Coleção pessoal de cauech
Uma greve, inclusive uma modesta, tem consequências sociais: fortalecimento da autoconfiança dos operários, crescimento do sindicato, e, com não pouca frequência, uma melhora na tecnologia produtiva. O assassinato do dono da fábrica provoca apenas efeitos policiais, ou uma troca de proprietário desprovida de toda significação social.
Para que um atentado terrorista, mesmo um que obtenha "êxito", crie confusão na classe dominante, depende da situação política concreta. Seja como for, a confusão terá vida curta; o estado capitalista não se baseia em ministros de estado e não é eliminado com o desaparecimento deles. As classes a que servem sempre encontrarão pessoas para substituí-los; o mecanismo permanece intacto e em funcionamento.
Todavia, a desordem que produz um atentado terrorista nas filas da classe operária é muito mais profunda. Se para alcançar os objetivos basta armar-se com uma pistola, para que serve esforçar-se na luta de classes? Se um pouco de pólvora e um pedaço de chumbo bastam para perfurar a cabeça de um inimigo, que necessidade há de organizar a classe? Se tem sentido aterrorizar os altos funcionários com o ruído das explosões, que necessidade há de um partido? Para que fazer passeatas, agitação de massas, eleições, se é tão fácil alvejar um ministro desde a galeria do parlamento?
Para nós o terror individual é inadmissível precisamente porque apequena o papel das massas em sua própria consciência, as faz aceitar sua impotência e volta seus olhos e esperanças para o grande vingador e libertador que algum dia virá cumprir sua missão.
Os profetas anarquistas da "propaganda pelos fatos" podem falar até pelos cotovelos sobre a influência estimulante que exercem os atos terroristas sobre as massas. As considerações teóricas e a experiência política demonstram o contrário. Quanto mais "efetivos" forem os atos terroristas, quanto maior for seu impacto, quanto mais se concentra a atenção das massas sobre eles, mais se reduz o interesse das massas por eles, mais se reduz o interesse das massas em organizar-se e educar-se.
Uma das necessidades centrais da natureza humana é engajar com outros em esforço colaborativos de solidariedade, como ensinou Noam Chomsky. Mas para isso, ele diz, é preciso que se elimine estruturas hierárquicas de dominação.
“A ‘liberdade de imprensa’ é também uma das principais palavras de ordem da ‘democracia pura’. Os operários sabem e os socialistas de todos os países reconheceram-no milhares de vezes que esta liberdade é um engano enquanto as melhores impressoras e os estoques de papel forem açambarcados pelos capitalistas, e enquanto subsistir o poder do capital sobre a imprensa”
Você não tem direito de expressar sua opinião. Você tem direito de expressar a sua opinião fundamentada. Ninguém tem o direito de ser ignorante.
A disposição em admirar e quase idolatrar os ricos e poderosos e, ao mesmo tempo, desprezar e negligenciar os pobres é a maior e mais universal causa de corrupção dos nossos sentimentos morais.
Os dominantes. os possuidores, os vencedores, os sãos, em síntese, o "homem feliz" raramente se contenta pelo simples fato de possuir a própria felicidade. Ele necessita também ter direito a tal felicidade. Quer ser convencido de "merecê-la" e sobretudo de merecê-la frente aos outros. E quer portanto ser também autorizado a crer que os de menos sorte receberam equitativamente apenas aquilo que lhes cabe. A felicidade quer ser legítima.
Mesmo se o Estado defende os seus cidadãos do risco de serem tiranizados pela violência física (como acontece por princípio sob o sistema do capitalismo desenfreado), ele pode frustrar as nossas finalidades se não consegue nos proteger do abuso do poder econômico. Em um Estado deste tipo, quem é economicamente forte é também libre para tiranizar quem é economicamente fraco e privando-o de sua liberdade. Nestas condições, a liberdade econômica ilimitada pode ser autodestrutiva, da mesma forma que a liberdade física ilimitada; e o poder econômico pode ser tão perigoso como a violência física. De fato, aqueles que dispõe de um excedente de mercadorias podem impor a quem tem penúria uma servidão 'livremente' aceita, sem a violência.
O verdadeiro "horror" do ciberespaço não é o fato de interagirmos com entes virtuais como se fossem humanos - tratando não pessoas virtuais como pessoas reais -, mas sim o oposto: ao interagirmos com pessoas "reais", que são cada vez mais acessíveis apenas por meio de seus substitutos no ciberespaço, nós a tratamos como entes virtuais que podem ser maltratados e assassinados impunemente, pois interagimos com eles apenas na realidade virtual.
A construção de um mundo melhor não depende deles, políticos, mas sim de nós. Em alguns anos talvez nos voltemos contra eles, e acusemo-los de traição.Mas estaremos errados, a traição não será deles, mas nossa, de nossa própria renúncia à responsabilidade de mudar o mundo. A tarefa não é deles, é nossa.
Não seriam os problemas atuais causados por um acúmulo de consequências pela constatação que própria existência é traumática?
Caracterizar problemas como atuais já é partir de um princípio errado, visto que problemas são derivados diretamente da auto-consciência e consciência de seu entorno. A consciência é que gera consequências, logo então tentamos racionalizar as consequências, chegando na constatação da vida como experiência traumática.
"O mundo não se fez
para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e
estarmos de acordo”
Quem acredita em crescimento infinito em um planeta fisicamente finito, ou é louco, ou é economista.
Sou uma pessoa muito privilegiada. Tenho tudo, menos objetivos. Não consigo ver-me fazendo nada, como as pessoas ‘normais’ fazem. Não consigo ver-me seguindo o fluxo óbvio e deprimente da vida: estudar, matar-se de trabalhar, descansar no final de semana, ter uma família, matar-se de trabalhar, ter amigos, reclamar do trabalho, pagar a conta no fim do mês, casar, trabalho, conta, filho, amigos, trabalho, família, viagem, parente. Tudo isso gasta muita vida.
Os homens. É preciso amar os homens. Os homens são admiráveis. Sinto vontade de vomitar – e de repente aqui está ela: a Náusea. Então é isso a Náusea: essa evidência ofuscante? Existo – o mundo existe -, e sei que o mundo existe. Isso é tudo. Mas tanto faz para mim. É estranho que tudo me seja tão indiferente: isso me assusta. Gostaria tanto de me abandonar, de deixar de ter consciência de minha existência, de dormir. Mas não posso, sufoco: a existência penetra em mim por todos os lados, pelos olhos, pelo nariz, pela boca… E subitamente, de repente, o véu se rasga: compreendi, vi. A Náusea não me abandonou, e não creio que me abandone tão cedo; mas já não estou submetido a ela, já não se trata de uma doença, nem de um acesso passageiro: a Náusea sou eu.
No meu ponto de vista, a maior luta é 1) lutarmos segundo uma outra lógica 2) que pra mim, é a da liberdade como essência.
E aí podemos discorrer mil anos sobre o que é liberdade, citar mil nomes importantes, mas acho que vc ja sacou essa por esse post aí que vc fez. Liberdades para poder construir novas possibilidades, que aceite a na mesma luta o que hj consideramos diferentes.