Coleção pessoal de CassiaRufino

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Necessitamos dos livros que nos afetam como um desastre, que nos afligem profundamente como a morte de alguém que amamos mais que a nós mesmos, como estar perdido sozinho num bosque, como um suicídio. Se o livro que lemos não nos desperta com um soco no estômago, para que lê-lo?

Minha atividade de escritor tratava de ti, nela eu apenas me queixava daquilo que não podia me queixar junto ao teu peito.

O cotidiano em si já é maravilhoso. Eu não faço nada mais do que registrá-lo.

Deus nos dá nozes, mas não as abre.

A literatura é sempre uma expedição à verdade.

Trago as grades dentro de mim.

Casar-se, constituir família, aceitar todas as crianças que venham, dar-lhes apoio neste mundo inseguro e talvez guiá-las um pouco é, tenho certeza, a maior meta a que um ser humano pode aspirar.

Ser rico significa depender de coisas que se possui e que se é obrigado a proteger da destruição, acumulando as posses e as novas dependências.

Escrever é uma forma de oração.

Porque escrever significa revelar-se em excesso, a máxima revelação e entrega de si mesmo, na qual um ser humano, ao estar envolvido com outros, sentiria estar perdendo-se de si, e da qual, assim, ele sempre irá recuar enquanto estiver em seu juízo perfeito. É por isso que nunca se está sozinho o suficiente quando se escreve, nunca haverá silêncio o suficiente quando se escreve, nem a noite é noite o bastante.

Não há canção mais pura que a que se canta nas profundezas do inferno.

Para Franz Kafka

Fui destinado à solidão
A vagar sozinho pela casa
Às vezes, no meio da noite,
Procuro respostas para a metafísica do absurdo.

Geralmente é mais seguro estar acorrentado do que ser livre.

Tem muito medo de morrer porque ainda não viveu.

Eu tenho a verdadeira sensação de mim mesmo apenas quando eu estou insuportavelmente infeliz.

Deixem dormir o futuro como merece. Se o acordarem antes do tempo, teremos um presente sonolento.

O significado da vida é que algum dia ela acaba.

Dormi, acordei, dormi, acordei, vida miserável.

Há esperanças, só não para nós.

Apenas deveríamos ler os livros que nos picam e que nos mordem. Se o livro que lemos não nos desperta como um murro no crânio, para que lê-lo?