, preto ou colorido,
Entre sombras e nuances,
Infinito,
Visceral,
Não se apaga,
Coisa de pele,
Fica,
Machuca,
Fere,
Cicatriz.
Nesses novos tempos de silêncio,
Nunca se está totalmente vazio,
O entretenimento acompanha,
Enquanto as redes sociais só assanham,
Ampulheta vazia,
Se conta,
Se cria,
Tanta coisa e realmente nada,
Tudo se acaba,
Finda e se reinicia,
Na velocidade da luz,
Em meio a escuridão do universo do ego...
Só nego.
O céu azul estrelado de dia!
Quanta fantasia,
Intenso,
Pixelado,
Quase um enfado,
Um infarto,
Miocárdio,
Acelerado.
A paz insalubre.
As pessoas pagam paz,
Uma paz de satanás...
Uma casa,
Um carro,
Tanto sonho monetário...
Eu quero a paz...
Tanta Guerra até chegar...
Como faz?
Lembro de gostos,
Cheiros,
Momentos,
Pessoas...
Poderia ter feito tanta coisa de outro jeito ...
Sem defeito,
Mas, aí não seria ser humano...
Baita engano!
Baita acerto!
Em tanto defeito...
Da série...
... Do Eu gosto mesmo...
Eu gosto mesmo é do silêncio,
Gosto do aroma,
Gosto do sabor,
Cores de Frida Kahlo,
Perfume,
Gosto da minha companhia,
Banho frio tomado no calor,
Praia,
Viagem,
Versos,
Violão,
Silêncio,
Meu vinho,
Sentir o vento nos meus pés na rede do oitavo andar...
Sonhar...
Sei que dá,
alguém pra me acompanhar...
Só isso Quero,
Mas, não espero.
Ápice do ócio emocional,
As pessoas se acham à tal,
Anormal,
No aço do ócio,
O ácido que corrói,
Onde alguém,
Que não é ninguém,
Tem a certeza do ser,
Sem saber,
Que o ácido no aço do ócio corrói.
Disfarço olhares,
Ao olhar para aqueles pares,
Em pares de pares,
Entre olhares,
De mãos dadas,
Na calçada,
Ou em qualquer outra parte da cidade,
Ainda que para isso, não haja funcionalidade,
Só a felicidade,
Do não desgrudar,
Amor na palma da mão,
Daqueles de perder o juízo,
De noites mal dormidas,
Um grude que é!
Sem tropé,
É vontade de se estender em qualquer lugar e fazer um colchão de corpo,
Enebriado,
Cheiros, gostos e toques,
Como quem tem o prazer de dançar na cozinha,
Ao som da vitrola,
Tocando Bossa Nova naquele Ap de praia no oitavo andar,
No centro de Floripa,
Amor de Pipa,
Voa no ar,
Sem se dissipar,
Mas, se perdeu no meio do mar,
Naufrágio no Campeche,
A alma se perde,
Nunca mais se reveindicou,
Amor louco amor,
De navio partiu meu amor,
E minha alma em si naufragou...
A dor é o que alimenta,
A dor é a recompensa...
Do Amor,
Maldito Amor,
De ranger os dentes,
Maldita semente que brota,
Da mente,
Semente,
Escorre vazio,
Socorre,
Morre,
Atormenta,
Lamenta,
Se escreve,
Ninguém se não intromete,
Só quero ser leve,
Bigorna.
Sou.
Eu só queria ter meu tempo,
E com ele a leveza do vento,
Meu lar,
Meu momento,
Parado no tempo,
Entre meus livros,
Reflexão...
Um freio nesse mundo louco,
Uma taça de vinho,
Um disco na vitrola,
Nada para dar bola,
No oitavo andar do meu apartamento,
A leve brisa,
A rede balança,
Meus cabelos em quase uma dança,
O cheiro de banho tomado,
Ninguém do meu lado,
Meu espaço,
No Amor da minha companhia me enlaço...
Ana...
Como falta que se faz no peito,
Te espero,
Abstinência,
Em minha boca permanece o gosto do seu beijo,
A consistência da sua pele macia de menina,
E aquele cheiro delicioso do seu óleo de banho,
Corpo nú enrolado na toalha,
Meu coração palpita,
Exita,
Pupila dilata,
Vício meu,
Sem rebordose,
Exata dose,
Amor,
Entre suas coxas me encontro,
Acerto o ponto,
Prazer,
Em te conhecer,
Ana,
Não me engana,
Faço-te minha mulher,
No cair da noite,
Até o amanhecer,
E como é lindo o amanhecer da tua janela,
Envoltas no teu edredom,
Seu sorriso ilumina e aquece como o sol,
De dentro pra fora,
O calor do seu corpo,
Meu corpo,
Os seus cabelos que insistem em repousar sobre em meu rosto,
Até o adormecer.
...
Carolina...
Quero morrer de amor contigo,
Isso mesmo,
Morrer de amor,
Depois de uma vida tão linda,
Só de pensar,
Um frio na espinha,
Borboletas no estômago,
Histórias,
Tempo da juventude,
Nós duas bem velhinhas,
Deitadas numa esteira ao entardecer,
Sorriso implantado ou banguela,
Não importa,
Amor de alma quero,
Ultrapassa qualquer barreira,
Transpassa,
Quero ser sua calmaria,
Enquanto você,
É vento tempestuoso,
Quero ser teu sol,
Teu abrigo,
Aquele dia de domingo que se torce para jamais findar,
Infinda,
Comigo,
Fica?
Letícia Del Rio
Seus olhos claros disfarção,
Tanto o transtorno,
Quanto no amor,
Seus olhos claros disfarção,
Quase uma ameaça,
Um segredo,
Uma dor,
Seus olhos claros disfarção,
Os estilhaços de cacos de vidro,
Em formato...
Palavras,
Rasgadas,
Aniquilam,
Pé do ouvido,
Sangue...
Seus olhos claros disfarção.