Coleção pessoal de Darcyvo

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Ando sem rumo,
Ao encontro do nada.
Vejo um alvo que não existe
E vou em sua direção.

Ando sem olhar para trás,
Meus pés caminham na direção oposta da minha mente
Minha razão perdeu a aposta para minha emoção
E ambos perderam a aposta para minha vida.

Não penso, apenas caminho
Não choro, apenas procuro não sentir
Me desconectei do mundo
E o mundo não sentiu minha falta.

Um passo de cada vez,
Todos os passos de uma vez só.
Eu ando corro, pulo e continuo.
Meu objetivo não é parar.

Eu ando e busco refúgio no fundo do meu ser
Eu não quero chegar em lugar nenhum
Eu quero andar e não pensar.
Eu quero apenas andar.

Descubro que não importam os caminhos
Os rumos , as direções
Se me arrasto, ando ou corro,
Meu alvo sempre me alcança
Pois é ele quem corre atrás de mim.

Apenas caminho em nenhuma direção.

A fuga da realidade,
Ilusão transitória da mente,
O temor da própria verdade,
Um coração insensato e descrente.

A covardia que esconde, que mortifica,
O desespero que expõe e enfraquece,
O amor que confunde e complica,
Uma vida que definha e empobrece.

Dúvidas que permeiam o meu coração,
Coração que quebranta o meu ser,
Sentimentos que sobrepõem minha propria razão,
Um amor que eu preciso tanto esconder.

Perguntas que expressam meu devaneio,
A insensatez que te move para longe de mim,
A flecha do medo que me atinge em cheio,
Que me fere e me deixa tão triste assim.

Emoções que me enloquecem,
Sentidos que entorpecem minha razão,
Sonhos vãos que me aquecem,
No limiar de uma grande paixão.

Um caminho sem origem ou destino,
Querer ser teu amado, querer ser teu,
Uma insensata ilusão de menino,
Uma esperança que um dia morreu.

Desprezo de amor
Choro de alegria
Sorriso de dor
Lágrima de agonia.

Tocar sem sentir
Olhar sem ver
Escutar sem ouvir
Amar sem saber.

Andar e cair
Cair e deitar
Deitar e dormir
Dormir e sonhar.

Razão que emociona
Emoção que entorpece
Tristeza que decepciona
Sentimento que enloquece.

Querer com loucura
Fugir com vontade
Falar com doçura
Sofrer com saudade.

Viver com solidão
Equilibrio que balança
Desejo e sensação
Destino sem esperança
Um paradoxo de emoção.

Se eu morrer, sobrevive a mim com tamanha força
que acordarás as fúrias do pálido e do frio,
de sul a sul, ergue teus olhos indeléveis,
de sol a sol sonha através de tua boca cantante.

Não quero que tua risada ou teus passos hesitem.
Não quero que minha herança de alegria morra.
Não me chames. Estou ausente.
Vive em minha ausência como em uma casa.

A ausência é uma casa tão rápida
que dentro passarás pelas paredes
e pendurarás quadros no ar.

A ausência é uma casa tão transparente
que eu, morto, te verei, vivendo,
e se sofreres, meu amor, eu morrerei novamente.

Um brinde ...
A todas as vozes que desaprenderam preces, ou mesmo que jamais aprenderam.
A todas as solidões individuais ou partilhadas, gritadas, colhidas ou caladas, nos corações e nas almas.
A todas as buscas que levaram a encontros, perdas ou abandonos.
A todos os silêncios de gestos e palavras que encobriram impossibilidade, refúgios, medos ou
ausências.
E, principalmente, aqueles que disseram mais do que palavras.
A todos os braços e abraços que acolheram, aqueceram e ampararam, nos momentos em que a perda já parecia certa e o abandono das forças de luta era aparentemente a única possibilidade de resposta.
Aos sorrisos esboçados ou assumidos que coloriram os rostos e enfeitaram o mundo.
A todas as crianças crescidas e pequenas que viveram momentos de descoberta e
não morreram para o aprender.
A todo o Amor que nasceu e morreu, mas que teve seu espaço de cor, força e brilho nas faces, corações e corpos.
A todas as músicas e versos que os artistas, ou não, exprimiram com suas emoções e nos ajudaram a compreender e comunicar melhor as nossas.
A toda voz ou carícia que não se negou, que ouviu o apelo e respondeu com sua existência, sua expressão sua proximidade.
A todas as orações desesperadas, suplicantes ou agradecidas.
A todos os "becos sem saídas" que deram em novos caminhos e em outras possibilidades.
A todos os desesperos que tiveram a grandeza de pedir ajuda e dar a enorme descoberta de serem conhecidos na partilha e no calor de um olhar, talvez perplexo, mas acolhedor.
A toda a vida que se omitiu ou ousou, que se transformou ou paralisou no tempo do medo.
A todo o medo que a coragem permitiu viver, e que a força não deixou que imobilizasse o gesto, e levou aos passos mais adiante e aos caminhos mais além de antes do ontem.
A todos aqueles que, disponíveis para o novo, o invasivo, o ensaio, percorreram com seus olhos linhas como estas somando as nossas, as suas vivências, indagações e descobertas e fazendo com isto que amontoados de palavras se vestissem de significados, dedico esta mensagem como uma liberdade de aproximação e um enorme desejo de que a busca de cada um não cesse nunca, seja ela qual for, por mais que mudem as respostas ou que por vezes, nos desanime a ausência delas.
Um brinde aos encontros, que neste espaço de vida, puderam acontecer...
Um brinde a vocês ...

Um dia a dor passará. A tristeza passará. A desilusão. O fracasso. A perda.
Um dia tudo irá passar. Um dia. Algum dia. Eu sei. Preciso acreditar nisso.
Será um instante fundamentalmente criado para este fim. Gerado no momento exato para transformar, recriar, reinventar. Para renascer.
Como suportar até lá? Como carregar tamanho fardo no coração, na mente e na alma? Não sei.
Apenas dar um passo de cada vez. Viver em câmera lenta cada segundo, minuto, hora, dia, mês e ano. Viver devagar para sentir a essência da vida. Sentir a essência do amor. A essência do teu ser. Não provei deste amor, mas pude sentir seu aroma doce e inebriante, tomando-me de assalto e me transportando a uma dimensão longe da minha realidade e mais perto de você.
Neste momento reflexivo, me apego nestas palavras e respiro profunda e lentamente para tentar absorver o pouco que me resta desta essência, deste aroma que entorpece minh'alma e me eleva acima da minha vontade e da própria razão de ser e existir.
Assim como a água que transborda violentamente de um rio, está meu coração em pranto, transbordando de dores inconcebíveis, de sentimentos e ressentimentos incompreensíveis a mim mesmo, incontrolável e impossível de represar este incomensurável amor.
Assim como as águas intranquilas de um caudaloso rio, seguindo um curso errante em caminho desconhecido. Totalmente sem destino. Culminando em uma grande cachoeira de emoções.

Por fora sou tranquilidade, por dentro sou conflito.
Por fora sou amor, por dentro sou dor.
Por fora sou oculto, por dentro sou explicito.
Por fora sou coragem, por dentro sou temor.

Por fora sou sorte, por dentro sou azar.
Por fora sou felicidade, por dentro sou tristeza.
Por fora sou plural, por dentro sou singular.
Por fora sou superfície, por dentro sou profundeza.

Por fora sou razão, por dentro sou emoção.
Por fora sou depois, por dentro sou agora.
Por fora sou revolta, por dentro sou resignação.
Por fora sou dentro e por dentro sou fora.

Reconhecer uma perda, quase nunca te fará feliz, mas é preciso fazê-lo em algum momento.
Deixar ir é libertar-se da dor vindoura, é abreviar o inevitável, é proteger o coração e o espírito.
E sempre haverá outro dia e outra forma de recuperar o senso de dignidade que sentimos se esvair como fumaça diante de nossos olhos.
Ainda poderemos nos recuperar da dor, ainda poderemos voltar a sorrir.
Mesmo com a alma partida em pedaços, é possível transitar pelo mundo dos nossos sonhos e se encantar com a doçura dos nossos sentimentos.
E ainda que tentem arrancá-la de nós pedaço por pedaço, não poderão usurpar a semente da vida arraigada de dentro do coração, regada pela força do nosso ser e pelo amor que teima em queimar dentro de nós.
Reconhecer uma perda é definitivamente sofrer, mas também é renascer.

Felicidade é degustar um momento de alegria inocente ...
É partilhar com os outros e mesmo consigo, uma satisfação que brota sem controle no fundo do coração.
É não conseguir evitar aquele sorriso de contentamento desmedido no canto da boca, na iminência uma gargalhada gostosa.
Felicidade é sorver mesmo que por pequenos instantes, o néctar delicioso do momento em que tudo acontece : Aquele sorriso da pessoa amada, o sorvete delicioso sendo degustado milimetricamente, o filme que curtimos assistir ou o lugar que adoramos visitar.
Não importa o motivo ou a fórmula mágica que usamos para chegar ao resultado da alegria.
O que realmente importa, é o quão precioso é para você compreender que não se pode viver sem estas pequenas coisas.
É como o orvalho que se forma toda a noite sobre as plantas, as quais absorvem sem pudores ou anseios. Apenas aceitam a dádiva que cai sobre elas e se regalam até o fim, aproveitando o momento mágico.
Felicidade ? Na verdade não sei como é ou o que é.
Apenas sigo na esperança de buscar mais destes momentos em minha vida, pois é neles em que me encontro feliz.

A única contemplação que me é permitida incondicionalmente, é olhar para dentro de mim mesmo e vislumbrar o meu autêntico EU.
É conferir meus maiores anseios e desejos, é olhar de frente para o meu âmago e contentar-me com a minha realidade enterrada no recôndito da alma.
Somente lá, eu existo em toda a minha plenitude e ninguém poderá tirar isso de mim. Lá estará a verdadeira essência de quem sou, sem que precise ser adaptável ao mundo que me cerca.
Lá eu existo.

É preciso ter coragem para colocar nosso barco da vida no mar bravio do destino.
Nosso barco será castigado pelas tempestades dos nossos problemas e das nossas adversidades, mas quem confia e tem fé, sua proa sempre apontará para o norte de Deus e jamais estará perdido na imensidão das suas lágrimas ou na escuridão de seus medos.
Navegar é preciso ! Sempre !

Quando percebemos que a escuridão avança sobre nossas vidas, significa o abatimento de quem tem olhado muito para baixo buscando viver à sombra do desespero.
Nos falta a percepção de que devemos buscar olhar para o alto: É no alto que encontramos a luz que nos ilumina e o Deus que por tantas vezes clamamos.
Lembre-se: Um único gesto nosso pode mudar toda a nossa história.

Após as calamidades e tormentas da vida, sempre haverá o que se achar de valor em meio aos escombros.