Coleção pessoal de Chaecor
Perdoa as rasteiras que vida te deu, perdoa os tropeços do teu próprio pé.
Acerta o caminho, aceita o caminho, e caminha além do 'até'.
Saiba que a vida renova-se a cada dia, tenha fé, força, e sorria, seja sempre você mesmo e tudo o que te destina assim será.
Há os que vão dizer,
que ela não via,
não sorria,
não falava.
Que por trás daqueles olhos,
a moça era calma,
morna,
talvez gelada.
E só ela entendia,
o que sentia por dentro.
- Ora!, ela dizia
- Não é meu o sentimento?
Ela sentia que era pouco,
e assim transbordava.
Sentia que era rasa,
enquanto a vida a afogava.
Sentia que era presa,
mas em sonhos mergulhava.
A moça sentia o mundo,
e o mundo sentia nada.
Que de nós,
o sofrimento seja afastado,
para o mais longe possível.
E a dor,
que não puder ser levada,
que seja então vivida,
como lição que passa,
e depois, ao pensar se diz:
Foi pena, mas valeu,
foi pena que valeu,
valeu a pena,
e aprendi.
Ouvi tanto silêncio que não sei qual som,
soa,
o verbo solto, até mudar de tom,
à toa,
o tempo passa leve,
leva,
a impressão do que já foi,
ela,
queria tanto ver, o invisível,
queria tanto ouvir, o inaudível,
queria tanto sentir, o insensível.
Agora,
me deixa só saber do impossível.
Nessa vida, perdemos um tempo um tanto precioso pra entender aquilo que nunca é dito. Perdemos também com aquelas coisas não entendemos nunca. E com aquelas, as mais doloridas, que por mais que possamos entender, algo em nós não pode aceitar: Aquele sonho deixado de lado porque, além de complicado, não era sinônimo de futuro; aquele alguém que dizia que tanto te amava mas quando a situação apertava parecia cada vez mais se afastar. Sobre esse último, em especial, é que tenho algo a dizer: Voltando àquele tempo, precioso, perdido para entender as coisas que não são ditas, nisso, o meu foi investido, e a lição dolorida que entendi, embora não possa aceitar, é que as pessoas criam barreiras em torno de si, barreiras que não nos permitem ver o que se passa dentro de seus corações, e nos deixam como cegos, olhando somente para a bagunça que se forma dentro dos nossos. São defesas, e como ouvi certa vez, não devemos atacar as defesas de alguém, ou elas só aumentarão diante de nós. Precisamos abordar a angústia que cria a defesa, precisamos, cada um à sua maneira, abordar as coisas que não são ditas, para que não se transformem em conteúdos que nunca entenderemos, ou em memórias doloridas.
Quando as flores se amaram,
Quando as flores se amarão?
Quantas flores nasceram,
Quantas flores nascerão?
Quanto de amor virá a tona,
Quanto de amor sairá do chão?
Quando as estrelas se amaram,
Quando as estrelas se amarão?
Quantas estrelas nasceram,
Quantas estrelas nascerão?
Quanto de amor virá a tona,
Quanto de amor virá ao chão?
Ou talvez seja eu quem não me reconheça, e nem ao mundo a minha volta.
Entre mim e minha imaginação eu enlouqueci, e voltei a mim tantas vezes, que não me é possível distinguir mais o que é o que.
Acho encantadoramente atrevida, essa doçura colorida, que algumas pessoas carregam consigo e vêm transbordar na nossa vida.
Agora, tenho olhado pra isso tudo de uma forma diferente.
Fecho os olhos e vou pensando bem aos pouquinhos em você, construo a cena devagar, igual criança que descobre a chama de fogo na vela e vai aproximando o dedinho aos poucos pra ver se queima, mas esse pensamento não queima, ver isso não dói.
Se você soubesse, do feixe de luz que ilumina a trilha, pro atalho, da felicidade que você merece. Ah, se você soubesse, da alegria contida, na memória, de cada passo que você se esquece. Mas você, você sabe do esforço, de cada gota de suor no rosto, do obstáculo no caminho já tortuoso. Agora acredita, o futuro é uma história escrita. Quem tem coração de bússola e pés a direcionar, voa, passeia, naufraga, flutua, e não aprende a caminhar.