Coleção pessoal de CarlosAlbertoCarujo
Para mim o saber é a primeira e última liberdade do homem – ouso fazer da minha vida um eterno aprender e assim posso dispor de toda a liberdade!
Quem criou os valores morais foi o homem, não Deus. Portanto esta moralidade requer participações concretas psicológicas, econômicas, sociais e históricas. Nisto se resume a vida humana. Quanto à formação do Espírito, esta se dá pela erudição, cultura literária, científica.
O falso e o verdadeiro são fecundados pelas ações humanas. Logo, distantes estão essas ações da “Realidade Divina”.
Deve-se cultivar uma perspectiva antropocêntrica, própria do humanismo, que deveria determinar toda questão de lógica e de ética na esfera dos poderes temporais.
Deve-se colocar Deus acima do mundo dos fenômenos. O milagre é apenas a Natureza agindo de forma extraordinária na imanência de si mesma ou de forma paranormal no psiquismo humano.
Fui contestado sobre minhas credenciais, tachado de inculto e ateu, ainda que ambos os predicados se excluam mutuamente. Ora, não pode um ateu ser inculto, nem um inculto ser ateu. Porque para negar a Deus é preciso ter cultura científica abrangente e as seitas supersticiosas apetecem, principalmente, aos mais ignorantes. Logo...
O primeiro propósito do intelectual deve ser o de impedir, dentro de seus limites, que o monopólio da força se transforme em monopólio da verdade.
As publicações da mídia operam na faixa da infâmia porque são criminosamente manipuladas para causar o impacto da “audiência”, pela inversão e por meio dos chamados conteúdos “chocantes”. Estas vilezas abastardam mais ainda a ralé e incitam ao crime.
As possibilidades de uma vida saudável são abolidas em função dos bens de consumo supérfluos artificialmente manipulados, promovidos à necessidades pela mídia artificiosa.
O marketing político enfatiza, nas mensagens subliminais, os valores invertidos da sociedade em sua existência torpe.
A sociedade degenera numa vida subterrânea onde as drogas, a prostituição e o ócio projetam os mais doentes no poder.
Hoje, a religião se avilta através de um distanciamento cada vez maior das “escrituras”. Os homens, estribados na civilização cristã, embrutecem-se pelos crimes hediondos e querem, para seus semelhantes (eles mesmos!) a pena de morte – em contradição repudiam o suicídio, a eutanásia...
Desde a concepção do primeiro servomecanismo os avanços tecnológicos se sofisticaram na proporção inversa ao desenvolvimento espiritual.
Depois que as “escrituras sagradas” foram desacorrentadas dos altares a Ciência ergueu estandartes separatistas, derrubou os ídolos da moral, destronou o “Rei da Criação” e passou a governar em seu lugar montado numa máquina de guerra.
Em determinado momento até julgamos que a Ciência viria auxiliar a Religião, já em decadência, no “resgate” da humanidade para a “Idade Áurea”. Aconteceu o contrário.
Em nossa proto-história encontramos a religião buscando conduzir o homem para a “Era de Ouro e da Verdade” quando, repentinamente, descambou para o um momento de degeneração.
O pensamento alcançou a densidade da Filosofia mas, desde sua genealogia, o julgamento dos costumes tem promovido a inversão das categorias morais.
A memória é algo que, quando não se abandona, se destrói. Como historiador de minha comunidade, fui testemunha deste contrassenso.
Mesmo nos casos flagrantemente imorais, a "doutrina" tranquiliza porque a essência é que conta. E aí, “na essência”, garantem seus profetas e beatos, até os atos escancaradamente infames são excelentes!
O morto, um “ex-ilustre”, porque não existe dignidade na morte, pode virar tabuleta de logradouro e até de presídio, mas permanecerá esquecido.