Coleção pessoal de DavidsonMenezes

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Somente te amo.

Somente te amo, para sempre somente.
Espero, te quero, somente te chamo.
Espero que sejas minha, somente.
Somente não sente. Somente te amo.
Clamo teu nome, espero somente.
Teus lábios, seus olhos,
somente tudo de mais lindo, somente.
Para sempre te espero, te quero,
reclamo. Somente te clamo.
Somente espero, somente te amo.
Somente para sempre, somente...

Poetas e poesias
Quero ouvir Vinicius,
Sentir Castro Alves,
Pensar, Augusto dos Anjos e Tomé Varela,
Quero ver Camões, Márcio Catunda,
Ver pensamento ouvir sentimentos.
Poetas anônimos, poetas sem pseudônimos,
Quero ver o coração e a razão.
Eloquente indecente.
Quero ouvir, quero sentir.
Poetas consagrados, poetas desolados.
Quero ouvir seu coração.
Onde está a literatura?
Fernando Pessoa, Francisco Carvalho.
Onde esta o cordel?
Poetas desolados por falta de poetas.
Anônimos e sem pseudônimos.
Falta poesia para a falta de poeta.

Onde estão os poetas?

Onde estão os poetas? Que outrora apareciam pelas veredas.
Onde estaõ os poetas? Dos sertões. Dos grilhões.
Onde estão os poetas? Das vigas. Das vidas.
Aqueles poetas que andavam pelas ruas, pelos becos,
pelas gruas.
Onde estão? Os poetas famosos, lustrosos. Onde estão? Pensamentos, sentimentos. Onde esta o coração?
Poetas da canção. Onde estão?
Onde estão os poetas? Com talento, com dom. Poeta se cria, não se copia. Poeta aprende, poeta nasce.
Onde estão? Os poetas de coração.

Sino Céu
Rasos sinos, tocados em acordes melódicos.
Cálidos, rasos sinos. Tal altura e imensidão.
Tocados em claves de notas. Risos ralos, solidão.
Abraços penetrantes. Fala do céu, magnetismo véu.
Sino do céu, raros sinos.
De seu som de seu tom ecoam o infinito.
Não pára. Tão alto que podemos ver.
Rasos sinos. Nos clama, nos chama. Sinos ralos.
Sinos céu. Quero entender o que quer dizer.
Provo o teu som, sino tom.
Não pára, sinos céu. Rasos sino.

Meu lápis desliza no papel conversando com a folha, até que um verso nasce de sua paquera com as linhas do caderno.

O medo é algo que nos impulsiona ao impossível e nos leva ao infinito.

E a chuva passou.
O que vejo é lama. Onde esta o que estava aqui?
Não há mais nada. Apenas a espera de alguém para ajudar.
Onde esta minhas coisas que sumiram?
Que água é essa? Onde estamos?
Alagoas alagou. As pessoas, onde estão?
Sem comunicação, sem comida, sem casa, sem abrigo,
sem pessoas, sem vida, sem fé.
Onde estão as coisas? Que água é essa?
Um dilúvio que chegou, passou, levou tudo e alguns,
nos deixando sem nada.
O desespero do medo, o alivio de estar aqui e a revolta de nascer aqui.
A cidade. Que cidade?
Aqui era minha casa, ali meu colégio, lá era um mercado ao lado o posto de saúde e agora não existe mais, desceu tudo, enchente, desceu tudo, tristeza.
Aqui ficava uma coisa, aqui ficava outra e no meu coração ficou o vazio levado pelo rio.
É água, Barreiros Pernambuco, barro.
Interditado. Não entra nada, uma cidade triste,
de dor, de medo.
Onde era aqui?
A água não quis saber de nada, de famílias, de posses,
de construções.
A água não quis saber de nada, apenas levou, lixo, fome, sede, lições de vida e esperança.
Casa do operário, do prefeito, do lavrador,
casa de quem for.
Estamos retirando da lama uma vida que sobrou.
E minha vida foi para dentro do rio.
O destino é recomeçar.
Perdi casa, perdi família, perdi amigos,
perdi as lagrimas.
A comida é do chão? É a que tem!
Subi no teto para viver, emoção, fiquei vivo, sou forte sou nordestino, sofro por seca por enchente,
sofro por tudo, por todos.
Estou só, sem comer, sem beber, muita água do rio, enchente, desaba e leva. Casa, carro. Gente.
Tudo se foi na enxurrada, e o dicionário nos ensina que enxurrada é: ‘’Grande quantidade de água que corre com violência, resultante de chuvas abundantes; águas selvagens, aguaça, enxurro, fluxo, jorro de águas sujas ou de imundícies. ’’
A vida ensina que o rio leva o que temos, onde perder tudo significa que estamos vivos para contar a história, contar que vamos ter que recomeçar.
E não sobrou nada, não sobrou choro, não sobrou desespero, nos resta limpar as ruas, o tempo,
o pensamento, limpar, a dor das perdas,
desaparecidos e mortos e água.
Estamos limpando o coração. Agradecendo a ajuda, do Brasil, do mundo, de todos, de nós mesmos.
As famílias que se perderam, se juntaram com as famílias que se formaram nos abrigos improvisados, onde todos moram e choram e oram e imaginam como será a volta, a fé, no acerto, a fé no concerto, na vida que segue, no tempo que passará e no sangue e suor do nordestino, do Alagoano do Pernambucano, que mais uma vez esta no centro de todo sofrimento.

Um Brasil a margem do Brasil que esta sofrendo enquanto nos preocupamos com futilidades.
Um Brasil de verdade. Um Brasil, que luta contra tudo, que se reconstrói. Um Brasil que precisa de ajuda.

(Enchente em Alagoas e Pernambuco 2010.)

Em meio ao complexo mundo de informações instantâneas e passageiras, imprescindíveis e ultrapassadas, enfim, navegando.

Vou ao Novo mundo, encontrar especiarias e enriquecer a metrópole. Estou on line.

O intransponível mundo das barreiras tributárias e das taxas de juros. Brasil, terra do nunca.

E o cansaço que assola o tempo o corpo e a forma. Que aflora que toma que consola. E o tempo e o corpo e a alma.

Estamos regredindo ao velho oeste, onde cada homem fazia sua própria lei. Tenho medo da lei de outro. A minha é a Fé no homem.

Começou a corrida de farpas e anedotas eleitoreira. Quem faz e quem não fez, quem fará e quem nem liga. Oremos.

Lendo as notícias que já devem ser passado. Nem sempre informação é aprendizado.

Observando a movimentação política.
Estão abertos os portões do coliseu, que entrem as feras. Salve-se quem puder.

Sejam simples, sejam complexos,sejam eternos,sejam lembranças. Viajem,retornem, ouçam, sintam, demonstrem. Vivam.

O que as pessoas chamam de impossíveis, são as coisas que elas ainda não viram.

A fé do sertanejo é infinita. Faz chover, faz chorar, a planta cresce, clima aquece, fome abranda e ele esquece. Sertanejo. De que mais sua fé é capaz, sertanejo? Seguir em frente sem nada na mente, sem comida, sem dente. Ah, sertanejo, queria ter sua fé na vida, carregando pote, buscando comida com o pé rachado, sem nada na mente. De que mais sua fé é capaz, sertanejo? Seguir em frente.

As diferenças estão nos olhares de quem as vê. A única distinção que devemos ter é entre os bons e os maus.

A busca pela qualidade e excelência na vida passa pela porta de casa.