um poema sem alma
é um deus sem esperança.
Reescrevo-te numa folha
por extenso em flor.
És apenas um
momento, entre nada e nada.
Todo o homem
que diz ser, nunca foi.
Em busca da verdade
segui o silêncio
e ouvi a voz
do mundo.
Não queiras ter
e terás sem querer.
Sou de todos os mares,
mas bebo de uma só água.
Chamar-te-ei
até me extinguir.
A vida é um princípio
de infinito, e o mundo
um reflexo nos teus olhos.
Puro é
tudo aquilo
que nada no vazio.
Tu não podes
tocar o meu mundo
sem ferir as tuas mãos.
O vento
é a alma
num corpo sem idade.
Só vou morrer quando beijar a terra toda.
A vida é um intervalo
entre dois tempos: o
que foi e o que nunca será.
Universo: um verso único,
em unidade e interacção.
Existem poemas
quem fazem esquecer
que existo.Um pouco como
se morrer fosse navegar.
A verdade nunca é aquilo que pensas.
Estou a habituar os meus olhos à intensidade.
Escuta o equilíbrio do vento,
o odor da tua tão distante ausência.
Sê o azul do céu no meu silêncio.
Primeiro pensei: - ou a verdade ou nada!
Depois percebi: - a verdade é nada.