Coleção pessoal de camilasenna

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Faço juras absurdas,
Falo com o olhar,
Me desespero.
Choro um rio de água salgada,
Mais não me omito, eu vivo!

O breu do meu olhar
Olhando para o azul
Sempre está.

Cutucarei o palheiro
Até achar o palito
Que se perdeu do meu dedo.

Praça
Árvores
Crianças, menos você.

Um dia foi lindo
Hoje é clichê
Amanhã Dossiê.

Magé
Cheiro de mato
Céu azul abandonado.

No vocabulário da vida
A palavra mais sincera
E mais sofrida,
É a palavra SAUDADE!
Não importa de onde ou alguém…
Essa palavra arde o corpo,
Pesa o suspiro,
Transborda os olhos,
Faz gritar o coração.

Diga tudo que não quero
Sem saber de nada.
Fique do avesso,
Mais me deixe serena,
Seja no calor, seja no relento.
Quero viver sem tormento,
Se esse for o começo, que lamento.
Me deixe só por um momento,
Não fale mais nada, quero sua voz presa.
Me esqueça, mas não esqueça muito.
Metade de mim, mesmo com toda essa contramão,
Está cravada em você.
Se caso sair sem direção, perturbado,
Não se preocupe, te acharei, pois habito em você.
Talvez você nem saiba o porquê.
Não tem esconderijo certo,
Eu só queria que tudo desse certo
Nesse mar incerto.
Eu só queria que meu beijo fosse seu,
Eu só queria que sua boca fosse minha.
Seu estado tem sangrado,
Queria eu que fosse de fato sagrado.
Vamos ver no que vai dar.
Eu só queria que sua voz se transformasse em música.
Eu só queria que ao menos algum dia nossa história fosse ouvida, resolvida.
Eu só queria nesse mundo doido ser sua, ser única.

Um trecho do poema Quasar.

No rebento do meu livro,
Sempre tem um invento,
Sempre algo novo...
Que me toca,
Que me faz sorrir de volta,
Girando meu mundo calado e absurdo.

Não tenho certeza de muitas certezas...
"Quimera, sorriso, fada."
Atmosfera sem muito sentido,
Primavera fora de época,
Triste sem preconceito de ser...
Idealista sem inquisição,
Nômade com endereço certo.

Figo viçoso,
Flor de espinho,
Vinho sozinho,
Carinho sem ninho.
Destino sem direção.

Minha cor não tem cor definida,
Todas as mulheres moram em mim.
Às vezes inflama e bum, explode...
Sou paixão, terreno perigoso...
Contramão para os indecisos e logo aviso!
Não ouse entrar sem total asserção.

Meus pés criam asas do nada...
Tenho asas invisíveis que só eu sei.
Só eu sei o tamanho,
Só eu sei o preço que eu pago, só eu sei.

Enigmática às vezes,
Divertida quando no fundo estou triste...
Séria e zen quando as coisas fluem bem.
Mais o meu natural mesmo é não ser normal.

Diante de tanta solidão...
Mesmo bagunçando a alma e o coração...
Continuo sem muito entender.
Entendo que não preciso de muito saber...
Sei que minha essência ninguém rouba,
Podem até falar mal, mas ninguém sabe na íntegra.
Melhor do que eu e a solidão,
O resumo interno palpitante da minha atual condição.
E nunca ninguém saberá na íntegra...
O resumo póstumo de todo meu eu emoção.

Disseram-me que sou bonita,
Quem disse, disse também...
Que minha alma é colorida,
Mas que bem no fundo mora tristeza...
Fiquei chateada por tamanha ousadia,
Pior, quem disse, sequer conhecia-me.

Ando navegando na minha pupila...
Em volta só vejo mar...
Mar marrom.

Vejo tantos afogados...
Vejo os que foram salvos,
Me vejo!

Me vejo com frio, com saudade...
Mais forte!
Na ilha da minha pupila.

A artista que mora em mim
Quer circo sem palhaços fingidos...
Quer cachorros vadios...
Latindo de alegria,
Não de dor ou por fome.

Essa artista crê piamente
Que pode ser várias...
Disseram-me que preciso escolher
O que de fato quero ser.

Respondi em pensamento:
"Quero ser muitas".
Muitas moram em mim.
Como mudar o que por destino
Nascera comigo?

Essa artista que mora em mim
Quer sol num dia, no outro, chuva de flores...
Regada de vento, harmonia.
Quer ser uma hoje,
Outra amanhã...

Preciso seguir assim...
Com minhas mutações necessárias,
Preciso de arte, uma só não basta.
Preciso ser arteira de formas diferentes.
Sou assim mesmo, pequenina e diferente.

Sabe, solidão...
Tem dias que te sentir até que é bom.
Consigo sentir-me melhor,
Fumar meu cigarro,
Ouvir minha alma.

Disseram-me que sou bonita,
Quem disse, disse também...
Que minha alma é colorida,
Mas que bem no fundo mora tristeza...
Fiquei chateada por tamanha ousadia,
Pior, quem disse, sequer conhecia-me.

Mas preciso ao menos um pouco falar comigo,
Ouvir minha voz rouca, grossa...
A mesma que quantas vezes melancólica,
Cantou chorando por um alguém.
Que se me perguntarem, direi: "não sei".

Por vezes reclamava da pobre solidão,
Falava mal, achava feia...
Mais quando acompanhada por ela,
Consigo pensar com mais clareza, no sim, no não.
Fazer faxina no coração.

Solidão, vez em quando venha-me visitar,
Antes eu achava horrível te aceitar.
Hoje tenho tamanha necessidade de contigo estar...
Amo a vida, amo as pessoas...
Mas ficar só, só por um dia, é uma ideia boa.

Penso em tudo que foi trevas,
Penso em tudo que foi bom, único, sagrado...
Faço um auê!...
Para algumas pessoas separo perdão,
E na maioria das vezes, me peço perdão.

E sabe, diante de tanta solidão...
Mesmo bagunçando a alma e o coração...
Continuo sem muito entender.
Entendo que não preciso de muito saber...
Sei que minha essência ninguém rouba,
Podem até falar mal, mas ninguém sabe na íntegra.
Melhor do que eu e a solidão,
O resumo interno palpitante da minha atual condição.
E nunca ninguém saberá na íntegra...
O resumo póstumo de todo meu eu emoção.

Vi no ar sua imagem seguindo-me...
Não sou vidente,
Não sou cigana,
Sou mulher sensitiva,
Sou flor temperada com ardor.

Você adentrava por todos os umbrais que eu.
Corria numa mistura de menina
Com feitio de mulher.
Mulher do benquerer...
Menina que quer, quer só você.

A calma já extasiava minha alma...
Entrei num mistério de ver
O que seu coração tem vergonha de sentir.
Sentir todo querer que habita em você.

Via você andando por todos os lados...
Meio tonto, encabulado...
Pensando no meu jeito,
Pensando na minha boca,
A boca que com saliva nas suas,
Você deseja todos os dias.