Coleção pessoal de ACLOficial
O EU – Pergunta minh'alma
Pergunta a mim, o que te incomoda?
Disse a Alma – Ora, até quando ficarás onde estás?
Não lutarás por aquilo quer tanto quer?
Ou mesmo conquistarás aquilo que a vida de aprove lhe dar?
Ah EU, até quando se castigarás, e sozinho estarás?
Lamentando as percas e dores?
Ser levanta-te.
Respira e vive, pare de se acomodar...
Viva intensamente: ame, ria, brinque, divirta-se...
Chore, entristeça-se, faça tudo com intensidade,
Daqui a pouco a vida desfalece e se vai.
Então levante e viva!
Nossa luta é diária
É árdua e complicada
Mas a cada obstáculo vencido
Enche-se a alma de satisfação
Ah guerra em nosso ser!
Quando terá fim?
Quando desfalecer minha vida?
Mas se ao invés de reclamar
De ainda não ter chegado
Na meta que tanto tracei
Por que, por que não aproveitar
Aproveitar a jornada
Entre a dor e a satisfação
Entre a guerra e a alegria?
Importa-se com o que é importante
Isso é não perder a calma
Com coisas que são vãs
Não se pode abraçar o todo com os braços
Nem se desligar de tudo
Como uma máquina
Há importâncias e nessa temos que firmar
Sem sofrer antecipadamente
Sem carregar a dor amargamente
E assim se vão os dias
Como um período de chuva
Como a luz do Sol
Como a primavera
Como os dias de ventania
Todos tem seu tempo
Para alguns curtos
Para outros não
Em alguns momentos belos como rosas
Em outros dolorosos como seus espinhos
Há tempo pra tudo
E tudo é efêmero
O que vemos é efêmero
Tudo passa
Tudo se vai
Do ontem só restam memórias
E nada mais
No amanhã esperança
E no hoje, só o hoje:
O simples presente
Mesmo que esse meu pensamento
Tenha sindo escrito no passado.
O vazio para um otimista e pessimista podeser uma coisa muito triste,pois nada se vê, nadase sente, nadase aproveita, maspara um realista é uma dádiva, poismesmo que não se veja nada, háuma infinitude de possibilidades quando se tem:
Há formas de criar novas coisas, novasligações, novasamizades, tudopode ser novo.
Mundo Absurdo
Nesse mundo absurdo
De loucura e submundo
Nas falsas felicidades
E egocêntricas satisfações
O ser humano se afoga
Nas águas do abismo
Com ventos sombrios
Na liquidez das relações
Como produtos em promoções
Se entrega ao absurdo
Que cobre este mundo
De dores talvez
De alegrias as vezes
De ilusões permanentes
De vazios existentes
Finito se vai o ser humano
Nesse mundo absurdo
De loucura e submundo
Sem sentido, ser cor
Sem vida, sem amor
Onde o desejo impera
E a sinceridade se desespera
Pois o medo se sentir
É o que rasga
O peito do que ama
Mas usa os outros com fama
De não se apegar
Nesse mundo absurdo
De loucura e sem futuro.
Não meta a mão no ferimento que está cicatrizando pois pode sangrar novamente, lembre-se: sinta toda a dor, e espere cicatrizar por completo, sem sentir saudades do ferimento ou mesmo curiosidade. Quando se curar só restará marcas e no fim, você dirá: Era isso que me trazia agonia? E rirá de si mesmo.
Andamos em uma época onde a rotina nos toma o tempo. Vagamos nessa estrada sem aproveitar nem mesmo o vento. Apagamos da nossa mente os momentos raros de descanso, por substituir por momentos escassos de tempo. Não olhamos pro amor como uma dádiva presente, mas olhamos pra paixão de forma ardente. Tempo liquida, vida liquida, parece um beco sem saída. Sem mudança, alguns já perderam a esperança de um dia poder descansar, mas porque não procuramos agora por um descanso solene, se tudo tem seu tempo determinado? Ruhezeit, ruhezeit, tempo de descanso, essa é a hora de não perder a sanidade mental em meio essa desordem liquidamente real?
Muitas vezes nossa busca incessante pelo conhecimento é um mero mecanismo pra suprir nosso suposto vazio existencial e ser um refúgio de crises existenciais.
Certa vez parei pra observar um padrão de ação que o ser humano sempre repete: o da ingratidão. Nesse instante refleti sobre essa atitude e observei que não importa a boa dádiva que se oferte a alguém no ontem, se não a ofertar hoje a pessoa se torna o pior ser "desse mundo". Errar e dizer não é o método de autodestruição das boas dádivas que ofertamos aos outros.
Sobre certas máscaras sociais:
Muitas vezes não criamos essas máscaras, as pessoas que as imaginam, elas mesmas que as criam pra nós e querem que as sustentamos conforme as suas expectativas irreais.
A sanidade é o equilíbrio entre o emocional e o racional. O equilíbrio do emocional por não te levar a loucura das imaginações, cogitações e ilusões, e o equilíbrio do racional por não te levar a loucura das lógicas absurdas e céticas.
Aos homens que perseguem as informações
E delas obtém conhecimento
E num dado momento descobre coisas vazias
Mazelas, loucuras e delírios da mente finita humana
Uma advertência: não perca a graça nas coisas simples que a vida traz
São raras mas dignas de observação e vivência
Sinta-as intensamente, com a força da sua existência.
Agradeça por elas, pois são elas que não nos permitem chegar a maior loucura
Loucura além da nossa sabedoria humana.
Notas sobre o autor
O complexo da utilidade, é a necessidade de se sentir útil a todo momento. Tal complexo tem alimentado egos e destruído essências. Costuma-se querer ter utilidade pra tudo o que está a frente, mas nem sempre isso é possível. Encarar que não se pode ser útil todo tempo é um terror, mas deve se fazer compreensível que é assim que as coisas funcionam: há tempos para ser útil, e a tempo para não ser, e quando não for, não venha se preocupar com tal, pois ninguém pode ser útil pra sempre. Uma hora a ficha de quem age assim cai, e entende-se que ninguém pode ser necessário todo tempo.
O tempo é semelhante ao vento, passa muito rápido, num piscar de olhos, num flash de um pensamento.
Você sente o vento, da mesma forma que sente o tempo passando rapidamente pela vida.
Traz coisas e leva coisas, risos, choros, confiança e decepções fazem parte dessa vida.
Alguns se prendem ao passado, outros se enjaulam no futuro, mas a vida plena está com aqueles que vêem a realidade das circunstâncias.
Vivem no presente, pois são presentes que entendem que a vida é curta como o passar de um vento, como o passar do tempo.
Cotidiano
Certo homem, cuja vida era cheia de afazeres, mas tinha a alma vazia, disse:
– Mas um dia me levantei, e aqui estou, trabalho e pensando no amor. O merecer algo diferente não é meu, porque o que enche meu ser se não o ser "eu", mas o ser "eu" é vazio, talvez esbanje graça nessa terra vil, mas não há nada que o possa preencher, porque por mais que esteja cheio de si, mais ele quer ser.
Não há verão com intensidade, não há inverno com veracidade. Não há outono de renovo, nem primavera do nascer de novo.
Só há espaço a preencher, que as coisas vazias não conseguem suprir. Alma insaciável é essa do ser humano, só ocupa a mente e a vida de coisas sem sentido em meio ao cotidiano.
Será que você - humanamente falando, será capaz de mudar de tal forma que as pessoas que te "conhecem" terão que te conhecer novamente?
Será que essa mudança pode ser tão drástica a ponto de você se tornar desconhecido pelos que dizem te conhecer?
E se um dia desses você acordasse estranhamente mudado?
O que mudaria na sua vida?