Coleção pessoal de DanielBrito41
a queda
que tenho
por ti
é livre.
me imagino
despencando
uma hora
ou outra,
abrindo
o paraquedas
e errando
o declive
até pousar
na tua boca.
ela carrega
a poesia
no corpo,
em seu grau
mais altivo.
quando escreve
um sorriso
no rosto
revela o verso
mais bonito.
ela fez
da minha mente
um pomar.
um olhar
foi a germinação.
agora
todo dia
colho os frutos
da minha
imaginação.
é como se
ao redor dela
existisse um
campo magnético
que faz qualquer
tentativa de fuga
se tornar algo
inviável.
principalmente
daqueles
que carregam
no peito
poesia
inoxidável.
quando ela
engatilha
os lábios,
já me preparo
pro tiro.
não há nada
que resiste
ao calibre
daquele sorriso.
a existência de
outros continentes
para eu desbravar
não me faz mudar
de ideia
para mim
ela é como
a pangeia
tomara que ela venha
me visitar.
mas a consciência
é incerta.
por via das dúvidas,
deixarei a porta
do meu sonho
aberta.
ficar muito tempo
sem te ver
não vai ser fácil
mas armazenei
tua imagem
na minha memória
não volátil
palavras
polissêmicas.
expectativas
diversas.
números,
dízimas,
indeterminações.
aprendo a lidar
com o incerto,
fundamento
minhas criações.
na construção
de poemas
busco
engenhosidade.
o sentimento
é matéria-prima,
você,
o firmamento
sobre o qual
edifico
minha arte.
me disseram que
mesmo sendo
de alumínio
tenho uma coisa
dentro de mim
chamada coração
quando
me aproximo
de ti
ele se derrete
você é meu ponto
de fusão
olhares que sempre
se cruzam.
o que se esconde
neste ponto
de intersecção?
procuro a lei
de formação
desta função.
há tempos
descobri que
na bijetividade
da afeição
o amor
é o x da questão.