Coleção pessoal de CristinaBarros

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Minha lágrima é uma gota que cai no teu silêncio
Tua ausência busca minha presença
Fraquejamos em nossos ultimatos
O oceano murmura na tempestade
Que invade com saudade,
Não importa a verdade vivida...
Teu tempo está sem tempo para meu tempo
A nitidez do horizonte desaparece aos poucos
Conflitos rotineiros,
Perpetuam a memória de quem precisa esquecer
À noite sem cobertor que sufoca o sono
Perigo distante, medo constante...
O vento frio embala o navio
Sem destino procura um cais
Por onde anda o farol?
Busco refúgio.
Adiou, falhou, partiu...
Sucumbiu a força
Emudecendo a alma que navega
No sigilo do teu amor,
Mais uma vez a lágrima jorrou

Escrevo como se estivesse dormindo e sonhando: as frases desconexas como no sonho. É difícil, estando acordado, sonhar livremente nos meus remotos mistérios.

Caminhando pela vida
Tropecei em desafios,
Conheci a indiferença...
A insuficiência.
Vislumbrei o horizonte,
Cruzando a ponte
No novo rumo
Que descreve o mundo,
Buscando a felicidade...
Conheci cidades,
Viajei nos pensamentos
Naveguei pelos mares,
Contemplei o luar
Busquei um olhar
Sosseguei nos sonhos,
Tornei a caminhar...
Para localizar a saída,
Das ruas sem norte
Buscando ser forte
Tentando encontrar
Alguém que ficou,
Do outro lado do mar.

Ouço o sussurro da alma
O gemer de minha essência
Temendo a fragilidade do ser,
Necessito esquecer...
Farol bem longe apagou,
Recordação registrou
Falhou...
Conflitos interiores,
Percorrem meu entendimento
Sacodem sentimentos
Busco por um momento,
Silêncio...
Indecisão em meu coração.
Caminho remoto...
Por um instante,
Decidi ser forte
Transformar minha história,
Procurar alegria.
Amanhã é outro dia...

Marcas do Tempo.
Tempo que marca,
O Tempo que passa
Percorrendo o período
Esquecendo as marcas
Coração apontado
Apurado no tempo
Lembrando momentos,
Marcados pelo vento.
Caminhando pela via,
Percebi o tempo...
Daquele tempo,
Que juntos corríamos,
Esquecendo-se do tempo,
De tanto tempo,
Que não tínhamos tempo,
Para perder tempo.
Saudade do tempo...
Faz tanto tempo!

Há quem diga que sou o avesso, a via de mão de única na estrada em que todos fazem atalhos pensando serem caminhos. Para ser mais clara, sou do contra. Instantes atrás foram de novo caracterizados meu estilo restrito e difícil que não aceita o aceitável. Ora bolas, por que também não usam de benevolência para comigo concordando com minhas “coisas concordadas”?
Externo apenas o que sinto e penso, dentro dos padrões de respeito à opinião de outrem. Isso não me isenta de discordar e não partilhar dos conceitos alheios. Nem sempre o que é bom para mim o é para o outro. Não gosto de muito blá, blá, blá, apesar de gostar de falar. Dispenso movimentos externos, aqueles que na maioria das vezes é simplesmente para mostrar algo desesperadamente por uma causa própria, enxergando interesses cômodos. Prefiro a revolução interna, pois ela fortalece as estruturas, trabalha no silêncio construindo algo sólido.
Se for do contra é ter uma opinião formada acerca de alguns assuntos, pois me declaro totalmente do contra. Quero dizer que sou um ser humano em construção, e, O engenheiro pode mudar minhas opiniões de acordo com a planta que Ele mesmo fez. Obrigada Jesus Cristo, por me aceitar difícil, problemática, rude, pecadora, mas desejosa em percorrer uma via de mão dupla na perspectiva de Seus ajustes e concertos.

Nas trilhas da lua percorre-se o caminho do sol. É exatamente no período do crepúsculo que os dois solitários podem aproximar-se um do outro por um breve momento, é quase um encontro; um toque. Talvez com um só sentimento, a saudade e a certeza fria da noite que vem e do dia que parte. Não há acalento que o vento possa proporcionar que desperte a lucidez dos dois seres, que em raros momentos buscam intimidade após tanto sofrimento... A dor da ruptura, sim, pois o sol e a lua demasiadamente sem rumo, rumam para um novo destino, cada um para seu lado; desperdício, pois na cumplicidade de seus momentos, a brisa suave avisa sua chegada, deixando o céu azulado, enquanto o astro sol despede-se do tempo com seus raios alaranjados esbanjando saudade sem poder usufruir da companhia da amada, pois está condenado para o resto de seus dias, viverem poucos momentos, escondendo-se dos olhares e dividindo entre si, a dor da saudade. Tamanha dor da lua que sofre, por nunca encontrar seu sol e seguirem juntos para casa depois de um dia que termina.

Com os pés fincados no chão e a cabeça nas nuvens, eu inicio um passeio pela estrada da imaginação. Meus pensamentos percorrem córregos e mares. Correm pelo planeta em busca de compreender a essência de minhas escolhas nem sempre acertado, frequentemente equivocada. Numa velocidade inexplicável, é possível mudar os rumos que os próprios ditados desarrumam contextualizando o cenário que me encaixo. Imagens refletindo os dissabores que na inconstância dos sentimentos acrescentam sabores me fazendo beirar o abismo da desilusão; companheira constante na viagem por estradas solitárias, e, às vezes pegando carona pelos atalhos, me frustrando aos poucos, quase me fazendo desistir da procura pela trilha certa que finalmente me conduzirá de volta ao Caminho. Ainda passeando pelos devaneios do meu “Eu” quase estático, devido à frieza da alma que por culpa do coração insensato deixou-a descoberta a mercê do frio que se faz nas montanhas do incerto percurso, as nuvens parecem aproximar-se mais rapidamente da realidade dos meus conceitos, transportando-me de repente para a lucidez de um ser humano que sempre está procurando a porta de saída da caverna que amordaça o calar do amor sufocado; prensado, negado. Sem perceber muito da realidade que se faz recente, é provável que a probabilidade de encontrar naquele deserto uma canoa para cruzar o lago da tristeza seja quase nula, entretanto, há uma sintonia da razão e emoção que despertam para a mesma direção; vai passar por ali, sem data prevista e horário marcado, o barco que transportará meu ser para o outro lado da civilização sentimental, onde certamente o amor e eu nos encontraremos... Esperar é preciso, pois o amor quer ser amado.

A tarde se despede...
Nostalgia sem clemência açoita as portas do coração,
Meus pensamentos se confundem
As lembranças desfilam na idéia abstrusa
O aroma do tempo desperta a melancolia da hora.
Eu ensaio esquecer a despedida
Meu coração enternece.
A estrada da vida parece longa
Prefiro parar no apoio do momento
Acalentar meu pranto sem constrangimento,
Minha alma frágil lamenta.
Percebo-te longe e fraquejo,
Tento pronunciar teu nome
Meu coração cala na trilha
Sem rumo para encontrá-lo,
Meu amor desfalece...
Meus sentimentos arcam
A coragem brota para afrontar
Meu olhar birra em te buscar,
Extenso é o caminho, mas...
Meu amor vai chegar...

Que seria de mim se não fosse a companhia das letras que vibram o coração na sintonia dos ventos frios, que sacodem a rede embalando as varandas num vai e vem de desencontros como minha fatiga emocional desacelerando os bramidos valentes de minhas emoções, que na multidão das decepções suplicam por coragem para prosseguir a caminhada do coração frágil ainda assim valente, lutando e pleiteando o lugar no pódio da segurança do afeto... Quem amar, pois as letras brigam e ferem um teclado frio e calado, saltando com vozes repetidas como a saudade que insiste no mesmo som. Quanta coisa essencial e ilógica se arrastando na sombra do passado, que teima pausar o presente com um assunto insistente, que apenas o teclado consegue absorver e compreender sua fala engasgada, amassada pelas noites traiçoeiras que embebedam a alma que sofre de tanta frieza e incerteza, por abrigar um coração sem destino e sem orquestra para estimular a canção do amor, que há tempos preparou para o momento da principal alegoria na arte da feliz canção de amar. Apenas as letras e a noite, num bordado de estrelas no céu, compartilham minha dor, minha perda meu amor... Onde quer que vá, sei que na cidade dos devaneios nos acharemos e partiremos, ouvindo a música do outro lado das batidas do teclado frio e calado, com voz silenciosa, nas noites frias do segredo, encharcando com as lágrimas quentes dos meus olhos calados, que perderam o brilho esperando a melodia ecoar.

ARTE DE AMAR

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

Penso que seria bem melhor se pudéssemos escolher quem amar. Certamente ele seria exatamente do jeitinho que sonho; o molde dos desejos se encarregaria de fazê-lo sob a encomenda do coração desejoso. Meu mundo imaginário me chama para dizer que a outra metade tem mais da metade das exigências que busco... Seu corpo corresponde com a perspectiva de minha estatura mediana, seus olhos têm um brilho do amor que ao deparar com minha imagem diante da rua estreita de meus pensamentos, eles vibram e despertam a certeza em meu coração de que aquele ali é mesmo o ser que busco para completar meus dias que por ventura estão incompletos. Continua meu mundo imaginário imaginando no decorrer da noite que percorre as ladeiras da imaginação... Quanta emoção! De repente sinto as batidas de seu coração batendo insistentemente em minha direção, é um apelo da emoção desfilando pela alameda da minha solidão. Perfeito nas suas imperfeições, seu jeito, seu cheiro, seu humor; a cor, o amor, não há mais temor. Ele já está pronto, no ponto de ser apresentado enquanto o sonho é desenrolado, este ser que será amado sem as reservas da incerteza da escolha involuntária, de um coração que desconhece as razões óbvias de escolher alguém para amar. Acordo e fico a imaginar como seria viver no meu mundo imaginário.

Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma ideia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.
Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. Há um perigo: se reflito demais, deixo de agir. E muitas vezes prova-se depois que eu deveria ter agido. Estou num impasse. Quero melhorar e não sei como. Sob o impacto de um impulso, já fiz bem a algumas pessoas. E, às vezes, ter sido impulsiva me machuca muito. E mais: nem sempre meus impulsos são de boa origem. Vêm, por exemplo, da cólera. Essa cólera às vezes deveria ser desprezada; outras, como me disse uma amiga a meu respeito, são cólera sagrada. Às vezes minha bondade é fraqueza, às vezes ela é benéfica a alguém ou a mim mesma. Às vezes restringir o impulso me anula e me deprime; às vezes restringi-lo dá-me uma sensação de força interna.
Que farei então? Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.

Sinto um frio em círculo ao calor
Ah! A dor da espera me dá um temor
E a vida que atravessa me assusta e dá medo
A esperança se vai, eu não poupo segredo

Meu contemplar se perde na imensidão
Lágrimas germinam do meu coração
Quanto vale a esperança por alguém?
O que inventar enquanto ele não vem?

Felicidade palavra bonita
Ambiciona no que acredita
Ama o que ainda demora.
É o tempo que não se influi com a hora

Mergulhar no rio da espera
Navegar nas águas incertas me desespera
Ouvir a voz da sabedoria
É o que eu mais queria...

Céu e estrelas
Brisa suave comigo
Estação parou
Emoção abordou

O momento mudou
A luz clarificou
É noite chegando
Silencio abordou...

Distante do tempo
Alguém já chegou
Sem esconder o anseio
O coração clamou

Saudade invade
Ilusão é maldade
Audaciosa saudade
Percorre a cidade...

Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?