Coleção pessoal de CordeiroClaudio

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Não sei, Flor,
não sei, colher-te, não sei...
Tenho medo que me murches nas mãos.

Não sei...
Talvez possa ser
engano, a luz que não
luz no sol dos teus olhos.

Prefiro Nada
a não ser Verdade.

Hoje, gostava de
ter nascido sol, para te
dar beijos de luz nas pétalas.

Poesia é
a minha forma
de te sentir, em silêncio.

Tenho tantas
saudades de ti, como tem
o sol, saudades de ver o céu sorrir.

Antes de ti
a minha vida era
luz fria e uma paisagem triste.

Sinto que o corpo
me come a alma, quando
passo por ti e não digo, amo-te com a boca.

Se pudesse...
Dar-te-ia um beijo nos lábios
com os lábios dos meus olhos.

O Natal é alma branca da luz divina.

O meu coração é um verbo que arde sem pensar.

Nada do que é pode perecer.

O Homem é um ser impensável.

A morte aclara a vida.

Morrer é indispensável à vida.

Sou filho de deus,
mas vivo no inferno.

Para ser feliz
é preciso morrer
todas as noites e
renascer todos os dias.

Não duvides da palavra!
Viver é um verbo divino.

Quando te olho nos olhos
afundo-me nos meus sonhos.

PALAVRAS DE SILÊNCIO

Digamos que é admirável
o silêncio das pedras extintas.
Digamos que a lama
é uma chuva de palavras irreprimíveis.

Estas são as águas correntes na nebulosa
da vida. Rios nocturnos que morrem
eternamente na secreta sombra.

Já sei que vou morrer mesmo.
O meu corpo absorve o silêncio
celeste de uma memória de flores
que vagueiam as ruínas da alma.

Vou morrer! Paciência...
Alguém me traga um cavalo.
Quero sair daqui a galope.