Coleção pessoal de celinavasques
O silêncio fala...
Às vezes invado as madrugadas
Olhando o mar de minha janela...
O que seria o mundo sem mar
Sem a imensidão dessas ondas em fúria
Que se quebram na areia... Sem este verde esmeralda...
Da cor dos olhos teus...
Conto os sorrisos de um júbilo entorpecido...
E nestas noites de luar onde o meu silêncio fala
Na inquieta prece... Palavras que me saem do coração...
E em silêncio sussurro um poema... e passeio a alma
Sentindo o aroma das flores... Das montanhas...
Dos campos e da brisa que vem do mar...
Nos meus lábios o
Verbo... Amar!
Por mais que queiramos ver e entender a nossa vida e tudo o que nos cerca racionalmente e objetivamente, não conseguimos. E se caso nos fosse possível, a vida sem sentimentos, sem a emoção seria um vazio. Porque sentir é o que nos faz humanos e constrói o que somos.
Ausentes ao meu acaso estão às estradas,
Sem saber quantas lágrimas escorreram de meus olhos
Sem conseguir esquecer por quem a minha saudade chora...
Noto o tempo varrer meus passos...
Por isso... Jamais deixei marcas onde passei...
Nem nunca viajei por onde quis...
Marchar rumo ao horizonte incomum e desabitado
Atormentar o corpo a fleuma do vento...
Com a sensação de temor e da audácia de ser eu mesma...
As razões que tenho são frágeis... Mesmo quando anseio ser intensa
Assim, pago pela causa e efeito de ser louca...
E pela coisa de somente a lágrima revelar que existo...
Entre o amor e a tristeza, o amor mais triste é o de dois corações que verdadeiramente nunca se encontraram
Delírios que clamam por momentos passados, que sejam relembrados, que sejam revividos, num amor indivisível e incondicional. Forte onde precisou ser, manso em seu descanso, quando de um inesquecível cansaço...
Amor saudoso, saído sem resquícios de dor, lembrado em noites insones, perdido a levar em seu bojo, do conjunto, o valor.
"...e em tua viagem, pergunto: onde vais?
se sou o mar calmo e respondo teu impulso,
se em marés respeito teu instante convulso,
porque precisas ir em busca de outro cais?".
Desenhou ondas em meu pensar, como uma pérola
sem sua ostra
Sendo real a dor, deixa de ser abstrata quando se sabe porque dói. Tão tocante quanto convulsivo, tão chocante quanto impulsivo...
"eu era o amor desejado... não reconhecido". Dizer sem dizer, sentir sem sentir... desvendar a ânsia do resultado antes que ele aconteça, desejar que isso seja visto
"...e quando não me restar mais tempo, nesse tempo, ainda estarei, em outra eternidade, esperanto por ti..." Essa dor, em dom de entrega, desassossega o amor verdadeiro, mas continua a esperar...
É teu meu coração...
Empresto-te meu peito onde sangra meu coração casto
Pois sofre as dores de um amor nunca correspondido... E
Assim espero por qualquer dia que a este amor venhas
A acolher...
Forte... Insaciável com todo o entusiasmo que tenhas
E nunca mais devolvas a este peito o coração...
Que sempre bateu por ti!
Minha ausência...
Quero deixar de chamar-me
- Ausência-
Na tua vida... Quero dar-te
Os meus sorrisos mais formosos
Também a minha alegria entorpecida
E nas longas noites em que não pude falar-te
As palavras que vem de minha alma...
Quero ver-te... Querer-te... Amar-te
Não mais sentir o teu partir
Já plantei saudades e vi a dor surgir
Sou pássaro e voo por entre mares e montanhas
E do firmamento vejo o tempo e a vida passar veloz... Sem ti!
VERSOS LENTOS...
Amo o silêncio por que tu nele habitas
Trago comigo as dores desta paixão... Breve... E pura...
Murmuro versos lentos... Compondo a minha solidão...
Onde cabe um poema para te sentir e ver?
Escondo os júbilos na lembrança do que um dia fomos
Eu acordo todos os dias lentamente com o aroma da alucinação...
Deste passado... Tão recente...
É tão difícil acordar num vazio assim tão profundo
E uma caricia serena de amor... Separa-me da solidão!
Sei que me alcanças mesmo não me sabendo...
É que a memória não esquece... Deste amor que devaneio
Todos os dias...
E vivo...
E sinto a vida... O vento forte levantar a areia...
E olho o céu de anil
E me deslumbro com suas cores...ao nascer do sol..
Pinto-as em versos
Encantada pela paixão... E escrevo o
Quanto sublime que é o existir... Depois
Entardece... E vislumbro as estrelas... A lua...
A brisa... O perfume de jasmins e dama da noite que
Vem da floresta...
E vejo o vento sorrir... Reinvento-me...
Fecho os olhos e sorvo o que me parece real...
E vivo...
Teu rosto...
Escrevi este poema com um galhinho de planta...
Na areia quente...olhando para o poente...
As palavras brotavam de minha boca e eu seguia
A anotar...palavra por palavra...
E me pus a sussurrar o amor... E qual uma louca
Vou falando palavras e versos entre sorrisos
E suspiros...
E pressinto uma energia gigantesca...
... invisível...e entre murmúrios
Deixo ao largo a solidão...
e desenho teu rosto tu...
És a poesia!
(Era o teu rosto que eu escrevia....)
E vi o sol... Radioso
E vi nas manhãs sorridentes
Passarinhos acenando com suas asas
Dando boas vindas a mais um dia...
Senti a fragrância de devaneios passados...
E eu quieto como as pedras...escuto o mar...
Com olhos serenos... Ausentes de dor...
... e retorno ao encontro de uma saudade
Busquei o alento deste Sol de verão
Sou pescador de ilusões e brisas
Poeta das encantadas almas...
celina vasques