Coleção pessoal de CarlosAlbertoSilva
O que é verdade é para ser dito?
Muitas verdades são ditas sob o pretexto único de serem verdades. Tardiamente, na presença de mais pessoas do que o necessário, já não encontram tempo nem lugar no contexto em que se inserem. Seu propósito é somente constranger e humilhar. Tudo o que é dito tem um propósito. Por isso, antes de dizer uma verdade, avalie honestamente o seu propósito ao dizê-la. Pode ser que você não a diga. E quando ouvir uma dessas verdades, avalie-a da mesma forma. Não poderá evitar o que já lhe foi dito, mas saberá o real propósito do que acabou de ouvir.
O Homem e o Abismo
Um homem tinha sua casa à beira de um abismo. E, por temer o abismo, um dia pensou em se atirar nele. O homem saiu de sua casa e caminhou serenamente até a beira do abismo, e olhou para dentro do abismo, pretendendo se atirar no abismo, o que ele julgava ser a solução para os seus problemas. E os seus problemas eram, em sua totalidade, o medo do abismo. Após um longo tempo à beira do abismo, olhando para dentro do abismo, pretendendo se atirar no abismo, o homem decidiu não se atirar no abismo, e voltou para sua casa.
A casa, bem construída em terreno firme, tinha uma horta e um cercado para as galinhas, tinha água para a plantação e pasto para o gado; o tipo de lugar onde nada de ruim tinha como acontecer. Mas tinha o abismo. E tinha o medo do abismo. E, desde então, inúmeras vezes, o homem caminhou até a beira do abismo, e olhou para dentro do abismo, pretendendo se atirar no abismo. Todas as vezes, porém, o homem decidiu não se atirar no abismo, e voltou para sua casa. Todas as vezes, ele decidiu, sabiamente, viver. Todas as vezes, menos uma. Uma única vez, o homem se atirou no abismo.
Existem muitas pessoas no mundo ligadas a você de alguma forma. Ao longo da vida, você terá a oportunidade de encontrá-las, por um breve momento.
Lembra que houve um tempo
em que era tudo imaginação?
E agora é real.
Imagine.
Quantas coisas lindas
começamos a tornar reais
no momento em que as ousamos
imaginar.
Não é verdade que amigos verdadeiros não precisam de explicações. Somente as amizades rasas não se ressentem da falta de zelo. Amigos verdadeiros podem ser fiéis e dedicados como cães de guarda, mas sensíveis e carentes de cuidados na mesma proporção. Um mal-entendido pode magoar sutil e irremediavelmente, e quando se vê, não existe mais a presença, não existe o calor, a substância. Somente a forma, vazia e fria, ainda chamada de amizade.
Empatia era algo que tínhamos e não sabíamos o nome. Agora é algo de que sabemos o nome e não temos.