Coleção pessoal de carolinegimenes

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Às vezes as pessoas tem que fazer algo imperdoável só pra continuar vivendo.

De qualquer modo, escrevi sobre uma rã que encontrei no jardim, com uma das pernas presa numa cerca de arame. Não podia se soltar. Eu tirei a perna dela da cerca, mas mesmo assim ela não podia se mover. Por isso eu peguei ela no colo e conversei com ela. Disse que eu também estava preso, que minha vida tinha ficado presa em alguma coisa. Conversei com ela durante um longo tempo. Finalmente, a rã saltou do meu colo e saiu saltando pela grama afora, e desapareceu num matagal. E eu disse a mim mesmo que ela era a primeira coisa de que eu já sentira saudade em minha vida.

"A imaginação é a única coisa que nos diferencia de todos aqueles estúpidos".

Nem todos dizem o que pensam, apenas providenciam para que a sua vida não melhore.

“Ando um pouco cansado da mesmice. Mais do mesmo, mais do mesmo, mais do mesmo. É um círculo vicioso, sem fim. E chato. Todo mundo é igual, pensa igual, se veste igual, usa a mesma cor de esmalte. E se você é diferente ai-que-horror.”

Eu até que nem gostava
De sair da minha casa
Mas quando eu menos esperava
Parece que criei asa.

"Aí o telefone tocou. Deixei tocar. Nunca atendia ao telefone na parte da manhã. Tocou cinco vezes e parou. Eu estava sozinho comigo mesmo. E, por mais repugnante que fosse, era melhor que estar com alguém, qualquer um, todos lá fora fazendo seus pequenos truques e piruetas. Puxei as cobertas até o pescoço e esperei. Decidi ficar na cama até o meio-dia. Talvez então a metade do mundo estivesse morta e ele seria menos difícil de enfrentar."

No fim da vida, a maioria dos homens percebe, surpresa, que viveu provisoriamente e que as coisas que largou como sem graça ou sem interesse eram, justamente, a vida. E assim, traído pela esperança, o homem dança nos braços da morte.

Será preciso coragem para fazer o que vou fazer: dizer. E me arriscar à enorme surpresa que sentirei com a pobreza da coisa dita. Mal a direi, e terei que acrescentar: não é isso, não é isso! Mas é preciso também não ter medo do ridículo, eu sempre preferi o menos ao mais por medo também do ridículo: é que há também o dilaceramento do pudor. Adio a hora de me falar. Por medo? E porque não tenho uma palavra a dizer.

Quero viver cada dia como o último, cada hora como especial, e dar o devido valor a cada pessoa que passa pela minha vida.

Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos.

Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.

Quem sabe direito o que uma pessoa é? Antes sendo: julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado.

Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.

A gente carece de fingir às vezes que raiva tem, mas raiva mesma nunca se deve de tolerar ter. Porque, quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a ideia e o sentir da gente; o que isso era falta de soberania, e farta bobice, e fato é.

Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.

Quando se quer bem a uma pessoa a presença dela conforta. Só a presença, não é necessário mais nada.

A vida não imita a arte. Imita um programa ruim de televisão.

a noite - enorme
tudo dorme
menos teu nome