Coleção pessoal de camilasenna

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Saudade... Palavra forte que o coração da gente leva sem passaporte.

Só quem viveu uma intensa paixão, faz idéia da contramão, do vício, do precipício e da emoção!…

Estava rindo, brincando, vestindo um largo vestido e casaco branco.
Cabelos dourados ao vento.
Fundo do tempo com raios luminosos...
E o frio enfeitando o momento.
Que servia de alimento para minha ilusão para minha paixão.

Sentimento de estar sentindo você a todo instante...
Me olhar, me devorar.
Olhos que afloram em mim, a flor mais delicada...
A flor mas selvagem do meu jardim, do teu jardim!

Quando no ímpeto olhei para o outro lado da rua...
Pude ver a sombra bem delineada, bendita.
Que denunciava que era você, e que eu era sua!
Fiquei vermelha, acanhada, corri para dentro de casa.

Meu coração naquele momento era só brasa...
Querendo toda a sua chama...
Que arde, que penetra, que Inflama...
Devorando meu corpo, minha pele, minha alma.

O vento, o mesmo que me acariciava te visitou...
Trouxe de volta o teu cheiro...
E ardentemente sussurrou e me falou: “que a linda melodia, ainda não cessou”.

E ainda pensa ter virtudes...

Tem a vida, mas é defunto que anda de dia.
Tem a boca, a voz, mas ao invés de desatar nós,
Vive a destilar vermes hipócritas!

Devagarinho, caminho por cada rua que vivi com você...
Meu cheiro misturado com o seu,
Está em cada esquina,
Em cada banco de praça,
Em cada calçada adornada,
Adornada de lembranças, que são, para mim, valiosa herança.

Devagarinho, ouço aquela música tomando uma taça de vinho.
Sinto meu corpo queimar, quimera, pois não passa de primavera,
O verão que marcou aquela música, aquele vinho, já era...
Era que marcou o romance mais ávido, do sol mais dourado e do amor mais sagrado!

Devagarinho, abro as portas do passado,
Passado ainda presente, que a dor veemente insiste em ficar.
Você foi como uma linda e longa viagem de trem...
Chegou, lindamente ficou, e tristemente partiu...

Será que ainda é vivo nesse mundo?
Será que casou-se e teve filhos?
Ora, foi mesmo uma viagem,
Daquelas que os personagens não morrem...
E nunca deixam de existir.

A rosa que destila bálsamo,
Não a tiro do meu quintal.
Ela responde minha alma...
Acaricia-me e traz calma,
Enterrando no canteiro,
Todo meu desfalecimento.

Olhares sequiosos sempre me encontraram...
Meus olhos nunca os cruzaram.
Meus passos eram contados,
E os tapetes eram erguidos...
Erguidos para moça sonhadora passar.
Mal sabiam que mesmo tendo visto guerra, desamor e agonia...
O que eu queria não era ser star, queria apenas amar.
Sempre quis a paz, sempre quis amor, sempre quis harmonia!
Meu olhar ao contemplar o céu, era peculiar...
Dos demais olhares das moças da minha idade.
Meu jeito doido de inventar o amor foi sempre criticado...
Porque dele não se falava com tando ardor.
Não sei o que havia comigo,
Não sei o que havia com eles.
Quem era são?
Quem era insano?

- Não sei.

Só sei, que o que eu sentia, para eles era fantasia.
O novo era desconhecido,
O antigo, era íntimo, me envolvia.
Meu olhar, e a forma de ver o mundo,
Era de dona, dona do meu nariz, dona dos meus pés.
Era de dama, dama perdida no século de algum dia,
Que ninguém via, só ouvia, mas não cria.

Tem a vida, mas é defunto que anda de dia.
Tem a boca, a voz, mas ao invés de desatar nós,
Vive a destilar vermes hipócritas!

Sempre a fui a mais julgada,
Mas nunca me condenei.
Sempre amei mais que os outros,
Mas nunca me amaram tal como eu sou.
Sempre fui a distraída, a sem juízo, a sem futuro,
Mas fui a única que deu frutos.

Elos, só criamos com o criador.

Perguntaram-me, porque eu escrevia alguns textos com raiva.
- Disse: Não diria raiva, mas sim de um jeito forte, intenso. Vivi momentos fortes, então extravaso na escrita de maneira "forte", justo, não?

Durante anos de uma vida povoada,
Andei só, com meu coração despovoado.
Dava bom dia ao vizinho com sorriso no rosto...
Para esconder a vergonha de cada a dia.

Destilava palavras de carinho,
Mas minha carne interna estava desidratada, sem rio.
O amor que sempre me amou, insistia em ficar...
Estava por um triz conservá-lo florido...
Pois eram muitos momentos pálidos, sem colibris.

Me vi num convento onde só enxergava lamento,
Duma escassez de sentimentos de entontecer,
As cores que eu via, era branco e preto,
O branco: não era de paz, era dum tormento-loucura...
O preto: não era da noite com luar, era a morte vestida para me tragar.

Minha sorte foi a de ter nascido teimosa, rebelde, é... rebelde.
Essa rebeldia causou a rebelião de toda uma vida ferida...
Sem cor, ser harmonia, sem poesia...
Me libertou!

A inquietude interior que me vestia me fez ser melhor do que eu via, sentia, e vivia...
Estava tudo entalado na garganta, e, antes que me estrangulassem...
Vomitei com toda a minha coragem.
Rasguei a batina que enclausurava minha espontaneidade,
Joguei-a no lixo, no lixo dos covardes!
Fiquei desnuda, com a face alva, macia e sem poeira.

(respirei)...

Devagarinho, caminho por cada rua que vivi com você...
Meu cheiro misturado com o seu,
Está em cada esquina,
Em cada banco de praça,
Em cada calçada adornada,
Adornada de lembranças, que são, para mim, valiosa herança.

Devagarinho, ouço aquela música tomando uma taça de vinho.
Sinto meu corpo queimar, quimera, pois não passa de primavera,
O verão que marcou aquela música, aquele vinho, já era...
Era que marcou o romance mais ávido, do sol mais dourado e do amor mais sagrado!

Devagarinho, abro as portas do passado,
Passado ainda presente, que a dor veemente insiste em ficar.
Você foi como uma linda e longa viagem de trem...
Chegou, lindamente ficou, e tristemente partiu...

Será que ainda é vivo nesse mundo?
Será que casou-se e teve filhos?
Ora, foi mesmo uma viagem,
Daquelas que os personagens não morrem...
E nunca deixam de existir.

Escrevo para não morrer,
Foi o jeito mais sã que encontrei de enloquecer.

Ah, o amor...
Esse mesmo, que dá nó, que a gente interroga e ele nunca se mostra numa nota só.

Ah, o amor...
Esse mesmo, que dá nó, que a gente interroga e ele nunca se mostra numa nota só.

Temos que agarrar nosso amor como quem agarra uma asa delta...
O amor é livre e precisa voar sem amarras a rodear, mas com alguém ao lado, que sei lá, seja liberta!
Fazendo seu coração vibrar com toda a liberdade como a dos "poetas".

O nome dela é mulher...

Ela sorrir como se nunca tivesse chorado...
Ela chora como se nunca tivesse sorrido...
Ela faz amor como se fosse a primeira vez....
Se for de amar, ama quantas vezes precisar com a mesma intensidade...
Ela se doa, se empresta para uma amizade verdeira com a mesma essência de uma criança inocente.
Os olhos da sua alma é só amor, e essa palavra, ela veste com muito nobresa e louvor.

Vê se você enxerga meus pés alvos nas poças das ruas em dias de chuva gelada...
Parece que não quer saber de nada, só mesmo do seu nariz.
Agora eu já aprendi a lidar com você, fico na minha,
Por sua vez, você fica na sua...
Então eu sigo dando os passos mais largos que consigo, indo além...
Se caso eu não ver o buraco e cair, não se preocupe comigo, meu bem, eu me viro do avesso, mais não me rendo.

Render? Eu nem sei o que é isso!

Tire a poeira da vida morna dos olhos e experimente deixar o vento lubrificar suas lentes...
E quando estiver a caminhar por alguns desses atalhos que o tempo e o destino se encarregam de marcar...
Não se esqueça, se der de cara com aquela alma florida que te deixa em êxtase...
Que te toca a alma como uma linda melodia tocada por um violão...
Que te toca a mente como uma linda paisagem da qual você sempre quis estar...
Que te toca o coração como num filme de romance, daqueles que te arrepiam e te fazem faltar o ar...
Se entregue, pois essa pessoa é a essência que faltava para seu jardim ser completo.