Não sei, Flor,
não sei, colher-te, não sei...
Tenho medo que me murches nas mãos.
Não sei...
Talvez possa ser
engano, a luz que não
luz no sol dos teus olhos.
Prefiro Nada
a não ser Verdade.
Hoje, gostava de
ter nascido sol, para te
dar beijos de luz nas pétalas.
Poesia é
a minha forma
de te sentir, em silêncio.
Tenho tantas
saudades de ti, como tem
o sol, saudades de ver o céu sorrir.
Antes de ti
a minha vida era
luz fria e uma paisagem triste.
Sinto que o corpo
me come a alma, quando
passo por ti e não digo, amo-te com a boca.
Se pudesse...
Dar-te-ia um beijo nos lábios
com os lábios dos meus olhos.
O Natal é alma branca da luz divina.
O meu coração é um verbo que arde sem pensar.
Nada do que é pode perecer.
O Homem é um ser impensável.
Morrer é indispensável à vida.
Sou filho de deus,
mas vivo no inferno.
Para ser feliz
é preciso morrer
todas as noites e
renascer todos os dias.
Não duvides da palavra!
Viver é um verbo divino.
Quando te olho nos olhos
afundo-me nos meus sonhos.
PALAVRAS DE SILÊNCIO
Digamos que é admirável
o silêncio das pedras extintas.
Digamos que a lama
é uma chuva de palavras irreprimíveis.
Estas são as águas correntes na nebulosa
da vida. Rios nocturnos que morrem
eternamente na secreta sombra.
Já sei que vou morrer mesmo.
O meu corpo absorve o silêncio
celeste de uma memória de flores
que vagueiam as ruínas da alma.
Vou morrer! Paciência...
Alguém me traga um cavalo.
Quero sair daqui a galope.