Coleção pessoal de crislambrecht
Pensamentos pré-fabricados
Cabeça fossilizada
Ano após ano
Onde nenhuma água correu
Petrificados pelo tempo
Imutável solidez
Nem pó virarás
Ao vento apenas reduz-se
A luz ao longe
Donde apenas o calor se sente
Um pesar pela falta de sentir
A maleabilidade aconchegante da fonte
Seu plano deserto
Seco há anos
Leva para longe a chuva
E mantém-se longe da humidade
Seu plano certo
Feito há anos
Lava as mãos e a luva
E mantém-se longe da humildade
Vida longa à humanidade..
Tens dela o sorriso
Talvez
Mas
Mesmo que não
Es muy hermosa
Te quiero
E dane-se
Todos
Sei que pensas diferente
Do mar de gente
E da minha solidão
Talvez
Mas
Mesmo assim
My young syster
Te quiero
Por um instante
Eterno
Eternidade à-la Drummond
À-la-nós
Nosso tipo
De pensar
Sem pesar
Ande
Sem endereço
Cantos
E encantos
E vozes
Vozes
Vozes vorazes
Devoram-me
Devoram meu sono
Levam-no de mim
Devolvem os vultos envoltos por um envelope transparente
Transcorrem noite adentro um discurso semi-indecifrável
Desmentem e mentem tanto quanto nada se entende
Entrelaçados com pernas e braços de sons epilépticamentes iningnoráveis
Meu sono?
Deu lugar a sede
Uma insaciável vontade
Que apenas
Às vezes
Raramente
Cansa-me
Uma confortável fadiga mental que explode em vontades
Oh! Agora apenas tenho sede
Não posso falar da fadiga
Talvez apenas com ela
Digam-me
Fadiga,
Cansaço,
Exaustão;
Para onde foi
Nesta bela noite
Meu querido sono?
Oh, tempo!
Oh, vozes!
Há tanto tempo ouço vozes
Fantasmas..
Ao longo da rua
A fila de espera
Ajoelhados olhando pro chão
Saem rolando feito laranjas
Repolho melão
Cabeças de alface
Americana
Na avenida das guilhotinas
É em massa a execução
Se espalha feito molho
no chão, de tomate
Beterraba e açafrão;
A ceiva do colhedor.
Vomitando
Como nenhum rato jamais imaginou
Vou batendo em todos o botões
Perdido, porém, vomitando
Como é bom
E pode ser
Para sempre
Já fui
Sou
E serei
Um vomitador
Jogando para fora
Pra onde for
Onde quer que seja
Vômito
Letras
Palavras
Frases
Versos
Poema
Vômito
Vomito
E pronto
Como nenhum rato
Jamais fará
A não ser
Nós
S8R
É bom ter com quem contar
Quando todos se vão
Quando estou sozinho
E com mais ninguém
Estou com Sabrina
E com mais ninguém
Estamos sós
E com mas e porém
Nada além de que
Nem mais nem menos
Simplesmente só
Como sempre quisemos
Como sempre estamos
Mesmo quando ignoramos
Eu e tu
Nós no singular
Vai lá se entender
Tua assinatura já foi tão confundida
De números a meros símbolos
Ainda não te conhecem
Minha solidão
Nós cegos..
A garrafa
De vinho
Daquela noite
Do seu aniversário
Com a sobra
E as lembranças
O seu cheiro
Na garrafa
E a saudade
De outra pessoa
As músicas
Da Amy
Com recordações
De outra noite
Com outra mulher
O seu cheiro
No quarto
Com o vinho
Amy
E um coquetel de sentimentos
Um turbilhão
Caos
Olhos cheios de areia
Areia do mar
E Ana
Olhos
Mar
E
Ana
Labirintos
Sem mostrar seus sentimentos
Sem expressar seus pensamentos
Ele já não pode mais consertá-la
Sem mostrar suas emoções
Sem desenvolver seus dons
Agora aguenta a dor
Nunca disse adeus
Nunca disse te amo
Nunca fez uma promessa
Nunca quis um conselho
E nunca jurou
Presa a algo mais forte
Sua alma não se expandiu
Agora já deformada
Toda aquela dor sentiu
Todas as lágrimas
E a dor no peito
Aquele nó na garganta
Foram engolidos
Tudo entrou aos poucos
E não da mais pra tirar nada
Com a aparência de um louco
Mas com a alma desfigurada
Você disse que não expresso meus sentimentos
Que meu coração não bate pra ninguém
Que ele é tão só e cinza como eu
Mas ele está aqui no meu peito
Batendo
E como eu
Ali dentro
Não estamos sós..
A criança pura se polui
Com o tempo
A esperança é morta
Com o tempo
O eterno dura cada vez menos
Neste tempo
E a força se esvai
Com o tempo
De lá pra cá
De cá pra lá
Cá pra nós
Isso é enlouquecedor
De lá menor para um cá sustenido
Decalque luminoso estendido com sétima
Capas e contratempos mixados distorcidos
Entorpecidos, perdidos, comprados, controlados
Isso é enlouquecedor
Enchendo caras pra lá
Esquinas semi-circulares
Circundam o escolher dos acasos
Bebendo, bebendo
Baby, oh baby
Sax on phones
Saxofonista del Little
A lua sobre nossos passos
Sobe dentre as nuvens
Somem pegadas
E eu só, ando
Um, dois, três
Na espiral do moinho
Ventos demoníacos
Me transforma em cacos
Me corto, sangro
Me seguro em teus cabelos
Asseguro-me de tua fala de dor
Sua falta doce como o mel...
A guerra
Meus heróis viciados
Mil vidas
Tantos caminhos
O grito
Novamente
Foi dado
Assustou-lhe
Enquanto
Sussurrava
Palavras de sabedoria
Incompreendidas
Deixando-as assim
Como não encontrou
Largadas
Ao lado
Do lado
De dentro
Detentas
De vezes
Tanto quanto
For
Sentado à mesa
Desejando um café
Mas sem poder ficar em pé
Escrevia com firmeza
Cigarros nos cemitérios
Cheiro de fumaça
Meio copo de cachaça
Sabe que não é levado à sério
Quarto pequeno e escuro
Bairro frio e nojento
Baratas sobre meu alimento
Trancado sem forças no muro
Melhores momentos da vida
Julga então ele ter
Enquanto pode escrever
Dos seus pensamentos não terá
Saída..
Não sei se eu devo
Dinheiro
Falar
Tentar
Fazer
Não sei se eu posso
Falar
Tentar
Fazer
Voar
Não sei se eu quero
Tentar
Fazer
Voar
Novamente
Não sei se eu consigo
Fazer
Voar
Novamente
Alto..
Voz
Voraz
Veríss...
Vírus
Fungos
Proteínas
Vuelvo
Vuelta
Vulto
Volta
A falta
A fala
Afaga
Afoga
Agora
E sempre
Serpente
Ser ponte
Sr. Pontes
Pontas
Plantas
Pontas
Fantasmas
Fantasmas..
Hei de libertar-me novamente?
Definitivamente?
Eu e a mente
Que mente discaradamente
Desde que a alimente
Oh, tempo cruel
Que esmaga-me contra mim mesmo
Contra qualquer tudo e todo inclusive o nada
Oh, àlcool, à algo ali
Como em tantas outras
Substancias perigosas diversas
Sentimentos alimentados um a um
Ao mesmo tempo
A cada canção
A cada nova vontade
Desejo de amar e de andar
Solidão, que nada
Não é nada
Estar só
Ao menos
Não deveria ser
Bebi para dormir
Mas o velho romantico acordou
E ao som de Cazuza
Escreve loucamente
Desesperadamente
À mente
Que mente
Despertar uma ideia
Chamar a inspiração
Ela vem
Mesmo não conseguindo encontrá-la
Ela vem
Mas para isso
Deve se estar
Disponível
Tive um sonho
Deveras assustador
Vi um psicopata
Um doente
Foi assustador
Ele nada sentia
Ou de todos os sentimentos
Cada um possuía
Sorrindo em pleno desastre
Enfurecido na alegre festa
Foi assustador
Vê-lo passear
Entre a paz e o caos
Num piscar de olhos
Foi assustador
Tive um sonho
Deveras autêntico
Medonho
Vi a mim mesmo
Irradiação fóssil
Viagem astral..