Coleção pessoal de cecilialemos
VIDA
Quantos ciclos!
Quantas vezes o Homem precisa se reinventar?
Ontem, hoje, amanhã... Sempre?!!!
Quantas vezes se precisa se redescobrir?
E quanta magia há nisso!!! Quanta beleza!!! Quanta alegria!!! Se reencontrar cada vez mais você mesmo!!!
Na suavidade cortante da dúvida
Vasculho os porões da razão
A procura dos esconderijos da emoção.
Na emoção, descubro que sua racionalidade falhou mais uma vez;
E em minha razão, questiono sua emoção.
Talvez não passe de um modo inseguro de viver sua segurança,
Talvez seja a repetição do meu modo seguro de viver as inseguranças.
Em meio a divagações, a chuva cessa aos poucos,
E nos permite ver a verdade além das nuvens
E o oceano que separa suas razões das minhas emoções.
Metáfora
O rio, em pânico, prestes à queda,
Olhando para traz, vislumbra toda sua bela obra,
Lamenta perder seus investimentos.
Receia as mudanças que estão por vir.
Correndo ainda no mesmo passo,
Segue seu caminho em direção ao desconhecido.
Intempéries, cachoeiras, corredeiras...
Nada impede o seu trilhar.
O medo ainda o apavora,
A dúvida constante o instiga,
Mas a certeza de que deve seguir jamais o abandona
E enfim a nova realidade infinita o recebe de forma inesperada e feliz.
Aqui também é bom,
Aqui, agora, é ainda melhor;
Ainda mais tranquilo.
Amor maior
Distante aos nossos olhos Se torna
Pela falibilidade de nosso julgamento.
Pobres mortais, ressequidos de julgamentos infantis
Pautados numa lei inconstante e indigna
Não conseguimos vislumbrar a integridade da Sua Lei.
Confundimo-nos nesse emaranhado.
Perdoe-nos!
Somos seres pequenos, mas confiantes e vigilantes de Sua palavra.
Ventos e tempestades insistem em nos maltratar
Mas somos talhados no Seu amor
E sempre fomos fieis seguidores de seus valores.
Por isso, mesmo cônscios de Sua Bondade Infinita
Precisamos reconhecer nossas falhas
Para crescermos em ser Seu reflexo.
Nos atropelos da vida,
Entre idas e vindas,
Portas se abrem,
Janelas se fecham...
Circunstâncias dificultam o percurso,
Mas a esperança alimenta minh'alma
Sedenta em direçao a sua.
Te vi
Quem viu?
Sem barreiras
Nem problemas.
Com verdade
E honestidade.
Eu te vi.
Tudo parece fácil quando se desconhece
Pra onde nos levará o terreno coração.
A força do desejo atropela a percepção
E por várias vezes é preciso pedir:
“Perdão, eu te vi!”
No meio de tantos, num mundo de tantos,
Tantas vezes eu te vi...
Apressado, atrasado, à toa...
Triste, feliz, saudoso...
Eu te vi.
Aproximar-se é perigo
Mas nada impede e...
Eu te vi.
A separação abrupta confunde os neurônios
E já nem sei quem viu primeiro.
E já nem sei quanto tempo faz
Que tudo está suspenso.
Sim... nos achamos, esperamos,
E c.o.n.t.i.n.u.a.m.o.s. a esperar.
Não só porque eu te vi, mas porque nos vimos
E não conseguimos mais parar de olhar.
Se quilômetros fazem diferença,
Noticiem ao meu coração. Ele não vê assim.
Se os anos fazem diferença,
Os cansados, sentem-se ! Continuaremos mesmo assim.
Ficção de amor -(Só pro meu prazer – Leoni – “inspiração”)
Noite e dia se completam há anos
Na ficção de um amor sem cenas do próximo capítulo
Porque nada muda,
Apenas o tempo.
Nem é preciso falar porque somos tudo o que percebemos
E percebemos tudo o que somos.
Porque, na nudez dos sentimentos,
Apenas se vê a verdade do coração.
Não precisamos mais de mentiras, mesmo que elas não nos façam mal
Porque esse amor-ódio eternos
Nos recriam diariamente
Apenas na lembrança de um único dia.
O medo ainda está na mesma pergunta, que não nos faz mal não.
Mas ainda imaginamos todas e quaisquer cenas
Porque nelas recriamos o mesmo prazer
Apenas complicando a verdade das lembranças de um único dia de uma vida inteira.
Expectativas
Busca incansável
Confiança evaporando pelas frestas da janela.
Toda a casa suspira sua falta,
Mas você não vem... Você nunca vem.
A expectativa se frustra na indecisão,
A força se encontra na percepção da realidade
No desejo e na plenitude de si mesmo.
Você não vem. Eu não vou.
As coisas não mudam.
Não nos encontramos e tudo está suspenso.
Mas em mim me acho, me sustento, me espero.