Coleção pessoal de Christinnyolivier
CONJECTURAS SOBRE AMOR E PERDÃO
O maior erro do ser humano é conjugar o verbo amar no passado, e acreditar que reatar um relacionamento é sinônimo de retrocesso na vida.
Perdoar não significa assumir uma fraqueza ou dependência, e sim admitir que não é impassível!
Passamos a vida em busca da felicidade que na maioria das vezes está bem perto, na simplicidade de momentos que deixamos passar por acreditar em paixões idealizadas.
Perde-se tempo em curvas escorregadias que não levam a lugar algum, esse tempo é cobrado pela sombra da inquisitória solidão, espraia-se o orgulho... E lá se vai o tempo, e mais tempo, até perceber que a mais pura ignorância é considerar-se autossuficiente por medo de viver uma frustração.
É nesse momento que devemos deixar de lado a carapaça, levando em conta tudo que aprendemos com doridas quedas, nos vestir de humildade e abraçar com todas as forças aquela que pode ser a última oportunidade de compreender a importante missão do amor.
MEUS FANTASMAS
Os primeiros raios de sol
Desintegram os fantasmas
Em minhas correntes...
Pena a noite ser recorrente; e o dia...
Um pó da escuridão plasmado.
SE PERDEU...
Liquefez na palma
Da mão fechada,
Se perdeu...
Como? Não sei!
Escorreu entre os dedos,
Perdeu-se de vez!...
De mim... Talvez!?
ESTRANHA(MENTE) CONHECIDOS!...
Tem muito dele e tanto dela na matiz
Desses olhos perscrutadores...
Carregam ternura aconchegante
e o dolo angustiante;
Um conflito deveras enlouquecedor!
São dotados de tom único, tão envolventes...
Claros no molde escuro.
Projetam um magnetismo incomensurável,
Indizível, inefável... Arrebatador!
Esse olhar assustadoramente instigante,
Possui um mistério intimidador
E o brilho cativante do fulgor da paixão.
Inaugura cores em minhas vistas!
Esse olhar inédito a olho nu...
É conhecido do coração.
Tão conhecido... Tão conhecido!...
Estranhamente conhecido...
Desafia a lei da razão.
__INCÊNDIO
O rastro da tempestade
Rasgada na face, adormece
À beira das cobertas.
O sorriso torto permeia os olhos,
Inflama as pupilas descobertas,
Tonalizando o afã da pele.
Um suspiro de hortelã
Desperta aos trancos...
Pulverizando o silêncio.
Minha alma hospeda a tua,
Nossos corpos gritam: -Incêndio!!!
Teu rosto no esboço da pintura constituída por suplícios da alma,
É o sopro cálido de vida em meu
Universo invernal...
Olhos amendoados
Tento decifrar os segredos da resplandecente
E encantadora magia, vertente
Em teus belos olhos amendoados.
Teu olhar penetrante invade minh'alma,
Tornei-me refém do fascínio que espalma
O universo dos meus sonhos dourados.
Ah!... Teu olhar rutilante, revestido de pejo...
Emana a pureza que encobre os desejos
Contidos na barra da saia rodada.
MUNDO DIVIDIDO
Minhas lágrimas quentes cicatrizavam tuas feridas,
Quando choravas por mim, brotava em teus olhos meu sangue.
Hoje minhas feridas são incuráveis e tuas lágrimas secaram...
Hoje não habitas meu mundo, és lembrança do passado!
Sua dor não mais me importa, não lhe comove o que sinto;
Aos poucos fomos disjungindo
Sem sentir a dor do parto...
Nosso elo foi quebrado e nosso mundo dividido!
OLHOS INSONES
O coração surdo martela as paredes
Gélidas com sua dolência em gritos sombrios...
O medo aperta a garganta, estrangula teu nome!
Amaríssima solidão derrama-se em calafrios
noturnos,
E todos os olhos de um ciúme insone
Fazem campana atônitos,
Escoltando o telefone
Adormecido para o mundo, indiferente, mudo e frio.
Suplícios de Desejo
-
Crava tua urgência
Em meus suplícios submissos,
Marca com teu brasão o esquisso
Ardente em minha tez.
Sacia tua sede de vinho...
Entontece-me em tua embriaguez.
Angústia De Não Tê-lo
-
O tempo não afasta a escuridão
Na atmosfera agonizante
Da madrugada, em que te observo
De longe.
Vivo assim... Nesta erosão angustiante,
Sem o teu amanhecer em mim.
AMOR DE VERÃO
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Namorei seu rastro na areia
Traçando poças rasas de carinho.
A transparência marinha lambeu-me os pés
Entrelaçados, nossos dedos se afogaram...
Espumou desejo!
Mergulhei fundo no beijo salgado;
Em teu corpo dourado sonhei...
Morri de amores em teu sorriso,
Nos olhos teus ressuscitei!
As promessas esculpidas no fulgor
Do fim de tarde, perderam-se na maresia.
Da onda passageira restaram lembranças
Em versos simples da poesia.