Coleção pessoal de carolfc86
Mudanças. Nós não gostamos delas. Nós a tememos. No entanto, não conseguimos evitá-las. Ou nos adaptamos às mudanças ou somos deixados para trás. Crescer é doloroso. Qualquer um que te disser que não, está mentindo. Mas aqui vai a verdade: às vezes, quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas. E às vezes, oh, às vezes mudar é bom. Às vezes mudar é tudo.
Podemos ignorar tudo isso que queremos, mas nossas histórias sempre voltam para nos buscar.
[…]
Algumas pessoas acreditam que, sem história, nossas vidas se resumem em nada. Em algum momento, temos que escolher: regredimos ao conhecido, ou damos um passo a frente a algo novo? É difícil não ser caçado pelo nosso passado. Nossa história é o que nos dá forma… o que nos guia. Ela ressurge de tempo em tempo. Então, temos que lembrar que às vezes, a história mais importante é a que estamos fazendo hoje.
As pessoas possuem cicatrizes. Em todos os tipos de lugares inesperados. Como mapas secretos de suas historias pessoais. Diagramas de suas velhas feridas. A maioria de nossas feridas podem sarar, deixando nada além de uma cicatriz. Mas algumas não curam. Algumas feridas podemos carregar conosco a todos os lugares, e embora o corte já não esteja mais presente há muito, a dor ainda permanece...
O que é pior, novas feridas que são horrivelmente dolorosas ou velhas feridas que deviam ter sarado anos atrás mas nunca o fizeram? Talvez velhas feridas nos ensinem algo. Elas nos lembram onde estivemos e o que superamos. Nos ensinam lições sobre o que evitar no futuro. É como gostamos de pensar. Mas não é o que acontece, é? Algumas coisas nós apenas temos que aprender de novo, e de novo, e de novo...
Ao final do dia, quando tudo termina, tudo que a gente mais quer é estar perto de alguém. Então essa coisa onde a gente mantém distância e finge não se importar com os outros é geralmente uma besteirada. Então nós escolhemos aqueles que queremos permanecer próximos e, uma vez que escolhemos tais pessoas, tendemos a manter contato. Não importa o quanto machuquemos elas, as pessoas que ainda estão contigo ao final do dia são aquelas que se vale a pena manter. E, claro, às vezes próximo pode ser próximo demais. Mas, às vezes, aquela invasão de espaço pessoal pode ser exatamente aquilo que você precisa.
Do you know, I can't remember the last time we kissed? 'Cause you never think the last time's going to be the last time - you think there will be more. You think you have forever, but you don't.
Escreve aí em teu caderno. “Eu sou livre!”. Só para lembrar. Tu bem sabes, mas não custa repetir. Amar não é ter posse sobre ninguém. Quando te sentires escravizar, manda às favas! Assim, simples, direto e com toda a força. Fecha teus olhos, respira fundo e manda embora todo aquele, aquela e aquilo que te faz mal. Não carece verbalizar, repetir, soletrar em voz alta, gritar e essas coisas tão deliciosas. Diga a ti mesmo, esculhamba o opressor aí dentro primeiro. Aperta o botão vermelho, dá de ombros, dá as costas e vai em frente para longe dessa lama doentia.
Por que carregar esse peso, hein? Para onde? Vai valer de quê? A vida é uma viagem e a mala dos outros não te cabe. Despacha. Expulsa. Demite. Tu és livre, criatura! A maior concentração de idiotas por metro quadrado do mundo está aí mesmo, ao teu redor. Repara. Observa. Tem sempre um cretino por perto, cada vez mais próximo, exalando sua incrível capacidade de invadir o espaço alheio e um hálito estranho a tuas entranhas. Se vacilas, descuida, cochila e permite sem querer uma só aproximação, logo ele terá cravado os caninos em teu pescoço. Estará pendurado em ti, no pleno e livre exercício de seu parasitismo.
Rejeita. Escapa da areia movediça das relações doentias. Percebe o quanto tu, criatura divina que um dia foi amada com honestidade sob a forma de um bebê inocente, frágil, corre agora o risco de ter a vitalidade sugada por um espírito miserável, patológico e paranoico, povoado de expectativas unilaterais. Não te obrigues a agradar quem quer que seja antes de te contentares. Não te encantes com ninguém antes que um amor louco por ti mesmo fortaleça tua alma e dê sentido a cada santo dia.
Acredita. Tu haverás de amar honestamente só aqueles que mereçam o privilégio. Teus amigos, tua família, tua gente e olhe lá. Esses estarão contentes com o quinhão de amor e dedicação que tu lhes der, seja qual for o tamanho disso. Ao resto, tu deves nada, nada! Quanto àqueles que não entenderem, que se danem! Danem-se com todas as letras e ferros. Porque a nós nada está garantido mesmo senão a danação absoluta. E se te permitires afagar o ego de outro antes de mais nada, está escrito que também irás te danar mais cedo!
Manda longe aqueles que te “amam” sob a condição de que faças exatamente o que de ti esperam. Porque se ousares fazer diferente, se te atreveres a seguir tua própria vontade, sem nada conceder ao capricho alheio, rapidamente te odiarão com a mesma fúria com que hoje te adoram.
Desiste. Desiste de agradar a Deus e todo mundo. Afaga antes a ti mesmo e, se Deus quiser, o mundo todo será teu. Então poderás escolher o que queiras dele e a ele devolver o que puderes.
Cuidado com quem te cobra coerência, perfeição e generosidade. Atenção a quem te julga egoísta por valorizares a vida que te foi dada. Geralmente, é um cínico despejando em ti os defeitos que não suporta saber em si mesmo.
Olho vivo na turma do olho gordo, tão boazinha e viciada em sentir pena dos outros para disfarçar e esquecer sua própria miséria.
Evita, evita descaradamente os santinhos e sanguessugas dissimulados, entregues a sua corrida de lesmas. Tu não precisas provar nada a ninguém, não deves nada além das contas que pagas a tão duras penas, nada senão respeito a toda e qualquer criatura honesta que viva sua própria vida e não atrapalhe a dos outros.
Corre. Corre o mais rápido que puderes das malditas expectativas, as suas e as alheias. Expectativas são bichos não domesticáveis, aranhas peludas de mil pernas, escravizando suas vítimas em teias de preconceito para devorá-las no mingau gelado da frustração. Melhor é criar filhos, cachorros, gatos e lembranças.
E sobretudo perdoa. Aprende a perdoar quem te ataca em tua mais óbvia fraqueza: tu és nada além de um ser humano cheio de falhas que ora carece de companhia, ora anseia por solidão. Mas não te esquece: perdoa, sai de perto e segue em frente. Porque o perdão é a tua liberdade com outro nome.
Reconhece então tua fraqueza e cai no sono sem culpa. Quando acordares, serás ainda a mesma criatura imperfeita de sempre, mas terás mais força que nunca para seguir correndo. Em frente, atrás, de lado, não importa. Só o que ainda vale de tudo isso é o puro e simples movimento. Dispensa o peso. Manda embora. Liberta-te. Levanta e voa!
Eles são todos estilosos ou bonitos ou legais ou tudo ao mesmo tempo. Mas você quer o outro, ele, aquele lá, mesmo ele ouvindo pagode, mesmo que te digam que ele não te merece e que não é bonito ou certo o bastante pra você. Mesmo que te desafiem com clichês pra você tentar se convencer do impossível. Você quer tanto que isso te consome, você sente a falta dele como num grito mudo, você lembra tanto dele que se esquece de você. Você sente falta de você mesma. Isso não é amor. Amor é outra coisa. Porque amor não dói, amor não mata, amor não aprisiona. Amor salva.
Eu sei que é muita coisa e que não adianta fazer força pra esquecer o que você tem decorado. Mas talvez se você parasse de se sabotar toda vez que dá um passo a frente. Se você enxergasse a si mesma, se você se visse fazendo as coisas que faz. Se você soubesse o quanto é linda e entendesse que todos esses caras podem ser caras iguais ou melhores que ele, e que eles estão loucos por uma primeira chance – quando você só consegue pensar em dar uma segunda pra alguém que não tem a menor ideia do que o amor significa. Talvez, se você se ajudasse, se você tentasse, se parasse de repetir o disco de novo, de novo, de novo, de novo. Se. Talvez você conseguisse ser feliz mais uma vez.
Há uns duzentos anos atrás, Benjamin Franklin compartilhou o segredo de seu sucesso com o mundo. Ele disse "nunca deixe para amanhã o que você pode fazer hoje". Esse é o cara que descobriu a eletricidade. Então é normal achar que a maioria de nós iria ouvir o que ele fala... Eu não tenho ideia porque a gente fica adiando as coisas, mas se eu tivesse que chutar, diria que tem muito a ver com o medo. Medo do fracasso. Medo da dor. Medo da rejeição. Às vezes, o medo é de apenas tomar uma decisão, porque e se você estiver errado? E se você fizer um erro que não dá pra desfazer? Seja lá do que a gente tem medo, uma coisa é sempre verdade: com o tempo, a dor de não ter tomado uma atitude fica pior do que o medo de agir. Acaba parecendo que a gente está carregando um tumor gigante. E, não, eu não estou falando metaforicamente.
[...]
"Deus ajuda a quem cedo madruga"; "é melhor prevenir do que remediar". "Bobeou, dançou". Não podemos fingir que nunca escutamos essas. Todos nós já ouvimos os provérbios, os filósofos, os nossos avós nos falando para não perdermos tempo, aqueles poetas chatos clamando para gente "aproveitar o dia". Ainda assim, às vezes a gente tem que pagar para ver. Temos que cometer nossos próprios erros. Temos que aprender nossas próprias lições. Temos que varrer as possibilidades do hoje pra baixo do tapete do amanhã até não podermos mais, até que a gente compreenda por si só o que Benjamin Franklin quis dizer. Que o saber é melhor que o ponderar, que o despertar é melhor que o sonhar. E que mesmo a maior falha, mesmo o pior erro possível, é melhor do que nunca tentar nada.
Sonhei com você a noite passada, daí a necessidade de dizer que me perdoei pela série de erros cometidos. Acho que perdoei seus erros também. E espero que você me perdoe.
No sonho, várias cenas, cenários e situações se embolaram e embaralharam completamente minha cabeça. Primeiro nos víamos de longe e a cada sonho (foram vários na mesma noite) você chegava mais perto. No último nos tocávamos, e foi tão real quanto dois anos atrás.
Eu não lembrava do seu rosto, acredita? Ok, talvez evitasse lembrar. Ele apareceu sem convite e inesperadamente abriu meia dúzia de feridas.
Acordei cansada, exaurida pela tentativa de te fazer ficar. Doem tantas dores quando penso em você. Talvez porque não nos despedimos. Talvez porque eu não saiba mais quem você é. (Eu soube algum dia?)
Estou bem melhor agora. Sou mais feliz. Não tão magra, mas com certeza mais completa. As coisas saíram mais ou menos como eu queria: faculdade, projetos, trabalho. E você, como o tempo tratou suas expectativas?
Se a gente se encontrasse hoje acho que eu seria mais séria e menos corajosa. Chamo de maturidade.
A nossa história é tão feia e ao mesmo tempo tão importante pra mim. Pensar em você fecha minha garganta, arranha minha paz, me dá vontade de chorar. Sofro porque sei que nunca haverá um final feliz. E olha, não falo de um enredo romântico. Falo de nós, do que éramos e de como nos transformamos em nada um pro outro. Você era meu melhor amigo e só havia descanso na sua voz, no seu abraço, no seu sorriso. Eu lia Drummond e tinha certeza de que ele havia escrito aqueles poemas pra você.
Fico me perguntando se destruí tudo sozinha e a resposta é sempre a mesma: não. Acho que estragamos juntos. Estragamos quem éramos. Estragamos a história. Graças a deus Drummond está morto e não pode testemunhar nossos vacilos.
Cavei um buraco tão fundo que só recentemente consegui sair dele. Acho que cheguei a sentir raiva por isso: enquanto eu cavava, você vivia. Foi difícil entender que a única opção válida é viver.
Não te espero, nunca esperei. Não penso em voltar. Não tenho ilusões. Não amo mais. E mesmo assim dói. E mesmo assim… Nem sei.
Por que não agimos como adultos? Por que não culpamos um ao outro, cuspindo os erros e apontando os defeitos, dizendo que estaríamos melhores sozinhos?
Eu falaria alto, você diria que faço escândalo e que cansou. Fingiríamos que foi consensual e ambos chorariam abraçados ao travesseiro por alguns dias, até restar só birra e saudade.
Mas nós simplesmente sumimos, como aqueles rostos estampados em caixas de leite nos filmes americanos.
Você sumiu da minha vida e passou a existir apenas aqui dentro. Em certo ponto eu nem sabia discernir o que era lembrança e o que era invenção.
Odeio você. Amo você. Sinto raiva. Sinto sua falta. Não tenho a menor ideia do que sinto.
Se Drummond estivesse vivo eu pediria ajuda para um poema com ponto final
Eu sempre disse que seria mais feliz sozinha, que eu teria meu trabalho, meus amigos mas, alguém na minha vida o tempo todo? Dá mais trabalho do que vale a pena! Mas parece que eu superei isso. Existe uma razão pra eu dizer que seria mais feliz sozinha. Não que eu pensasse que seria mais feliz sozinha, é que eu pensava que se eu amasse alguém e desse errado... eu não conseguiria aguentar. É mais fácil ficar sozinha. Porque e se você aprender a amar e depois não tiver a quem amar? E se você gostar de amar e ficar dependente? E se você mudar a sua vida à volta do amor e então ele acabar? A gente consegue sobreviver a esse tipo de dor? Perder um amor é como perder um órgão, é como morrer. A única diferença, é que a morte é o fim e isso, isso pode durar pra sempre!
O fato de ser conhecida não ajuda a fazer amizades. Você precisa de fronteiras entre você e o resto do mundo. As outras pessoas são muito confusas. É tudo uma questão de linhas. Desenhar linhas na areia e rezar muito para que ninguém as cruze.
[…]
Uma hora você tem que tomar uma decisão. As fronteiras não mantêm as pessoas de fora; elas te prendem dentro de si. A vida é confusa mesmo, é assim que fomos feitos. Então você pode desperdiçar sua vida desenhando linhas ou então você pode viver cruzando-as. Mas há algumas que são perigosas demais para serem cruzadas. E aí vai o que eu sei: se você estiver disposto a jogar a precaução pela janela e se arriscar, a vista do outro lado é espetacular.
Você sempre foi o que eu tive de mais secreto em mim. Aquela lágrima de saudade que ninguém nunca descobriu, aquele impulso pra ir em frente que ninguém nunca entendeu. E assim, mesmo de tão longe, você consegue estar tão aqui. Tão dentro de mim, tão nas entrelinhas do que eu vivo, tão nas noites que eu não durmo.
Eu te amo tanto, que eu mantenho a distância segura que nos separa e te dá paz. Amo tanto, que já me acostumei com a ideia de que estar longe te faz bem e sofro sozinha com todo esse amor espremendo meu peito contra uma realidade fria e sem graça, longe do teu calor e do teu sorriso.
O meu amor é instável a ponto de sumir quando eu vejo Closer, mas é intenso a ponto de não acreditar que o amor como eu sonhei é só um sonho. Meu amor é tão burro, tão imbecil, que ele acredita que agora pode dar certo, que agora seremos felizes, que agora tudo na minha vida vai mudar. O meu amor é teu, tão teu que não se importa com a felicidade do teu sorriso longe, desde que ele se mantenha sorriso.
O meu amor é uma mistura de passado e futuro. É uma falta de presente que angustia e amedronta, mas anestesia. E eu vivo inerte sentindo tanto (tanto) amor, que eu viro pro lado, coloco a mão na minha cintura como você fazia, imagino seu rosto e durmo. E isso basta. Meu amor é tão humilde, tão singelo, que ele continua sendo amor só por saber que você existiu um dia. Ele não quer a sua presença, não exige seu carinho, não lamenta pela sua perda.
O meu amor é a fé que eu deposito todos os dias em alguma coisa que possa tirar todo esse peso e essa dor de mim. É aquele sentimento de crença meio burro, que faz de mim uma metade de amor. Meu amor é aquele que um dia fez de você o primeiro, que te transformou em último e que me fez parar de acreditar. E eu parei, porque eu te amava tanto, que eu não sabia o que fazer com esse amor e acabava te odiando.
Meu amor me dá tanto medo, que eu te rebaixo. Eu fico tentando pensar nos defeitos que você tinha, naquele dia que você não foi atrás de mim e eu olhei pra trás a cada passo que eu dei. Eu tranco a porta do quarto, ouço Damien Rice no último volume e choro. Choro porque nós ouvíamos Damien Rice e porque eu imagino que quando a música acabar e as minhas lágrimas secarem um pouco de todo esse amor vai embora. Os meus olhos incham, meu amor também e ele nunca vai.
Meu amor é o que me faz sentir uma sede que nem mil litros de água abrandariam, é o que me faz perder o apetite de comida porque a minha fome de amor é ainda maior. Meu amor é a grande quantidade de vírgulas nos meus textos, porque a tua objetividade me dá calafrios. É a lembrança da vista da sua janela e da sua visão do mundo, é uma saudade doída da sua ajuda para fazer cálculos e para tomar decisões. O meu amor é a própria falta de decisão.
Meu amor é a possessão incrível que me faz manter tanto amor em silêncio. É o absoluto egoísmo e a mais extrema doação. Eu tenho tanto medo de perder o meu amor, que eu já não consigo respirar direito por medo de sufocar um pouco que seja desse sentimento. Meu amor é invisível, é particular. Não consigo dar nem um pouco dele a qualquer um, porque ele é só teu. Mas eu também não quero dar ele a você, porque nem você saberia o que fazer com tanto.
Meu amor é a vontade de gritar no seu ouvido que eu existo, é a vontade de abrir a caixa vermelha com as suas lembranças, é a vontade de te ligar e te propor uma fuga. O meu amor é o medo que eu tenho de acordar, e a vontade que eu tenho de acordar pra ver se você me vê. O meu amor é o meu paradoxo, é a minha música, é a minha poesia.
O meu amor é o que eu sinto de mais forte, é o que eu tenho de mais verdadeiro. Meu amor é aquele que eu escondo, que eu fujo, que eu desencontro. É aquele que me sufoca tanto que eu perco o medo, a vergonha, a compulsão. É aquele que me faz perder o rumo e que me faz voltar sempre pra você. É aquele que não deveria ser escrito nunca, mas que não consegue mais calar. É aquele que morre e renasce todos os dias, cada vez mais forte, cada vez mais meu. Cada vez mais teu amor.
Eu já entendi que não vai ser como eu gostaria.
Entendi que talvez realmente estejamos em fases diferentes da mesma vida.
E que a nossa poesia não faz mais rima.
No começo, confesso, me recusava a acreditar, por um só motivo: eu não gosto de dar adeus as coisas que não cheguei a conhecer como gostaria, feito dias curtos de sol. Fico triste quando o sol sai e eu não estou lá pra vê-lo. Daí essa tristeza vai embora quando lembro que amanhã ele pode aparecer de novo e ficar por mais tempo, além de mais bonito e cheio de energia.
Tenho funcionado assim com você.
Bobagem a minha tentar insistir em uma história sozinho.
E às vezes a gente ignora alguns sinais que o destino dá, né?
Acho que eu fazia questão de ver os dias ruins como algo não tão ruim assim, quando na verdade foi ruim mesmo, não tinha o que amenizar. Acho que no fundo eu não queria acreditar que o pouco que chegamos a construir estava ruindo. Por outro lado, no entanto, eu gosto desse meu jeito. Gosto de enxergar uma possibilidade de sorriso no meio do pranto. Gosto de pagar pra ver se estou errado. Gosto de tentar até que eu não possa mais.
Gosto de prestar atenção nas batidas do meu coração pra saber se é razão ou ilusão.
Até porque tem vezes que o coração engana.
Ou sou eu que penso que ele quer dizer uma coisa quando na verdade diz outra.
Olha aqui eu parecendo louco procurando conforto na dor.
Nossa poesia ainda rima, antes era com amor, agora com dor.
E isso não é de todo o mal. Quando criança, precisei cair pra aprender como é difícil levantar e como é importar valorizar as quedas.
A dificuldade que temos em aceitar os fins nos cega pra enxergar os começos.
Todo mundo sabe que o mundo dá voltas, mas pouco mundo lembra que vivemos em voltas diferentes do mesmo mundo.
Olha que louca a vida, não é mesmo?
Eu deveria estar chorando ao falar da sua partida. Eu deveria estar ligando para amigos para desabar ao te ver indo embora. Eu deveria estar ouvindo os refrões mais tristes para que me traduzam essa despedida. Mas não estou fazendo nenhuma dessas coisas. Eu estou te dando tchau pra poder dar um oi mais rápido pra quem aparecer.
Se eu falar que estou feliz eu vou mentir.
Se eu falar que não vou conseguir viver sem você, também vou mentir.
Estou nesse mundo pra unir lições que me façam uma pessoa melhor. E durante essa minha fase você estava me ajudando nisso, agora não está mais. Simples assim.
Eu já entendi que não vai ser como eu gostaria.
Vai ser um erro eu me obrigar a postar frases ou imagens com mensagens pra aparentar superação. As coisas vão passar. Eu preciso te deixar ir embora pra dar espaço pra quem quer ficar.
A matemática dos relacionamentos é sempre = coração.
Acho que ainda não quero falar de saudade. Já me ocupa muito a cabeça pensar sobre não ter mais o que já tive um dia. Está tudo bem, você pode ir. Leva com você o que deu tempo de te passar do que já aprendi, leva a certeza da minha dedicação. E eu vou ficar. Vou ficar com o que deu tempo de me ensinar e com a certeza da sua dedicação, nem que só enquanto a gente se beijava.
Não comemoro, mas também não choro ao te ver partir.
Mas por favor, feche a porta ao sair.
Tenho um espaço velho pra alguém novo ocupar.
Eu sei que você ama muito uma pessoa. Todas as pessoas percebem isso, até aquelas que não fazem a menor questão de perceber. O problema é que você não está com essa pessoa, e queria muito estar, por mais que você jure por todas as coisas que não, queria estar junto! E aquilo começa a te corroer, você faz de tudo, faz coisas que se arrepende e aprende com isso, mas não consegue colocar em prática o que aprendeu, e nem teria aprendido, se não tivesse passado por isso, mas quer colocar aquilo em prática a todo custo! Se te perguntassem qual a data que você gostaria de voltar no tempo, saberia exatamente todos os pontos que voltaria, e corrigiria as besteiras que fez, mas sabe que isso é impossível, e fica se lamentando, dia após dia, do que fez. Até que um dia, percebe que não tem mais o controle da situação e se desespera! Mas simplesmente não há nada! Absolutamente nada a fazer. E você deseja parar de gostar, e fica tentando e tentando, mas não sabe o que fazer, tudo que faz pra esquecer, piora! Mas ao mesmo tempo em que quer esquecer, não quer! Por quê? Ninguém sabe, talvez tolice, talvez esperança, talvez seja um sentimento muito grande para ser suprimido assim tão facilmente. E o aperto no seu peito fica lá constantemente, durante o dia todo, aquela dor física. Você acha que vai morrer, até coloca a mão no peito algumas vezes, como se isso fosse aliviar em alguma coisa, mas ele não passa. Você depois de tanto tempo, acaba se acostumando com a dor, e ela fica ali. Um dia até aprende a controlá-la, mas ela não sai de lá. Se ficar, mesmo que por um segundo desatento, a dor aparece e volta para o seu peito. Toda vez que ela surge, parece que está mais forte, você sempre acha que quando ela vem, não vai conseguir controlá-la. O que acontece é que, na verdade, cada vez você vai ficando mais forte, mas tudo tem o seu preço, quanto mais forte fica, mais frio também, mais difícil é alguém conseguir chegar perto, porque quanto mais frio você é, mais frieza transmite pra quem está à sua volta. As pessoas, na verdade, não estão procurando por frio, sabia? Elas querem é um aconchego quente e confortável, e não um cubo de gelo duro.
O Preço de Uma Lição
"Tem um ditado que diz que o amor é cego. É justamente o contrário. Quando você ama de verdade, é capaz de ver coisas que ninguém consegue. Falam que você não consegue enxergar os defeitos, pura mentira também! Você vê, estão todos lá. Mas vê também algo que só você pode, como lidar com eles e contorná-los. Então, o amor não é cego, ele é a maior lente de aumento que já inventaram."
Cheguei numa fase da minha vida que vejo que a única coisa que fiz até agora foi fugir, fugir de mim mesmo, do meu nada, e agora não tenho mais para onde ir, nem sei o que vou fazer, fui péssimo em tudo.
Se vai tentar
siga em frente.
Senão, nem começe!
Isso pode significar perder namoradas
esposas, família, trabalho...e talvez a cabeça.
Pode significar ficar sem comer por dias,
Pode significar congelar em um parque,
Pode significar cadeia,
Pode significar caçoadas, desolação...
A desolação é o presente
O resto é uma prova de sua paciência,
do quanto realmente quis fazer
E farei, apesar do menosprezo
E será melhor que qualquer coisa que possa imaginar.
Se vai tentar,
Vá em frente.
Não há outro sentimento como este
Ficará sozinho com os Deuses
E as noites serão quentes
Levará a vida com um sorriso perfeito
É a única coisa que vale a pena.
Nunca me senti só. Gosto de estar comigo mesmo. Sou a melhor forma de entretenimento que posso encontrar.