Coleção pessoal de LeticiaDelRio1987
O facho do egocentrismo se acende,
Na era do egoísmo se prolifera,
Como cólera,
Pandemia que dizimou a tantos,
Incontáveis ignorâncias,
Na política,
No povo,
Na falta de amor ao próximo,
Relapsos,
Sem afeto,
Mesmo tendo as próprias famílias afetadas,
Num mundo comandado por dinheiro,
Falta Amor,
Falta flores no canteiro,
Falta cores,
Restam dores,
Daqueles que sofrem a ausência de quem nunca irá voltar,
Culpa,
Negligência,
O ego inflado se esparrama no mundo,
Incontido,
Como um eterno eclipse esconde a luz do sol do coração de montantes,
A guerra não está vencida,
Embora haja fadiga,
Despertar,
Amar,
Se doar,
E vamos essa guerra ganhar.
Almejo aquele dia de sol,
A brisa quente que encosta na pele como o calor de um abraço,
O gosto do sal no corpo,
O azul do céu encontrando o mar,
Do nascer do sol,
Até o alaranjar do entardecer,
E quando ele se pôr,
A lua cresce imponente,
Seu reflexo clareia aquele barquinho atracado na ilha,
Serenidade e paz,
Todo o bem que isso trás,
Coração quente,
Mãos dadas,
Nosso vinho, um violão,
Isso sim é um dia bom.
Monólogo da solidão.
Eu sou assim,
Um quebra-cabeça,
Incompreensível,
Intrínseco e extrínseco,
Criptografia,
Hieróglifos,
Não sei de mim,
Sempre fui assim,
Aí de mim que o destino é o Só,
Sou meus versos,
Sou meus paradigmas,
Sou enigma,
Aí de mim que o destino é o só.
Monólogo do vazio.
Tudo desmorona, quando o ego vem à tona,
Minha Alma em estilhaços,
Lábios se fecham,
Se calam,
No escuro da dor do vazio,
Sozinho,
Sou escrava de mim,
Dos meus pensamentos,
Lamentos,
Tormentos,
Não me aguento mais,
Não sei como correr atrás,
Só queria fugir,
Desse mundo insípido,
Insosso,
Covarde,
Vadio,
Miserável,
Intragável
Que me esmaga todo dia,
Sem alegria,
Minha única companhia,
Canta e papel...
Como sempre,
Um nada.
A injustiça insiste,
Aos residentes dessa Terra,
De grito estridente,
A desigualdade persiste,
Bruta,
Má,
Com toda violência resiste,
Mora no egoísmo,
Intrínseco,
Egocêntrico,
Genocida.
Eu sempre fui assim,
Muito ausente de mim,
E ao mesmo tempo tudo,
Filha única,
Sobrinha única,
Neta única de uma avó até os dez,
Egocêntrica e ao mesmo tempo a primeira a fazer simbiose,
Sou uma peça única de um quebra-cabeça sem fim.
Charadas em letras,
Codinomes,
Borboletas,
Sinais de um Amor criptográfico,
A resistência existe,
Ultrapassa o prazer,
De te ter,
Mas, não poder,
Segundo a lei dos outros,
Jogando a culpa em si mesmo,
Sem ter,
Só de ser,
Simples de entender.
Meu só se dá na insuficiência da presença,
Sinto falta de um vocabulário mais rebuscado,
Me trava,
Prefiro a ausência,
Muitas vezes,
Me apego à pessoas,
Coloco-me no bolso,
Não ouço,
Dor ao sentir,
Só vai,
Tudo e todos,
Eu continuo só,
Dentro dos meus pensamentos,
Só lamento me sobra.
A vida me passa,
Como corte de estilete,
Estilhaço,
Fere,
Sangra,
Dói,
Machuca,
Mas, não mata,
Cicatriz,
Falta o ar,
Nesse mar que teimo em me afogar,
Enquanto a vida passa,
A passos de formiga naquilo que corrói,
Trem bala naquilo que constrói,
Preciso de chão,
Fixação,
Boia,
Salva-vidas,
Vivo perdida,
Na mente um caos,
No dia bagunça,
Arrependimento dos dias não vividos,
Dos cursos inacabados,
Das oportunidades perdidas,
Queria voar feito pipa,
Sei bem voar,
Mas, toda pipa tem alguém à quem puxar,
Queria ser eu à dominar esse fio do asfalto.
Dor?
O que é a dor?
A não ser de pensar o que não concluí?
Dos Amores,
Que deixei partir...
Mas, tudo,
Em nome de Deus..
Sempre há de haver um culpado.
O que acontece?
Quando o mundo dos sonhos se mistura com o real?
Mas, o que seria natural?
Talvez o mundo dos sonhos não seja assim tão desconexo,
Alelo,
Um paralelo,
Um paradoxo do Multiverso chamado subconsciente,
Nossa Intrínseca caixa de pandora,
Que aflora,
Vem pra fora,
De maneira exuberante,
Irritante,
Complexa demais,
Sem mais,
Na bagunça do ser um Ser.
Eu não gostaria de ter nascido assim, Absoluta em dores,
Preferia ter me fartado em amores, Não consigo fugir do meu eu,
Minha intensidade me corrói,
Ácida que sou,
Preciso do neutro,
Caminho do meio,
Centro,
Necessito de alento,
Aquietando a alma no silêncio,
O meu próprio,
Meu Mundo,
Desacelero,
Aí acerto,
Vida que quero.
Letícia Del Rio.
Nostalgia.
Mar,
Quando ouço tua voz,
Sinto teu cheiro,
O barulho do silêncio,
Imensidão,
Vasto azul,
Oceano,
Nuvens rabiscadas,
Pincel rebuscado do Criador,
Aliás,
Lá não existe dor,
Prazer e brisa são comparsas,
Presença que marca,
Os pelos arrepiam ao calor como um abraço,
Sinto-me Tua,
Nada sou,,
Embora seja Tua,
Partícula,
Particularidade,
Tua.
Universo.
1 ago.21
Monólogo do eu.
Porquê?
Nunca, do nunca há satisfação?
Meu eu é implícito no ser...
Tropeço em qualquer distração,
Ímpeto do meu ser,
Só sei que nada sei...
Fazer é meu eu em metáforas,
Incomplexão do incomplexo,
Intrínseco,
Foda.
Né? Mato ou desmato?
No mato!
Incomplexão do ser.
Eu mesmo no mesmo...
Desconexo,
Do ímpeto do ser.
Não acredito em verdades absolutas,
Acredito sim,
Em projeções,
Aquilo que vês em mim é apenas uma projeção do que sou...
Vice e versa,
Nenhum mal,.
Nenhum anormal,
As diferenças são o que nos torna humanos,
E isso me fascina,
Entendo,
Amo,
Mas,
Sou melhor com palavras escritas...
Não ditas,
Digo mal,
Escrevo bem,
Gostaria que as pessoas fossem feitas de palavras.
Eu amo,
Mas,
Como ama o Amor?
Do tipo sem dor?
Descubro agora,
O que é ser feliz?
Se não entender aquilo que me faz assim?
Todos as nuances,
Os aromas,
Até mesmo os hematomas da vida,
Sabores,
Dores,
Amores,
Histórias,
Explodem...
Dentro de mim,
Aprendizado,
Crescimento,
Esse é meu alento.
Incansavelmente.
Perfume no ar,
Tua pele branca,
Macia,
Me incendeia,
Em teus seios meu abrigo,
Acalento em meio às tuas pernas,
Me delicio com o sabor do teu prazer na minha boca,
Enquanto ouço teu gemido como música aos meus ouvidos,
Com você quero tudo,
E ao mesmo tempo fazer nada,
Em nosso leito quente de amor,
Carícias e suspiros,
Tuas mão em meu cabelo,
Meus dentes na tua nuca que descem pelas tuas costas,
Os pelos arrepiam enquanto puxo teus cabelos,
Me vejo dentro de ti no espelho dos teus olhos verdes,
Me encanto no teu sorriso farto,
Te amo incansavelmente.
Constância,
O puro do coração de uma criança,
Todas as alegrias da infância,
Misturada à sabedoria da idade,
Ah!
Mas, que saudade...
Quando a morte bate na porta,
Já não se sente mais a aorta,
Em minhas mãos se foi,
Como a última partida da nossa escopa de quinze,
As brincadeiras de madrugada de caixa,
Nossa lanchonete,
Pesqueiro no teu tanque...
Tanta coisa,
Coisa de Vó,
No teu último suspiro,
Em mim foi quase um tiro,
A saudade aperta,
A lágrima é certa,
Nunca irá existir outra como a Senhora,
Apavora...
Nossas idas à praia,
As caminhadas pegando as conchinhas enquanto o sol ainda preguiçoso raiava,
E você lá comigo,
Meu abrigo,
Só pra me fazer sorrir,
Me ensinou o que é o sentir,
E sinto você na minha estrada,
Seus pezinhos marcados na areia,
Unhas sempre feitas,
Vermelhas,
Me dizia que eu era seu ouro,
Um tesouro,
Porque ela tem coração de criança,
Ela é minha Avó,
Ela é Constância,
Essa foi a minha infância.
Sou o tempo,
Sou o vento,
Posso ser a lenta brisa da sua janela em tarde ensolarada de primavera,
Posso ser o tempestuoso,
O céu mais azul de Floripa,
O mais cinza de Curitiba,
Meus relâmpagos,
São a marca do cronológico,
Entre dores e amores,
Minha dualidade me distrai,
Corrói como ácido das entranhas do meu ventre,
Ultrapassa,
Leva tudo embora,
Ciclone extra tropical,
Frangalhos,
Retalhos,
Do não sei quem sou,
Mas, sei quem quero ser,
Sua,
Em teus braços de mar do sul,
No verde dos teus olhos de lagoa da conceição,
Meu coração se expande,
Amantes,
Amadas,
Reciprocidade,
Água em fogo,
Furacão,
Isso é,
Câncer e Escorpião.
Letícia Del Rio.
Eu nunca fui cilada,
Só nunca fui amada,
Por isso, acordava com você na madrugada,
O seu amor,
De cara me salvou,
Me rompeu,
Em mim extravasou,
E de repente pôs em mim tanto terror,
Botou minha vida num liquidificador,
Eu não estava errada,
Só nunca fui amada,
Por isso, acordava com você na madrugada,
Eu não desisti,
Só não consegui,
Por cima dos meus princípios se esvair,
Fugi,
Cansei,
Eu já te falei,
Nem só de amor sobrevive minha lei,
Eu não estava errada,
Só nunca fui amada,
Por isso, acordava com você na madrugada.
Me desculpe você era minha gata,
Eu sei,
Só lamento,
Eu te avisei que haveria rompimento.