Coleção pessoal de cadeadoaberto
Aqui, a maldade do mundo me pareceu normal.(...) É neste momento, quando passamos a achar trivial aquilo que consideramos incorreto, que está na hora de ir.(...) Estou batendo a porta e deixando alguns recados na geladeira, alguns tênis para você colocar nos pés e, algumas mochilas para que, quiçá, utilize para plantios. Vou levar aquele jarro belíssimo que deixou no canto da varanda. Afinal, sempre existem desses em todas as casas destroçadas. Mas eles só são esperança e motivo para ficar, quando o mal ainda é ruim, quando migalhas não são aplaudidas, quando quem dá o que não quer receber, ainda é desmerecedor. Quando o que é básico, não vira sinônimo de muito; quando o que seria morada, não vira sinônimo de estranheza. Quando o adeus não vira sinônimo de poder voltar – para casa.
DÊ POIS
Para os nãos, melhorias
Para os adeus, aprendizados
Para os choros, alegrias
Em alguns pontos revelados.
Para os aqui, a clemência
De saber continuar
Para os ruins, a inteligência
De nos memorizar.
Para todos, nossas marcas.
Para os bons, nosso esforço.
Para os sonhos, nossas barcas.
Para os medos, nosso esboço.
Para o ato, não ter dó
Que viver é por um triz.
Para quem não poetar,
Nossa eterna cicatriz.
Para a grandeza, paciência
E pós vitória, atividade
Para o que é morno, abstinência
Para o que ferve, eternidade.
Para o amor, a mudança
Para saber prosseguir
Que nada fica sempre igual
Mas nos merece se o "fe", RIR