Coleção pessoal de cristiane_neder
Pior do que morrer de falta de ar
é morrer sem sonhar.
Pior do que morrer de falta de ar
é morrer sem amar.
Pior do que morrer de falta de ar
é morrer sem se entregar.
Pior do que morrer de falta de ar
é morrer sem viver cercado de arte
para nos libertar.
Pior do que morrer de falta de ar
é morrer neste mundo
sem conseguir o respirar.
Aulas podem ser dadas até de um jardim, desde que o conteúdo seja bom e o aluno tenha vontade de aprender, deste modo tudo pode florescer.
As aulas sempre são um colóquio filosófico em qualquer disciplina, o professor abre o leque de conhecimentos, nem ele e nem os alunos tem todas as respostas, a alquimia da aula é o processo de descoberta. É conversar sobre o tema e explorar todas as suas fontes e as suas possibilidades de realização, discussão e reflexão.
As esculturas dos cães pelo mundo são imensamente mais importantes do que a dos líderes que fizeram guerras, porque os cães dão a vida pelos seus donos e só disseminam o amor.
Poema para os Antropólogos.
Os antropólogos
pensam primeiro nas janelas
que vão colocar nas casas,
depois nas portas
e depois na vista
que cada um vai ter
ao abrir as janelas e as portas.
Os antropólogos
sabem mais dos homens e da sociedade
por tocar neles, experimentar o que no mundo há.
Os antropólogos
conhecem a anatomia da vida.
Quando escuto a expressão fulano ou fulana são intelectuais fico um pouco resabiada, porque penso eu que todos nós somos intelectuais partindo do conceito que todos nós pensamos, criticamos, refletimos. A questão é que o termo é usado muito de forma elitista, referindo-se geralmente a quem vêm da academia e passa por um processo de mestrado, doutorado e seus pós-doutorados, mas os grandes filósofos não tinham doutorados oficializados, mas eram grandes pensadores, portanto pensar é um ato humano e ser intelectual é colocar a cabeça para funcionar e dialogar com os questionamentos do mundo. Não tenho esta visão elitista que intelectual é só quem estuda, mas que somos todos intelectuais a partir do momento que temos dúvidas e buscamos respostas.
Bibliografia atualizada não é o mais importante, o importante são livros bons com temas sempre atualizados.
Terra Estrangeira na sua linguagem artística, conta de forma subliminar como o ‘herói’ Collor, que trocara seu cavalo branco por
um jet-sky, promovera a entrada do capital estrangeiro no Brasil e a retenção do próprio capital nacional aqui.
O filme, todo em preto e branco, reforça a imagem de um clima de ausência de cores na vida das pessoas e do país, para melhor demarcar seu contexto histórico.
A poesia pela qual o filme está embrulhado, dentro da cena do velho navio encalhado no mar (que vai de encontro com a letra da música Vapor Barato). A simbologia desta imagem leva-nos a pensar que ela representa a impossibilidade de seguir ou retroceder, tal como os dois personagens que permanecem estáticos dentro do
contexto da clandestinidade, numa vida reticente, sendo corroída pelo tempo, como uma matéria bruta, como o velho navio enferrujado que não chegou ao destino final.
O casal tem como aliança afetiva a frustração da vida. Ela encontra em Paco a juventude perdida, sepultada pela solidão de tantos anos no estrangeiro. A trilha sonora Vapor Barato, composição de Macalé (década de 1970), na voz de Gal Costa, reforça e veste com harmonia a metáfora amorosa vivenciada pelo casal
para quem nada resta apenas o amor
A terceira identidade do estrangeiro, portanto, é como a lâmina de uma gilete, afiada dos dois lados, pois consegue absorver
registros de ambas as nações
Os efeitos da política econômica predatória adotada na época do Governo Collor dão o embasamento para o surgimento e para
a criação da obra Terra Estrangeira. Faz enxergarmos como os personagens trazem consigo a cicatriz desse tempo político, ao
se encontrarem na condição de estrangeiros em Portugal como
necessidade social, e não turismo.
Para escrever sobre a terceira identidade do estrangeiro, o filme Terra Estrangeira foi a primeira percepção que veio à mente, justamente porque o filme fala do nosso país, vendo-o do lado externo da sua
costura idiossincrática
Os artistas, escritores, cineastas e outros, descrevem e gostam de personagens que estejam na situação de estrangeiros,
porque o estrangeiro, por si só, guarda dentro dele personagens e personalidades com várias nacionalidades num único sujeito.
As promessas políticas, depois da invenção
das novas tecnologias de comunicação tornaram-se mais ilusórias, porque antes eles prometiam somente com a palavra sem o uso da imagem. Hoje eles prometem com a imagem o que povo, pela ilusão ótica, tem muito mais facilidade em acreditar, mesmo não sendo realidade.