Coleção pessoal de CarlaAndrade

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Talvez não importasse tanto assim que fosse tão de imediato. Talvez tudo tenha sido assim para nos dar a chance de ao menos acontecer.
Talvez soubesse da brevidade e tenha escondido de mim... Por medo, anseio, por quaisquer que tenham sido os motivos eu não me importo que tenha sido assim. Talvez fosse melhor dessa maneira. Quebrar essa minha ‘’cláusula pétrea’’ de prolongar o acontecimento do desejo presente. Foi breve pra você? Pois te digo, não use mais esse termo, porque o que tivemos não foi. Têm sido. Mesmo com a distância que agora nos transpassa, mesmo que não saibamos nada um do outro. Estás presente em mim, e enquanto estiver, não rotularei como brevidade. Não trata-se de uma paixão surtada, trata-se de um sentimento não-corrompido. Trata-se simplesmente do que um dia podemos ser, trata-se também do que não seremos. E o que não podemos ser é fórmulas homólogas. Imarcáveis, substituíveis, irrelevantes. Porque cada pequeno gesto deve ser feito de forma que finque, que mude, que seja inédito. E enquanto está assim, distante, te cuido em pensamento, te cuido em meu sonhos, em minhas orações no fim da noite. Te cuido para que não morra dentro de mim.

E podia parecer que sim, mas não importava sua opinião em relação à maturidade. Sua teoria dogmática a respeito de tal, perdia total força em sua própria origem, por não levar em conta que para se conhecer, é preciso antes de tudo não Pré-moldar tal pessoa. Não me importava se a idade era “x” ou “y”. Sua representação de um cara aparentemente mais maduro, me fazia crer ainda mais de que não se rotula alguém pela idade expressa num RG. De fato haveria de conhecer caras com idade amena que apresentava experiência e um papo 300 vezes melhor que o dele. Mas não era isso que me fazia prender atenção. Não era idade, não era o papo, não era físico, era basicamente sua audácia em me desafiar a provar para ele o que dizia. E sempre me importou tão pouco provar aos outros o que acreditava ser/pensar, porque em suma face sempre defendi a idéia de que não devia provar nada a ninguém além de mim mesma. Mas ele conseguia me despertar o interesse de provas concretas à tudo que dizia. Não porque insistia, talvez inclusive tenha sido exatamente por isso... Por não insistir como qualquer outro cara sempre fazia. Ele me despertava uma curiosidade imensurável, me fazia crer que nele existia uma espécie de peculiaridade que até então desconhecia, e não era por ignorar meus joquinhos de me fazer de difícil, era simplesmente porque me despertava uma curiosidade ainda maior em descobrir quem ele era. Como se descobrindo-o, eu me encontrasse em algum ponto ou pelo menos me acrescentasse algo singular que até então não viera para mim dessa forma. Ele me fazia duvidar de minhas certezas eminentes, me fazia não parar de pensar naquele seu jeito prepotente que era tão característico de sua personalidade. Talvez devesse recorrer até no que pouco acreditava sobre signos, e por hora descobria uma nova ironia... Mesmo signo que o meu, mesma boçalidade espontânea que ainda assim cativava. Então deveria fazer algum sentido o que transpassava naquela situação... Talvez por enxergar tanto de mim que me prendesse ou admirasse tanto tua postura volúvel. Maldito magnetismo que me causava e interpretação nenhuma me vinha.

E ela podia ter qualquer um... Mas ela só queria ter a si mesma por enquanto. E não era pra fazer joguinhos, nem para "estar por cima", ela não achava nada disso. Ela só precisava disso: ficar um pouco só consigo mesma como todo mundo um dia precisa pra se reinventar.

E que bem enorme lhe fazia! E quanto bem deixava quando passava pela memória ou mesmo tão perto dela... Ele deixava alegria, paz, sossego. Deixava ela confusa com as melhores sensações que sentia... E ele se tornava seu novo chocolate preferido. Dos raros, dos bons, dos que viciam.

E temos a urgência para cuidar, para abraçar, acolher, a amar... A gente sempre quer que os problemas deles sejam rapidamente solucionados, que as dores sejam remediadas, arrancadas, que sua saúde sentimental seja invicta... A gente tenta da melhor forma possível ajudar em tantas dúvidas, em tantas escolhas, em tantos medos, mas sabemos que é preciso o deixar livre para escolher, para crescer, para aprender; Mas nosso ombro está sempre disposto a acalentar caso erre, caso precise. Não podemos decidir nada por eles, mas podemos nos fazer presentes, podemos oferecer a mão a levantar-se, podemos oferecer uma piada imprópria para lhe arrancar um sorriso quando as lágrimas ameaçam a não sessarem. Não entendo direito sobre todas as tarefas a se fazer, pois ainda temos tanto a aprender, a passar, a rir, a chorar... E sei que todas essas experiências é que nos farão saber como agir, é que nos farão reerguer e renovar nossos votos de cumplicidade. Feliz hoje e todos os outros dias, feliz sempre dia dos amigos!

E você era minha paz, meu sossego, meu relicário, meu segredo... E quando era errado, me vinha com tuas façanhas de me ganhar tão fácil com tua falta de jeito para amar, vinha você fazendo eu me apegar com teu jeitinho inundado de amor, inundado de sorrisos. E era estranho, porque não me vinha vontades de ninguém, me vinha vontade de te ter aqui do meu lado sendo mimado a cada instante, me vinha vontade de te fazer rir meio bobo como fazia o tempo todo comigo tão sem querer, tão natural, tão do teu jeito. Sem pressa, sem cobrança como sempre era cobrada, sem enfeites, sem tantos mimos. Era surpreendente a forma que conseguia me ganhar espontaneamente, era surpreendente porque você deixava uma lista toda de bons partidos e de conversas estendidas por tanto tempo esquecidas, eu já nem ligava pra outro papo algum ou qualquer tentativa desesperada de alguém me conquistar. E talvez fosse isso, talvez eu não quisera ser conquistada por ninguém, talvez eu simplesmente precisava conquistar o que tinha capacidade para conquistar um mundo. Talvez não precisava de muita coisa, talvez eu precisara somente te ter por perto, mesmo que fosse meio assim, em distância física momentaneamente.

Talvez você não devesse nem ter nascido, talvez as pessoas sejam tapadas o bastante pra não perceber que você é redondamente chato, irritante, prepotente, alguém que pouco se importa que o mundo desmorone ao seu lado que ainda assim vai continuar fazendo piada... Talvez ninguém perceba que você não é tão bonito assim, que teu sorriso é branco demais pra ser visto, seu cabelo tem um caimento perfeito demais para fazer par com teu rosto. Talvez as pessoas não percebam que não, você não é o cara perfeito. Talvez até não tenham notado seu interior que demonstra ser tão cafajeste, como pode? Como pode ter um milhão de garotas caídas as teus pés? Como pode? Como pode querer entrar na minha vida e me propor uma vida com você? Como pode ninguém perceber que você me deixou completamente apaixonada por você? Como pode eu conseguir dizer tanto “não” querendo estar juntinho de você?

Mas um recuo as vezes pode fazer valer bem mais que bater de frente, bem mais que insistir tanto... Tem horas que dar um passo atrás vale 3 passos à frente. E não adianta, quem não tem paciência, se enrola, não conquista, se afoga! Então recue. Dê um tempo a si mesmo, dê um tempo pros outros, dê um tempo pro balanço emocional, um tempo pra esfriar a cabeça, dê um tempo pra que possa crescer, e se precisar, dê tempo para o próprio tempo. Tire um tempo pra observar, ponderar, filtrar as companhias, filtrar sentimentos, tire tempo pra cuidar-se, amar-se, crescer, aí sim, depois que estiver multiplicado de si mesmo, estará pronto pra doar-se, sem que nada lhes falte.

E eu odeio o efeito que causa em mim, eu odeio o quanto me conquista com teu olhar, com tuas palavras, com tua presença, com teu carinho... E quando penso que estou invicta, lá vem você me distribuindo sorrisos novamente, lá vem você com teu jeito tão vagabundo e tão meu, lá vem você sugando os segundos do tempo para prolongar tua estadia ao meu lado, lá vem você novamente derrubando muralhas criadas para me proteger dos falsos amores que tem por ai... lá vem você com aquele andar largado que me faz rir torto tentando entender o que me prende tanto a você... E talvez seja mesmo por ser assim "largado"... mas só quando se larga em meus braços, quando gruda tua pele na minha, quando deixa o cheiro do teu perfume grudado na minha camiseta, quando estagna teu calor junto do frio que carrego contra todos, junto do lado esquerdo. E entro em degelo, e me cativas, e quando penso que não há mais nada que possa acontecer, me surpreendes, me reconquista, me têm por completo mesmo negando tanto que não me tem um grão.

E é doce, como gosto tanto. E é confuso, como tem que me prender para não perder o interesse. E és romance, para me amolecer e quebrar o gelo. E é meio vagabundo, para equilibrar a melancolia. E és afável, sossego, abrigo, segredo. És singelo, porque só assim consegue entrar. É você, com todo seu mistério, com todo seu encanto que me mantém guardada só pra ti, és tudo que mantenho em mim.

Às vezes me lembro dele. sem rancor, sem saudade, sem tristeza. sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou. nunca mais o vi, depois que foi embora. nunca nos escrevemos. Não havia mesmo o que dizer. Ou havia? Ah, como não sei responder as minhas próprias perguntas! É possível que, no fundo, sempre restem algumas coisas para serem ditas. É possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a buscar, a investigar — e principalmente a fingir. Fingir que encontra. Acho que, se tornasse a vê-lo, custaria a reconhecê-lo.

E na minha mais fiel oração e dentre pedidos principais, eu estava lá, pedindo a deus que o protegesse de tudo e que o transbordasse de felicidade. Na verdade, pedia para ambos... Mereciamos compartilhar juntos.