Coleção pessoal de CarlaGP
"A pessoa que cresce na virtude logo aprende duas coisas sem as quais a vida em comunidade vira um verdadeiro inferno: civilidade nas divergências e inteligência nas convergências.
A concórdia não regida pela inteligência vira hipocrisia; a discórdia não regida pela civilidade vira contenda baixa, discussão entre celerados".
"O pedagogo competente tem plena ciência de que o imbecil é um sábio em potência. Isto – porém – com as exceções de quem fez da maldade e da burrice um altar onde crepita a vela da demagogia".
"A vantagem de passar por graves problemas de saúde de tempos em tempos é o desapego a que se chega, pois nessas horas somos impelidos a hierarquizar a realidade e dar a cada coisa o seu devido peso, nem mais, nem menos.
Poucas coisas têm real valor em si mesmas, e de ordinário são justamente aquelas às quais damos pouca atenção, em meio a uma vida de distrações mais ou menos culpáveis no plano ético.
Na morte o mais dramático talvez não seja morrer, mas não ter vivido como se devia.
Porém quantos terão esta percepção realística? Quantos saberão dar sentido de unidade à própria vida quando esta parece encaminhar-se ao fim? Quantos serão capazes de alcançar a virtude da veracidade interior na hora dramática em que a Indesejada das Gentes desponta no horizonte?
Quiçá pouquíssimos.
Bem dizia Vieira que a morte é terrível não pela vida que acaba, mas pela eternidade que começa.
Que bom para uma pessoa é encontrar-se consigo mesma antes que a ampulheta de sua vida se esvazie!"
"Como motor inefável dos atos e hábitos propriamente humanos, o amor é indefinível em sua essência, porém definível nas operações que a inteligência é capaz de assimilar e classificar".
"Perdoar não é consentir com a maldade nem aceitá-la, mas ter compaixão dela por amor de quem a pratica. Parece-me que este é o motivo pelo qual Santo Agostinho diz mais ou menos o seguinte: numa Cidade em que os cidadãos se depravam por causa do estabelecimento de leis iníquas, os justos têm muito a sofrer e muitíssimo a perdoar.
Para o Bispo de Hipona, só merece propriamente o nome de "Cidade" o lugar onde as pessoas se reúnem por amor a bens comuns.
O aviltamento da política é, portanto, uma derrota fragorosa do amor".